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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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exemplo, <strong>de</strong> Corallina officinalis, uma das espécies <strong>de</strong> algas folhosas mais abundantes <strong>no</strong>s<br />

níveis <strong>de</strong> maré amostrados nesta experiência (Saú<strong>de</strong>, 2000; Silva, 2002b), é possível que a<br />

quebra e o arranque <strong>de</strong> algas folhosas referidos tenham contribuído também para o<br />

aumento, <strong>no</strong>s territórios em causa, da abundância <strong>de</strong> algas encrustantes duras, mais<br />

resistentes aos efeitos da agitação marítima (ver acima). No entanto, é <strong>de</strong> referir que<br />

também algumas algas folhosas po<strong>de</strong>m ser bastante resistentes ao impacte mecânico das<br />

ondas, como é o caso das algas calcárias do género Corallina, po<strong>de</strong>ndo essa resistência<br />

conferir-lhes vantagens competitivas, em períodos <strong>de</strong> agitação marítima mais elevada,<br />

relativamente a outras algas folhosas me<strong>no</strong>s resistentes a este tipo <strong>de</strong> stress, como é o<br />

caso das filamentosas (Bene<strong>de</strong>tti-Cecchi e Cinelli, 1994; Airoldi, 2000). Com efeito,<br />

Bene<strong>de</strong>tti-Cecchi e Cinelli (1994) observaram um maior recrutamento <strong>de</strong> algas geniculadas<br />

calcárias (sobretudo Corallina elongata e Haliptilon virgatum) entre Setembro e Dezembro, e<br />

<strong>de</strong> algas filamentosas em meses <strong>de</strong> Primavera e Verão, numa experiência manipulativa<br />

(raspagem das macroalgas erectas) realizada em níveis inferiores <strong>de</strong> maré da costa<br />

oci<strong>de</strong>ntal italiana.<br />

... - importância da dimensão das lapas<br />

A referida maior variação percentual da área coberta por algas encrustantes duras<br />

observada <strong>no</strong>s territórios que foram sujeitos ao tratamento G po<strong>de</strong>rá ter sido <strong>de</strong>vida ao facto<br />

<strong>de</strong>, nestes territórios, terem sido removidas as lapas <strong>de</strong> tamanho gran<strong>de</strong>, que po<strong>de</strong>riam<br />

raspar e consumir essas algas (Steneck e Watling, 1982, referem, citando o trabalho <strong>de</strong><br />

outro autor, uma associação <strong>de</strong> P. ulyssiponensis com a alga encrustante dura Lithophyllum,<br />

embora sem apresentar evidência <strong>de</strong> consumo alimentar; Della Santina e outros, 1993,<br />

constataram a ingestão, por P. ulyssiponensis, <strong>de</strong> Corallina elongata, alga folhosa calcária<br />

que possui uma base encrustante), ao passo que, <strong>no</strong>s territórios <strong>de</strong> controlo, as lapas com<br />

essa dimensão não foram removidas e a sua abundância foi significativamente maior que<br />

<strong>no</strong>s outros tratamentos (ver atrás). No entanto, <strong>no</strong>s territórios que foram sujeitos ao<br />

tratamento T, on<strong>de</strong> todas as lapas foram removidas, a recolonização <strong>de</strong> lapas médias e<br />

gran<strong>de</strong>s parece ter sido semelhante à ocorrida <strong>no</strong>s territórios que foram sujeitos ao<br />

tratamento G, não tendo sido <strong>de</strong>tectadas diferenças entre estes tratamentos na maioria das<br />

análises da área vital <strong>de</strong>stes moluscos e da área coberta por outros organismos. Assim,<br />

tendo em consi<strong>de</strong>ração as variáveis quantificadas neste estudo, não parece ter existido<br />

alguma razão para as referidas diferenças entre os tratamentos G e T (valores médios<br />

globais da variação percentual da área <strong>de</strong> algas encrustantes duras mais elevados <strong>no</strong><br />

tratamento G) po<strong>de</strong>ndo outros factores não testados terem sido responsáveis por tal padrão.<br />

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