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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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apanha <strong>de</strong> percebe, relativamente à referida por CPAM (2002), na apanha <strong>de</strong> burriés/búzios,<br />

em comparação com a referida por ICECON (1997), e na pesca à linha, em relação à citada<br />

por Brouwer e outros (1997). No entanto, <strong>no</strong> caso da pesca à linha, esta diferença não foi<br />

<strong>no</strong>tória (cerca <strong>de</strong> 18%) e a extensão <strong>de</strong> costa amostrada por Brouwer e outros (1997) foi<br />

muito superior à do presente trabalho. Embora com me<strong>no</strong>r magnitu<strong>de</strong>, também se verificou<br />

uma diferença espacial <strong>de</strong>ste tipo <strong>no</strong> caso do rendimento da apanha <strong>de</strong> percebe referido por<br />

CPAM (2002), <strong>no</strong> qual também é possível que a extensão <strong>de</strong> costa amostrada tenha sido<br />

sobrestimada e tenha havido capturas não registadas nas <strong>de</strong>scargas comerciais (ver atrás).<br />

Como acima foi referido, estes dois problemas po<strong>de</strong>m também ter ocorrido com a estimativa<br />

dos valores referidos por ICECON (1997).<br />

Nos restantes conjuntos <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s, em que os valores <strong>de</strong> rendimento obtidos<br />

<strong>no</strong> presente trabalho são inferiores a um ou mais dos registados <strong>no</strong>utros estudos similares,<br />

a diferença <strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> daqueles valores em relação aos maiores foi geralmente bastante<br />

elevada. Esta diferença foi maior na apanha <strong>de</strong> mexilhões e <strong>de</strong> lapas, on<strong>de</strong> os maiores<br />

valores foram superiores cerca <strong>de</strong> 114 e 63 vezes, respectivamente, e foi me<strong>no</strong>r na apanha<br />

<strong>de</strong> polvo e caranguejos (cerca <strong>de</strong> 2 vezes) e <strong>no</strong> total <strong>de</strong> predação (cerca <strong>de</strong> 5 vezes).<br />

Nos casos em que os valores <strong>de</strong> rendimento obtidos <strong>no</strong> presente estudo não são<br />

os mais elevados, os maiores valores foram obtidos, segundo os respectivos trabalhos<br />

citados, <strong>no</strong> âmbito <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> predação cujo principal objectivo era a subsistência<br />

alimentar ou financeira dos pescadores e das suas famílias. De qualquer modo, na apanha<br />

<strong>de</strong> percebe e <strong>de</strong> lapas, na pesca à linha, e <strong>no</strong>s conjuntos <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> marisqueio e <strong>de</strong><br />

predação, os valores <strong>de</strong> rendimento estimados <strong>no</strong> presente trabalho também superam os<br />

obtidos <strong>no</strong> âmbito <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s exercidas com objectivos semelhantes. Por outro lado,<br />

estes valores são superiores aos registados em locais on<strong>de</strong> a intensida<strong>de</strong> da exploração foi<br />

consi<strong>de</strong>rada elevada e o seu impacte ecológico, por ter sido significativo, motivou a tomada<br />

<strong>de</strong> diversas medidas <strong>de</strong> gestão (segundo os respectivos autores, e revisões <strong>de</strong> Siegfried,<br />

1994; Santos e outros, 1995; Castilla, 2000; Castilla e Defeo, 2001 e More<strong>no</strong>, 2001). Deste<br />

modo, também neste caso se po<strong>de</strong>m tirar as conclusões referidas na análise comparativa<br />

dos valores <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong>, relativamente ao impacte ecológico <strong>de</strong>stas activida<strong>de</strong>s <strong>humana</strong>s<br />

<strong>no</strong> habitat em estudo, bem como à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> implementação <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> gestão.<br />

Aten<strong>de</strong>ndo à totalida<strong>de</strong> da extensão da costa rochosa alentejana, estimada em<br />

cerca <strong>de</strong> 46,4km (secção 2), o rendimento total anual das activida<strong>de</strong>s em estudo atingiu<br />

cerca <strong>de</strong> 200,8 toneladas (peso fresco). Este valor é bastante inferior ao peso do pescado<br />

marinho <strong>de</strong>scarregado nas lotas alentejanas entre 1994 e 1996, inclusive, equivalente a<br />

cerca <strong>de</strong> 10487,7 toneladas (peso fresco), com base em estatísticas <strong>de</strong> pesca publicadas<br />

pelo Instituto Nacional <strong>de</strong> Estatística.<br />

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