Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...
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intensida<strong>de</strong> da exploração <strong>humana</strong> <strong>no</strong> rendimento da pesca à linha <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong><br />
alenteja<strong>no</strong>.<br />
Na literatura consultada, os restantes trabalhos sobre a pesca à linha praticada a<br />
partir <strong>de</strong> terra na costa sul-africana não são tão representativos como o <strong>de</strong> Brouwer e outros<br />
(1997) e também englobam diferentes habitats costeiros, incluindo estuários. De qualquer<br />
modo, a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pescadores à linha registada <strong>no</strong> presente estudo (2/km/dia, em<br />
baixa-mar e preia-mar; 1,9/km/dia, em baixa-mar <strong>de</strong> marés vivas) foi superior à observada<br />
<strong>no</strong>s restantes trabalhos espacialmente mais representativos (0,9/km/dia, em baixa-mar <strong>de</strong><br />
marés vivas - Hockey e outros, 1988; 1,4/km/dia, sem distinção da altura da maré - Attwood<br />
e Farquhar, 1999) e só foi mais reduzida que a verificada em locais pouco extensos e<br />
sujeitos a uma elevada utilização <strong>humana</strong> (7,2/km/dia, sem distinção da altura da maré -<br />
Guastella, 1994; 14,4/km/dia, sem distinção da altura da maré - van Herwer<strong>de</strong>n e outros,<br />
1989) (tabela 2.43), o que também reforça a sugestão acima referida. Por outro lado,<br />
Attwood e Farquhar (1999) multiplicaram os dados obtidos por 2,5, com vista a aumentar a<br />
representativida<strong>de</strong> da amostragem instantânea, e Guastella (1994) quantificou o número <strong>de</strong><br />
canas à pesca, que po<strong>de</strong> ser superior ao <strong>de</strong> pescadores. Estas técnicas não foram utilizadas<br />
<strong>no</strong> presente trabalho, por terem sido obtidas amostras em diversas condições <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong><br />
e altura <strong>de</strong> maré, e por ser pouco frequente a utilização simultânea <strong>de</strong> mais do que uma<br />
cana na pesca à linha praticada a partir <strong>de</strong> terra na costa rochosa alentejana,<br />
respectivamente.<br />
É interessante verificar que, <strong>no</strong> caso do marisqueio, apesar <strong>de</strong> também terem sido<br />
registados elevados valores <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> e rendimento (tabelas 2.43 e 3.10), os<br />
resultados obtidos não <strong>de</strong>tectaram um impacte negativo da exploração <strong>humana</strong> <strong>no</strong><br />
rendimento <strong>de</strong>sta activida<strong>de</strong> <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong>. É possível que estes resultados<br />
estejam relacionados com o facto <strong>de</strong> o marisqueio ser exercido <strong>de</strong> modo espacialmente<br />
generalizado <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong>, <strong>de</strong> acordo com a reduzida variação à escala da<br />
praia (alguns milhares <strong>de</strong> metros) observada na intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta activida<strong>de</strong> (secção 2).<br />
Tendo a apanha <strong>de</strong> isco e a pesca à linha sido as activida<strong>de</strong>s que, ao nível da intensida<strong>de</strong>,<br />
apresentaram uma maior frequência <strong>de</strong> diferenças significativas entre praias (secção 2),<br />
esta variação espacial po<strong>de</strong> ter tido influência <strong>no</strong> impacte da exploração <strong>humana</strong> <strong>de</strong>tectado<br />
<strong>no</strong> rendimento da pesca à linha. No entanto, estas diferenças entre praias <strong>de</strong>veram-se<br />
sobretudo à elevada intensida<strong>de</strong> registada numa praia (Cabo <strong>de</strong> Sines) que não foi incluída<br />
<strong>no</strong> estudo da variação do rendimento em função da intensida<strong>de</strong> das activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
predação <strong>humana</strong> e, por outro lado, o factor proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong> praias are<strong>no</strong>sas turísticas não<br />
foi significativo na análise da intensida<strong>de</strong> da apanha <strong>de</strong> isco e/ou pesca à linha, tendo-se<br />
verificado o oposto <strong>no</strong> caso do marisqueio (secção 2).<br />
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