Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...
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O impacte da intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stas activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> predação <strong>no</strong> seu rendimento foi<br />
estudado mediante a análise <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> variação espacial do peso das capturas<br />
efectuadas por pescador num período diur<strong>no</strong> <strong>de</strong> baixa-mar <strong>de</strong> marés vivas, e do peso das<br />
capturas obtidas por pescadores à linha durante trinta minutos em períodos diur<strong>no</strong>s <strong>de</strong><br />
enchente <strong>de</strong> marés vivas. A respectiva amostragem foi efectuada directamente em seis<br />
praias, num período <strong>de</strong> Verão. Foi também quantificado o número <strong>de</strong> taxa presente <strong>no</strong><br />
pescado capturado por cada pescador contactado ou observado. Os resultados <strong>de</strong>sta<br />
análise sugerem que a intensida<strong>de</strong> da exploração <strong>humana</strong> afectou negativamente o<br />
rendimento da pesca à linha, bem como a diversida<strong>de</strong> do pescado capturado, embora o<br />
mesmo efeito não tenha sido <strong>de</strong>tectado <strong>no</strong> rendimento das activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> predação<br />
exercidas em baixa-mar. Na pesca à linha efectuada em períodos <strong>de</strong> enchente, os peixes<br />
cujo peso médio <strong>de</strong> captura por pescador variou mais entre praias sujeitas a diferente<br />
intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exploração foram os burrinhos (Symphodus spp.), a boga (Boops boops) e<br />
o sargo (Diplodus sargus), tendo sido os dois primeiros mais capturados nas praias<br />
sujeitas a me<strong>no</strong>r intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exploração. O valor médio <strong>de</strong> peso fresco <strong>de</strong> pescado<br />
capturado por pescador numa baixa-mar <strong>de</strong> marés vivas, e por pescador à linha em trinta<br />
minutos <strong>de</strong> enchente, correspon<strong>de</strong>u, respectivamente, a cerca <strong>de</strong> 2,2 e 0,2kg.<br />
Extrapolando os valores <strong>de</strong> rendimento obtidos nesta análise e utilizando os dados<br />
obtidos <strong>no</strong> estudo da intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stas activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> predação, foi estimado um<br />
rendimento anual global <strong>de</strong> 4,3 toneladas <strong>de</strong> peso fresco por quilómetro <strong>de</strong> linha <strong>de</strong><br />
costa. Do mesmo modo, foi estimado um rendimento anual <strong>de</strong> 2,4 e 1,4 toneladas <strong>de</strong><br />
peso fresco por quilómetro <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> costa, <strong>no</strong> caso do marisqueio e da pesca à linha,<br />
respectivamente. Com base nestas estimativas e em resultados <strong>de</strong> outros estudos, foi<br />
analisada a sustentabilida<strong>de</strong> da exploração do ouriço-do-mar Paracentrotus lividus, do<br />
percebe Pollicipes pollicipes e da lapa Patella ulyssiponensis <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong><br />
alenteja<strong>no</strong>. Foi admitido que a actual intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> predação <strong>humana</strong> não constitui<br />
perigo para a conservação <strong>de</strong> P. lividus e que o stock <strong>de</strong> P. ulyssiponensis po<strong>de</strong> ser<br />
consi<strong>de</strong>rado mo<strong>de</strong>radamente pescado, mas foi sugerido que o stock <strong>de</strong> P. pollicipes é<br />
intensa a totalmente pescado.<br />
Sendo previsível que a apanha <strong>humana</strong> <strong>de</strong> lapas tenha efeitos <strong>de</strong>tectáveis nas<br />
populações e comunida<strong>de</strong>s do habitat em estudo, a análise do potencial impacte <strong>de</strong>stas<br />
activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> predação foi efectuada através da avaliação <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> variação da<br />
abundância, tamanho e área vital (território alimentar) <strong>de</strong> lapas em função da intensida<strong>de</strong><br />
da predação <strong>humana</strong>, e mediante a análise dos efeitos da remoção <strong>de</strong> lapas, numa<br />
experiência manipulativa. No estudo <strong>de</strong>stes padrões, foi analisada a variação espacial e<br />
temporal a diferentes escalas (praia e local; período e data), consi<strong>de</strong>rando dois níveis <strong>de</strong><br />
maré, praias sujeitas a maior ou me<strong>no</strong>r intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exploração e dois períodos do a<strong>no</strong><br />
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