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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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peque<strong>no</strong>s <strong>de</strong> Patella tivesse sido me<strong>no</strong>r e que o contrário tivesse ocorrido <strong>no</strong> caso do<br />

recrutamento juvenil <strong>de</strong> Siphonaria pectinata, tendo em atenção o acima referido <strong>no</strong> que diz<br />

respeito ao principal período anual <strong>de</strong> assentamento <strong>de</strong>sta espécie e <strong>de</strong> P. <strong>de</strong>pressa e P.<br />

ulyssiponensis na região em estudo; por outro lado, é provável que, nessas condições,<br />

tivesse sido superior a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> algas folhosas e <strong>de</strong> colonização, por<br />

parte <strong>de</strong>stas algas, <strong>de</strong> territórios alimentares on<strong>de</strong> foram removidas lapas, aten<strong>de</strong>ndo aos<br />

acima referidos efeitos prejudiciais da agitação marítima (me<strong>no</strong>s elevada em meses <strong>de</strong><br />

Primavera e Verão, <strong>de</strong> acordo com Costa, 1994 e Antunes e Pires, 1998) neste tipo <strong>de</strong> algas<br />

e apesar do eventualmente maior stress térmico dos meses <strong>de</strong> Verão; <strong>no</strong> entanto, é possível<br />

que, com uma me<strong>no</strong>r agitação marítima, a recolonização <strong>de</strong> lapas a partir do substrato<br />

adjacente pu<strong>de</strong>sse ter sido maior e que a activida<strong>de</strong> alimentar das lapas tivesse sido mais<br />

intensa (ver acima), o que po<strong>de</strong>ria contrariar esse maior crescimento <strong>de</strong> algas folhosas.<br />

De acordo com vários estudos realizados em litorais <strong>rochoso</strong>s <strong>de</strong> climas<br />

temperados, <strong>no</strong>s quais foi raspada a cobertura do substrato duro e/ou os moluscos<br />

herbívoros foram removidos, excluídos e/ou incluídos (por exemplo, Hawkins, 1981;<br />

Jernakoff, 1983; Cubit, 1984; Un<strong>de</strong>rwood e Jernakoff, 1984; Bene<strong>de</strong>tti-Cecchi e Cinelli,<br />

1993, 1994; Dye, 1995), o período do a<strong>no</strong> em que a manipulação experimental foi efectuada<br />

teve geralmente (por exemplo, efeitos me<strong>no</strong>s evi<strong>de</strong>ntes e mais variáveis em Jernakoff, 1983,<br />

Dye, 1995 e An<strong>de</strong>rson e Un<strong>de</strong>rwood, 1997; efeitos nulos em Arrontes e outros, 2004)<br />

influência na taxa <strong>de</strong> recolonização das comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> algas observadas, embora a sua<br />

composição específica tenha sido me<strong>no</strong>s afectada <strong>no</strong>s primeiros estados <strong>de</strong> sucessão e<br />

esta tenha tido tendência para convergir ao fim <strong>de</strong> algum tempo. De qualquer modo, em<br />

experiências manipulativas (raspagem das macroalgas erectas e das muralhas das cracas e<br />

exclusão <strong>de</strong> moluscos herbívoros) realizadas em níveis inferiores e médios <strong>de</strong> maré da<br />

costa oeste <strong>de</strong> Itália, Bene<strong>de</strong>tti-Cecchi e Cinelli (1993, 1994) observaram um maior<br />

recrutamento <strong>de</strong> algas após a manipulação efectuada em Setembro, relativamente a áreas<br />

raspadas em Março, embora as algas filamentosas tenham sido mais abundantes nestas<br />

últimas. Em experiências parecidas, Un<strong>de</strong>rwood e Jernakoff (1984) obtiveram maior<br />

colonização e crescimento <strong>de</strong> algas folhosas em condições físicas que estes autores<br />

consi<strong>de</strong>raram ser mais benignas para estes organismos: em áreas sujeitas a herbivoria,<br />

apenas cresceram em níveis inferiores <strong>de</strong> maré, e foram mais abundantes on<strong>de</strong> a agitação<br />

marítima era maior (me<strong>no</strong>r <strong>de</strong>ssecação <strong>de</strong> níveis superiores <strong>de</strong> maré; eventualmente me<strong>no</strong>r<br />

activida<strong>de</strong> herbívora) e durante os períodos mais frios do a<strong>no</strong>.<br />

Num estudo sobre a variação espacial e temporal da estrutura <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s,<br />

realizado durante um a<strong>no</strong> em quatro níveis <strong>de</strong> maré da região em estudo, Saú<strong>de</strong> (2000)<br />

sugeriu que tenha ocorrido sazonalida<strong>de</strong> e que esta foi mais variável em níveis inferiores <strong>de</strong><br />

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