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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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4- Impacte ecológico da predação <strong>humana</strong> <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong><br />

4.1- Introdução<br />

Como foi referido nas anteriores secções <strong>de</strong>ste trabalho, as activida<strong>de</strong>s <strong>humana</strong>s<br />

<strong>de</strong> predação actualmente exercidas <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong> exploram um leque variado<br />

<strong>de</strong> algumas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> espécies, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> algas a peixes, incluindo anelí<strong>de</strong>os, crustáceos,<br />

moluscos e equi<strong>no</strong><strong>de</strong>rmes. No entanto, são pouco mais <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>zena as espécies sobre<br />

as quais inci<strong>de</strong> o maior esforço <strong>de</strong>stas activida<strong>de</strong>s pesqueiras.<br />

Com efeito, consi<strong>de</strong>rando apenas as activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> marisqueio, que foram as mais<br />

intensas e rentáveis, e quase exclusivamente <strong>de</strong>senvolvidas em baixa-mar, cerca <strong>de</strong> 99,6%<br />

do número total <strong>de</strong> pessoas observado durante este período <strong>de</strong> maré explorava, <strong>no</strong> máximo,<br />

uma dúzia <strong>de</strong> espécies. Por or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>crescente da sua contribuição para este valor, estas<br />

espécies foram o polvo (Octopus vulgaris) e a navalheira (Necora puber), o ouriço-do-mar<br />

(Paracentrotus lividus), o percebe (Pollicipes pollicipes), os burriés (Osilinus lineatus, O.<br />

colubrina, Gibbula umbilicalis e G. pennanti), o mexilhão (Mytilus galloprovincialis), e as<br />

lapas (Patella ulyssiponensis, P. vulgata e P. <strong>de</strong>pressa).<br />

Ao nível das capturas observadas por pescador <strong>no</strong> final <strong>de</strong> períodos <strong>de</strong> baixa-mar<br />

<strong>de</strong> marés vivas, em cerca <strong>de</strong> 95,2% do peso total, obtido em activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> marisqueio<br />

exercidas durante o Verão, estavam representadas as mesmas espécies, com excepção do<br />

ouriço-do-mar, pouco explorado nesta estação do a<strong>no</strong>. No entanto, a contribuição relativa<br />

para este valor foi dada por uma or<strong>de</strong>m diferente da acima referida: <strong>de</strong>crescendo <strong>de</strong><br />

importância, foram capturados o percebe, o polvo, as lapas, a navalheira, os burriés e o<br />

mexilhão.<br />

No caso das mencionadas lapas, estes resultados indicam que, apesar <strong>de</strong> ter sido<br />

observada uma intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exploração relativamente baixa, o seu rendimento por<br />

pescador foi bastante elevado, isto é, foram poucas as pessoas que, durante dois a<strong>no</strong>s <strong>de</strong><br />

amostragens regulares, foram observadas a apanhar lapas mas, as que o fizeram nas<br />

condições acima referidas (baixa-mar estival <strong>de</strong> marés vivas), capturaram quantida<strong>de</strong>s<br />

relativamente gran<strong>de</strong>s. Em média, estas capturas atingiram o valor <strong>de</strong> 1,19kg por pescador<br />

(1EP=0,15; N=34), tendo as capturas <strong>de</strong> polvo atingido o valor médio <strong>de</strong> 1,33kg (1EP=0,15;<br />

N=104) e, as <strong>de</strong> navalheira, uma média <strong>de</strong> 0,80kg (1EP=0,17; N=43).<br />

Tal como foi mencionado na secção 3, as capturas <strong>de</strong> lapas observadas neste<br />

trabalho foram dominadas, tanto numerica como pon<strong>de</strong>ralmente, pela espécie Patella<br />

ulyssiponensis, explorada sobretudo em níveis <strong>de</strong> maré inferiores, on<strong>de</strong> é mais abundante e<br />

maior. Também nesta secção foi referido que o stock explorável <strong>de</strong>sta espécie <strong>no</strong> <strong>litoral</strong><br />

<strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong> po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado mo<strong>de</strong>radamente pescado, embora a<br />

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