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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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nalgumas algas encrustantes duras (ver referências em Figueiredo e outros, 1996) e,<br />

embora Johnson e Mann (1986) tenham sugerido, após a remoção experimental <strong>de</strong><br />

herbívoros, que processos como este, bem como eventuais processos químicos, po<strong>de</strong>m<br />

inibir activamente a colonização <strong>de</strong> epífitos, Keats e outros (1994) observaram, <strong>no</strong>utra<br />

espécie, um substancial recrutamento <strong>de</strong> algas não calcárias sobre algas encrustantes<br />

duras vivas e mortas, que tinham sido sujeitas a um tratamento <strong>de</strong> exclusão <strong>de</strong> lapas. Por<br />

outro lado, aqueles efeitos também eram esperados <strong>de</strong>vido ao facto <strong>de</strong> algumas algas<br />

encrustantes duras po<strong>de</strong>rem constituir uma base encrustante <strong>de</strong> algas folhosas calcárias<br />

(Bene<strong>de</strong>tti-Cecchi e Cinelli, 1994; Dethier, 1994; Airoldi, 2000), cuja forma erecta po<strong>de</strong>ria<br />

crescer quando a pressão da herbivoria fosse reduzida ou anulada pela remoção <strong>de</strong> lapas<br />

(Steneck e Watling, 1982; Padilla, 1984; Bene<strong>de</strong>tti-Cecchi e Cinelli, 1994; Dethier, 1994). No<br />

entanto, as algas encrustantes duras foram pouco abundantes <strong>no</strong>s territórios alimentares<br />

das lapas (ocuparam, em média, cerca <strong>de</strong> 2,5% da área primária total dos territórios<br />

individualmente amostrados em t0), o que po<strong>de</strong> ter contribuído para a não observação dos<br />

esperados efeitos da remoção <strong>de</strong>stes moluscos na abundância <strong>de</strong>stas algas.<br />

Numa experiência <strong>de</strong> exclusão <strong>de</strong> moluscos herbívoros (sobretudo <strong>de</strong> lapas,<br />

incluindo P. ulyssiponensis) em níveis inferiores <strong>de</strong> maré, Boaventura e outros (2002a)<br />

também não observaram efeitos discerníveis na abundância <strong>de</strong> algas calcárias<br />

encrustantes. Por outro lado, Bulleri e outros (2000) não observaram efeitos positivos<br />

evi<strong>de</strong>ntes da remoção experimental <strong>de</strong> lapas (P. ulyssiponensis e P. rustica em níveis<br />

médios <strong>de</strong> maré <strong>de</strong> molhes artificiais) na abundância <strong>de</strong> algas calcárias encrustantes, <strong>de</strong>vido<br />

a uma elevada variabilida<strong>de</strong> espacial a diferentes escalas. Bene<strong>de</strong>tti-Cecchi e outros (2001)<br />

também registaram uma elevada variabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste tipo num estudo experimental <strong>de</strong><br />

exclusão <strong>de</strong> lapas (incluindo P. ulyssiponensis), tendo observado, numa <strong>de</strong> três praias, uma<br />

tendência para o aumento da abundância <strong>de</strong> algas calcárias encrustantes na presença <strong>de</strong><br />

lapas, ausência <strong>de</strong> efeitos <strong>no</strong>utra praia, e efeitos negativos na restante. Estes autores<br />

sugeriram que aquela interacção positiva po<strong>de</strong> ter resultado do crescimento por<br />

sobreposição <strong>de</strong> algas erectas quando as lapas foram excluídas.<br />

... moles<br />

No que diz respeito às algas encrustantes moles, Steneck e Watling (1982) e<br />

Dethier (1994) referem que, geralmente, não são tão difíceis <strong>de</strong> consumir por moluscos<br />

herbívoros como as algas encrustantes duras, mas também lhes causam algumas<br />

dificulda<strong>de</strong>s morfológicas <strong>de</strong>vido ao <strong>de</strong>nso arranjo, em camadas, das células do tecido<br />

exterior, para além <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rem possuir <strong>de</strong>fesas químicas. De qualquer modo, Della Santina<br />

e Chelazzi (1993) observaram a ingestão, por P. ulyssiponensis e P. caerulea, <strong>de</strong> Ralfsia<br />

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