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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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maiores (por exemplo, Carter, 1989; Raffaelli e Hawkins, 1996) que nas praias VMA e ACO,<br />

mais abrigadas pelo próprio Cabo <strong>de</strong> Sines em relação à ondulação <strong>de</strong> WNW e NW,<br />

dominante em Sines (Costa, 1994). Apesar <strong>de</strong>, num primeiro trabalho com indicadores <strong>de</strong><br />

agitação marítima, Silva (2002b) ter registado, em dois <strong>de</strong> três dias amostrados <strong>no</strong> Inver<strong>no</strong><br />

<strong>de</strong> 2001/2002, valores me<strong>no</strong>s elevados <strong>no</strong> Burrinho que <strong>no</strong>s Nascedios (<strong>no</strong> primeiro caso, é<br />

maior o abrigo conferido pelo Cabo <strong>de</strong> Sines, relativamente à citada ondulação dominante),<br />

não foram observadas por esta autora diferenças significativas entre um grupo, constituído<br />

por estas praias, e outro, pelos Cabos <strong>de</strong> Sines e Sardão.<br />

Por outro lado, tendo em atenção este gradiente <strong>de</strong> hidrodinamismo, bem como o<br />

abrigo, conferido pela irregularida<strong>de</strong> da linha <strong>de</strong> costa, a diversos locais <strong>de</strong> CSI, é possível<br />

que os níveis amostrados como expostos em VMA e ACO possuam condições <strong>de</strong> agitação<br />

marítima semelhantes aos níveis amostrados como abrigados em CSI. Porém, a correlação<br />

entre o número <strong>de</strong> apanhadores <strong>de</strong> lapas ou burriés e a agitação marítima em diferentes<br />

níveis <strong>de</strong> maré e <strong>de</strong> exposição à ondulação, analisada com base na totalida<strong>de</strong> das<br />

observações efectuadas, foi significativa <strong>no</strong> caso da apanha <strong>de</strong> lapas e apenas <strong>no</strong> nível<br />

mais exposto, on<strong>de</strong> foi negativa.<br />

Por último, a ausência <strong>de</strong> apanhadores <strong>de</strong> lapas e burriés <strong>no</strong>s níveis abrigados <strong>de</strong><br />

VMA e ACO sugere que, <strong>no</strong>s níveis expostos <strong>de</strong>stas praias, esta activida<strong>de</strong> é mais bem<br />

sucedida, po<strong>de</strong>ndo tal sucesso ser <strong>de</strong>vido a uma maior abundância e/ou maior tamanho das<br />

presas em causa, e/ou a outros factores. Num estudo sobre a distribuição e abundância <strong>de</strong><br />

burriés <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong>, Salvador (2002) observou com frequência uma maior<br />

abundância <strong>de</strong> Gibbula umbilicalis e Osilinus lineatus em locais me<strong>no</strong>s expostos <strong>de</strong> várias<br />

praias, embora tal padrão tenha sido me<strong>no</strong>s frequente nas outras espécies estudadas (G.<br />

pennanti e O. colubrina). No conjunto <strong>de</strong>stas quatro espécies, o padrão mais frequente<br />

observado neste trabalho foi a ausência <strong>de</strong> diferenças significativas entre zonas mais e<br />

me<strong>no</strong>s expostas à ondulação dominante. Relativamente à lapa Patella ulyssiponensis,<br />

Sousa (2002) observou maior abundância em praias do <strong>litoral</strong> alenteja<strong>no</strong> com maior<br />

hidrodinamismo (Cabo <strong>de</strong> Sines e Sardão, comparativamente a Oliveirinha e Nascedios),<br />

mas apenas em indivíduos com me<strong>no</strong>s <strong>de</strong> 3cm <strong>de</strong> comprimento máximo da concha. Em<br />

indivíduos maiores, geralmente os mais procurados pelos apanhadores <strong>de</strong> lapas (secções 3<br />

e 4), aquela autora não observou tais diferenças significativas em função do<br />

hidrodinamismo. No mesmo trabalho, a abundância da lapa P. <strong>de</strong>pressa foi muito variável<br />

em função <strong>de</strong>ste factor, embora o padrão mais frequente tenha sido a ausência <strong>de</strong><br />

diferenças significativas.<br />

Assim, não parece haver razões, em termos <strong>de</strong> abundância ou tamanho das<br />

presas, para o registo exclusivo <strong>de</strong> apanhadores <strong>de</strong> lapas e burriés em zonas expostas <strong>de</strong><br />

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