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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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afloramento costeiro, como é o caso da costa continental portuguesa (Fiúza e outros, 1982;<br />

Longhurst, 1998). Consi<strong>de</strong>rando a totalida<strong>de</strong> das activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> predação <strong>humana</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvidas na costa alentejana, bem como as estimativas acima referidas, o rendimento<br />

total anual <strong>de</strong>stas activida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong> ser estimado em cerca <strong>de</strong> 5,9 toneladas por km 2 ,<br />

sugerindo que, <strong>de</strong> acordo com Bax e Laevastu (1990), a exploração dos recursos vivos<br />

<strong>de</strong>sta costa ainda é exercida <strong>de</strong> um modo sustentável.<br />

Utilizando o preço do pescado marinho praticado na primeira venda em lotas<br />

alentejanas, com base em estatísticas <strong>de</strong> pesca recentemente publicadas pelo Instituto<br />

Nacional <strong>de</strong> Estatística, po<strong>de</strong>mos também comparar o valor do pescado obtido nestes dois<br />

tipos <strong>de</strong> activida<strong>de</strong> pesqueira. Sabendo-se que, em 2002, o preço da tonelada (peso fresco)<br />

<strong>de</strong> peixe e marisco (consi<strong>de</strong>rando apenas espécies <strong>no</strong>rmalmente exploradas <strong>no</strong> habitat em<br />

estudo) foi, na primeira venda efectuada em lotas alentejanas, equivalente a cerca <strong>de</strong><br />

3800,78 euros, as 200,8 toneladas (peso fresco) <strong>de</strong> peixe e marisco extraídas anualmente<br />

<strong>no</strong> habitat em estudo valeram naquele a<strong>no</strong> cerca <strong>de</strong> 763,2 milhares <strong>de</strong> euros (cerca <strong>de</strong> 153<br />

milhares <strong>de</strong> contos). Usando as estimativas espaciais acima referidas, o valor anual do<br />

pescado explorado entre 1994 e 1996 <strong>no</strong> âmbito <strong>de</strong>stas activida<strong>de</strong>s totalizou, a preços <strong>de</strong><br />

2002, cerca <strong>de</strong> 164,5 milhares <strong>de</strong> euros por km 2 .<br />

Em termos absolutos, o valor total do pescado marinho transaccionado <strong>no</strong> mesmo<br />

a<strong>no</strong> em lotas alentejanas é muito superior (11535 milhares <strong>de</strong> euros), embora o preço <strong>de</strong><br />

cada tonelada tenha sido inferior (cerca <strong>de</strong> 1366,06 euros), <strong>de</strong>vido à dominância, em peso,<br />

<strong>de</strong> espécies pouco valiosas, como peixes pelágicos <strong>de</strong> pequena dimensão (ver revisão<br />

apresentada na secção 7.2). Porém, usando as estimativas espaciais acima referidas, o<br />

valor anual do pescado marinho <strong>de</strong>scarregado entre 1994 e 1996 pela pesca comercial<br />

totalizou, a preços <strong>de</strong> 2002, cerca <strong>de</strong> 7,9 milhares <strong>de</strong> euros por km 2 .<br />

A comparação <strong>de</strong>stes valores sugere também que o valor relativo do pescado<br />

explorado pelo Homem <strong>no</strong> habitat em estudo é bastante elevado. A mesma sugestão foi<br />

obtida por comparação do valor económico que, a um nível global, Costanza e outros (1997)<br />

estimaram, relativamente a diversos bens e serviços ecológicos, fornecidos e prestados por<br />

parte <strong>de</strong> vários biomas. Segundo estes autores, o valor anual da produção <strong>de</strong> alimento por<br />

parte <strong>de</strong> zonas costeiras foi estimado em 9,3 milhares <strong>de</strong> dólares america<strong>no</strong>s (USD à taxa<br />

<strong>de</strong> 1994) por km 2 , o <strong>de</strong> estuários em 52,1 e o da plataforma continental em 6,8, mantendo as<br />

unida<strong>de</strong>s. De acordo com os resultados do presente estudo e estatísticas <strong>de</strong> pesca<br />

publicadas pelo Instituto Nacional <strong>de</strong> Estatística, referentes às <strong>de</strong>scargas comerciais<br />

efectuadas em 1994 nas lotas alentejanas, foi possível estimar (é <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar a actual<br />

parida<strong>de</strong> financeira das duas moedas em comparação) que o valor anual do pescado obtido<br />

entre 1994 e 1996, <strong>no</strong> âmbito das activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> predação em estudo, totalizou cerca <strong>de</strong><br />

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