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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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118,3 milhares <strong>de</strong> euros por km 2 e que, <strong>no</strong> caso da pesca comercial, o valor anual do<br />

pescado marinho <strong>de</strong>scarregado entre 1994 e 1996 atingiu cerca <strong>de</strong> 4,8 milhares <strong>de</strong> euros<br />

por km 2 .<br />

Por último, é também interessante comparar o número médio <strong>de</strong> pessoas em<br />

activida<strong>de</strong>. De acordo com os dados obtidos <strong>no</strong> presente trabalho, cerca <strong>de</strong> 450 pessoas<br />

exerceram, por dia e em média, activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> predação <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong>,<br />

atingindo cerca <strong>de</strong> 74% as que escolheram períodos <strong>de</strong> baixa-mar. No respeitante às<br />

activida<strong>de</strong>s não <strong>de</strong>predativas, foi estimado que, em média, cerca <strong>de</strong> 146 pessoas as<br />

praticaram por dia nesta região <strong>litoral</strong>. Com base nas estatísticas <strong>de</strong> pesca publicadas pelo<br />

Instituto Nacional <strong>de</strong> Estatística, é equivalente a 717 o número médio <strong>de</strong> pescadores<br />

matriculados <strong>no</strong> Alentejo a 31 <strong>de</strong> Dezembro, entre 1994 e 1996, inclusive. Embora na<br />

literatura consultada não tenham sido obtidos dados publicados sobre o número <strong>de</strong><br />

pescadores comerciais em activida<strong>de</strong> nesta região, é possível que o número real <strong>de</strong><br />

pescadores em activida<strong>de</strong> diária tenha sido inferior a este valor.<br />

Exceptuando parte dos mariscos apanhados em sedimentos <strong>de</strong> estuários e lagoas<br />

costeiras, maioritariamente moluscos bivalves (Costa e Franca, 1982; 1985; Franca e<br />

outros, 1998), o pescado obtido em Portugal através do marisqueio intertidal, da pesca à<br />

linha com cana e da pesca submarina, é frequentemente consumido pelo próprio pescador e<br />

seus familiares e, mesmo quando comercializado, raramente é transaccionado em lota,<br />

escapando, assim, a qualquer controlo administrativo (Franca e outros, 1998; <strong>no</strong> caso da<br />

exploração do percebe, ver Cruz, 2000 e Baptista, 2001). Excepcionalmente, a primeira<br />

venda <strong>de</strong> lapas capturadas <strong>no</strong>s Açores e <strong>de</strong>stinadas à comercialização é obrigatoriamente<br />

realizada em lota <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1993 (Decreto Regulamentar Regional n.º 14/93A, <strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> Julho),<br />

existindo registos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1975 (Martins e outros, 1987; Ferraz, 1998).<br />

De acordo com estes registos, o peso total <strong>de</strong> lapas anualmente transaccionado<br />

em lotas açorianas variou entre cerca <strong>de</strong> 49 e 97 toneladas (peso fresco) <strong>de</strong> 1975 a 1986,<br />

inclusive, tendo esta exploração sofrido um colapso em 1988, quando a mesma variável<br />

atingiu cerca <strong>de</strong> 9 toneladas (Hawkins e outros, 2000). Em 1989, a apanha <strong>de</strong> lapas nestas<br />

ilhas foi totalmente proibida, tendo a respectiva legislação sido posteriormente alterada,<br />

<strong>no</strong>meadamente em 1990 e 1993, com vista à exploração sustentável e gestão <strong>de</strong>ste recurso<br />

(Ferraz e outros, 2001). Segundo estes autores, as capturas <strong>de</strong>stes moluscos <strong>no</strong><br />

arquipélago açoria<strong>no</strong> variaram entre 1 e 2 toneladas <strong>de</strong> 1994 a 1996, inclusive, tendo<br />

aumentado em 1997 e 1998 para valores entre 5 e 6,5 toneladas. No entanto, este aumento<br />

po<strong>de</strong> estar relacionado com uma alteração legislativa ocorrida em 1996, que tor<strong>no</strong>u a<br />

emissão <strong>de</strong> licenças <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da <strong>de</strong>claração das capturas, o que reduz a fiabilida<strong>de</strong> dos<br />

valores <strong>de</strong>clarados entre 1994 e 1996 (Ferraz e outros, 2001).<br />

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