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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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VMA e ACO, po<strong>de</strong>ndo outros factores, <strong>de</strong>signadamente relacionados com preferências<br />

comportamentais dos apanhadores, ser responsáveis pelo padrão observado. Tais<br />

preferências po<strong>de</strong>m, por exemplo, ser <strong>de</strong>vidas ao facto <strong>de</strong> as zonas mais expostas serem as<br />

mais próximas da linha <strong>de</strong> água e, assim, as mais agradáveis para a maioria das pessoas<br />

que utilizam a beira-mar, conjugado com o hidrodinamismo mo<strong>de</strong>rado a que estas praias<br />

estão sujeitas, comparativamente às <strong>de</strong> CSI e CSA, e que dá uma segurança relativamente<br />

maior à sua exploração. Com efeito, a paisagem marítima e as belezas naturais são<br />

geralmente factores atractivos para os utilizadores <strong>de</strong> zonas litorais, <strong>de</strong>signadamente em<br />

praias alentejanas (Silva, 2000; 2002a; MacLeod e outros, 2002), e os motivos <strong>de</strong> lazer são<br />

dominantes <strong>no</strong>s banhistas <strong>de</strong> praias are<strong>no</strong>sas, potenciais apanhadores <strong>de</strong> lapas e burriés<br />

em litorais <strong>rochoso</strong>s vizinhos (ver acima), como é o caso <strong>de</strong> VMA e ACO.<br />

Num estudo sobre a apanha intertidal <strong>de</strong> lapas, realizado na costa central do Chile,<br />

Oliva e Castilla (1986) referem que a intensida<strong>de</strong> da predação <strong>humana</strong> foi maior em<br />

plataformas abrigadas, relativamente a plataformas expostas e a pare<strong>de</strong>s verticais. De<br />

qualquer modo, estes autores não testaram o factor exposição à ondulação, nem foi<br />

encontrado, na literatura consultada, algum trabalho que o tivesse feito em relação à<br />

intensida<strong>de</strong> da exploração <strong>humana</strong>.<br />

Na pesca à linha, o padrão mais frequente foi E>A=S, embora tenham sido<br />

registadas diversas interacções significativas entre o factor exposição à ondulação e os<br />

restantes (altura e amplitu<strong>de</strong> da maré, utilida<strong>de</strong> dos dias, estação do a<strong>no</strong> e praia). Em todos<br />

os padrões gerais observados, o nível exposto apresentou sempre valores médios<br />

superiores ou iguais aos restantes níveis consi<strong>de</strong>rados. A abundância <strong>de</strong> pescadores à linha<br />

<strong>no</strong> nível supratidal apenas teve importância <strong>no</strong> Inver<strong>no</strong> ou nalgumas condições <strong>de</strong> preia-<br />

mar, quando atingiu valores semelhantes aos observados <strong>no</strong>s restantes níveis ou superiores<br />

aos registados <strong>no</strong> nível abrigado. Contrariamente, só numa condição <strong>de</strong> baixa-mar foram os<br />

valores observados <strong>no</strong> nível abrigado superiores aos registados <strong>no</strong> nível supratidal.<br />

Estes padrões estão parcialmente <strong>de</strong> acordo com o conhecimento prévio <strong>de</strong> que é<br />

bastante frequente a opinião, por parte <strong>de</strong> pescadores locais, <strong>de</strong> que os períodos <strong>de</strong><br />

enchente são os mais proveitosos para a pesca à linha <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong>, sobretudo quando<br />

a água do mar não está <strong>de</strong>masiado transparente. Sendo muito comum os pescadores à<br />

linha estarem situados perto da linha <strong>de</strong> água, a “proveitosa” pesca na enchente afasta-os,<br />

assim, do nível supratidal. Por outro lado, para que a água não seja <strong>de</strong>masiado<br />

transparente, <strong>de</strong> modo a que o peixe a pescar tenha mais dificulda<strong>de</strong> em ver a linha, a<br />

chumbada e o anzol <strong>de</strong> pesca, é conveniente a utilização <strong>de</strong> zonas expostas à ondulação, o<br />

que afasta estes pescadores do nível abrigado.<br />

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