Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...
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esperado <strong>no</strong> caso do impacte da exploração <strong>humana</strong> ser significativo, seria <strong>de</strong> esperar um<br />
aumento <strong>de</strong> tamanho médio na classe dimensional em causa (lapas com 30mm ou mais <strong>de</strong><br />
comprimento máximo da concha), <strong>de</strong> um período antes do Verão para outro <strong>de</strong>pois do<br />
mesmo Verão, <strong>de</strong>vido ao crescimento entretanto ocorrido <strong>no</strong>s indivíduos <strong>de</strong>sta classe. Deste<br />
modo, a referida ausência <strong>de</strong> diferenças significativas <strong>no</strong> caso <strong>de</strong>sta variação temporal do<br />
tamanho da maior lapa escolhida <strong>de</strong> modo aleatório po<strong>de</strong> ter sido <strong>de</strong>vida à exploração<br />
<strong>humana</strong> eventualmente exercida durante o Verão, sobretudo dirigida a lapas <strong>de</strong>sta<br />
dimensão em níveis inferiores <strong>de</strong> maré (secções 2 e 3).<br />
Por outro lado, este padrão temporal (valores significativamente mais elevados<br />
antes do Verão) também foi frequentemente observado na análise da abundância <strong>de</strong> lapas,<br />
bem como da sua variância por local, em ambos níveis <strong>de</strong> maré consi<strong>de</strong>rados e sobretudo<br />
<strong>no</strong> caso <strong>de</strong> Patella <strong>de</strong>pressa e <strong>de</strong> lapas pequenas (com me<strong>no</strong>s <strong>de</strong> 5mm <strong>de</strong> comprimento<br />
máximo da concha) das duas espécies <strong>de</strong> Patella analisadas.<br />
Este padrão temporal <strong>de</strong>ve estar sobretudo relacionado com o assentamento <strong>de</strong> P.<br />
<strong>de</strong>pressa e P. ulyssiponensis, cujo período anual principal parece ser, na região em estudo,<br />
correspon<strong>de</strong>nte aos meses <strong>de</strong> Outo<strong>no</strong>, Inver<strong>no</strong> e Primavera, aten<strong>de</strong>ndo à variação anual da<br />
estrutura dimensional e do ciclo reprodutivo <strong>de</strong>stas espécies analisada por Guerra e<br />
Gaudêncio (1986) <strong>no</strong> centro e sul da costa continental portuguesa, e à variação anual do<br />
estado <strong>de</strong> maturação das gónadas das mesmas espécies observada <strong>no</strong> presente trabalho<br />
(secção 7.3). Com base numa área quadrada com 1m <strong>de</strong> lado amostrada mensalmente ao<br />
longo <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> um a<strong>no</strong> em níveis inferiores (P. <strong>de</strong>pressa; Cabo Raso e sul do Algarve) ou<br />
médios (P. ulyssiponensis; uma poça <strong>de</strong> maré amostrada <strong>no</strong> sul do Algarve) <strong>de</strong> maré, estas<br />
autoras observaram uma maior abundância <strong>de</strong> indivíduos peque<strong>no</strong>s (lapas com me<strong>no</strong>s <strong>de</strong><br />
5mm <strong>de</strong> comprimento máximo da concha) em meses <strong>de</strong> Outo<strong>no</strong>, Inver<strong>no</strong> e Primavera. No<br />
respeitante à emissão <strong>de</strong> gâmetas, analisada por estas autoras na costa meridional algarvia,<br />
o principal período foi observado durante os meses <strong>de</strong> Inver<strong>no</strong> (P. <strong>de</strong>pressa) e em<br />
Dezembro e Janeiro (P. ulyssiponensis). No presente trabalho, a abundância relativa <strong>de</strong><br />
indivíduos <strong>de</strong>stas espécies com gónada <strong>de</strong>senvolvida (estados IV + , V ou IV - , segundo a<br />
classificação proposta por Orton e outros, 1956 e <strong>de</strong>scrita na secção 7.3) foi mais elevada<br />
<strong>de</strong> Novembro a Março, inclusive.<br />
No caso <strong>de</strong> Siphonaria pectinata, só se registaram diferenças significativas entre<br />
períodos do a<strong>no</strong> na análise da abundância <strong>de</strong> indivíduos gran<strong>de</strong>s (30mm> CMC ≥5mm), na<br />
qual foram observados valores significativamente mais elevados <strong>de</strong>pois do Verão. Também<br />
este padrão temporal po<strong>de</strong> estar relacionado com o assentamento <strong>de</strong>sta espécie, cujo<br />
período anual principal <strong>de</strong>verá ser, na região em estudo, correspon<strong>de</strong>nte aos meses <strong>de</strong><br />
Primavera e Verão, aten<strong>de</strong>ndo a que o principal período <strong>de</strong> <strong>de</strong>sova <strong>de</strong>sta espécie ocorreu<br />
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