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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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quatro praias da costa sudoeste <strong>de</strong> Portugal continental, valores bastante superiores ao<br />

observado <strong>no</strong> presente trabalho (peso médio <strong>de</strong> 7,4kg <strong>de</strong> percebe capturado por pescador<br />

em meses <strong>de</strong> Verão, N= 27). Deste modo, é possível que a taxa <strong>de</strong> exploração <strong>de</strong> percebe a<br />

que está sujeita a costa <strong>de</strong> Sagres e <strong>de</strong> Vila do Bispo (principal proveniência do percebe<br />

vendido na lota <strong>de</strong> Sagres, segundo informações obtidas na região) seja maior que a<br />

registada <strong>no</strong> presente trabalho. Com efeito, a extensão <strong>de</strong> costa explorada é me<strong>no</strong>r e,<br />

provavelmente, parte das capturas não foi <strong>de</strong>scarregada na lota. Mesmo assim, esta<br />

comparação sugere que a apanha <strong>de</strong> percebe tem uma elevada importância na costa<br />

alentejana, tendo em conta que a costa <strong>de</strong> Sagres e <strong>de</strong> Vila do Bispo é, segundo muitos<br />

pescadores, a principal região portuguesa <strong>de</strong> exploração <strong>de</strong>sta espécie (Baptista, 2001;<br />

Jesus, 2003).<br />

Sustentabilida<strong>de</strong> da predação <strong>humana</strong><br />

Apanha <strong>de</strong> ouriço-do-mar<br />

Foram estimados os seguintes valores totais (peso fresco) do rendimento da<br />

apanha <strong>de</strong> P. lividus na costa rochosa alentejana: 529,6kg/km/a<strong>no</strong>, e 24,6 toneladas/a<strong>no</strong>.<br />

Este valor total <strong>de</strong> 529,6kg/km/a<strong>no</strong> é inferior ao rendimento anual da exploração do<br />

ouriço-do-mar Loxechinus albus estimado por Durán e outros (1987) em 1,5km <strong>de</strong> costa<br />

rochosa da região central do Chile: 712kg/km por mariscadores intertidais, e 5402kg/km por<br />

mergulhadores em apneia (tabela 3.10). Os mesmos autores referem que a apanha <strong>de</strong>sta<br />

espécie foi concentrada <strong>no</strong> período em que as suas gónadas atingem maior tamanho<br />

(secção 2), e não apresentaram alguma diferença entre zonas mais e me<strong>no</strong>s exploradas <strong>no</strong><br />

que diz respeito à abundância do seu stock explorável. Porém, o mesmo não suce<strong>de</strong> com<br />

outras espécies <strong>de</strong> invertebrados bentónicos intensamente pescadas pelo Homem naquela<br />

região, cujos efeitos directos parecem ser responsáveis pela diminuição da sua abundância<br />

e biomassa em locais explorados (Durán e outros, 1987). É <strong>de</strong> referir que o Chile é um dos<br />

principais países on<strong>de</strong> os ouriços-do-mar são explorados comercialmente, tendo as<br />

respectivas <strong>de</strong>scargas anuais atingido, entre 1978 e 1983, cerca <strong>de</strong> 25% do total mundial,<br />

equivalente, em média, a cerca <strong>de</strong> 48247 toneladas/a<strong>no</strong> <strong>de</strong> peso fresco (Conand e Sloan,<br />

1989).<br />

Do mesmo modo, o rendimento anual obtido <strong>no</strong> presente trabalho<br />

(529,6kg/km/a<strong>no</strong>) é inferior ao obtido entre 1999 e 2001 na Galiza (1954,6kg/km/a<strong>no</strong>; tabela<br />

3.10), com base em <strong>de</strong>scargas da pesca comercial (CPAM, 2002). Neste período, o valor<br />

médio das <strong>de</strong>scargas anuais efectuadas nesta região espanhola atingiu cerca <strong>de</strong> 393,3<br />

toneladas (peso fresco; CPAM, 2002).<br />

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