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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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está <strong>de</strong> acordo com as gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> percebe <strong>no</strong>rmalmente capturadas por<br />

pescador (secção 3). De qualquer forma, é possível que a maior rentabilida<strong>de</strong> do marisqueio<br />

em períodos <strong>de</strong> baixa-mar, quando foi observado um maior número <strong>de</strong> pessoas em<br />

activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> predação, tenha contribuído <strong>de</strong> modo importante para aumentar a intensida<strong>de</strong><br />

do marisqueio, face à pesca à linha.<br />

Tendo em atenção a listagem dos principais taxa explorados <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong><br />

alenteja<strong>no</strong>, apresentada na introdução a este capítulo (tabela 2.1), são vários os taxa cuja<br />

exploração com fins recreativos foi consi<strong>de</strong>rada importante. Dos 35 taxa listados, 16 foram<br />

consi<strong>de</strong>rados importantes para tais activida<strong>de</strong>s recreativas, embora o mesmo se passe<br />

apenas com 9 taxa, relativamente às activida<strong>de</strong>s exercidas com fins <strong>de</strong> subsistência<br />

alimentar directa ou comercialização das capturas. Desses 16, apenas a 9 foi atribuída<br />

maior importância e, <strong>de</strong>stes: 5 são peixes, presas preferenciais das pescas à linha e<br />

submarina; 1 correspon<strong>de</strong> a minhocas-do-mar, um dos iscos mais utilizados na pesca à<br />

linha; e, os restantes, são o percebe, a navalheira e o polvo, também com elevada<br />

importância para as referidas subsistência ou comercialização.<br />

Segundo Siegfried e outros (1994), a exploração comercial <strong>de</strong>stes recursos vivos<br />

em litorais e costas <strong>rochoso</strong>s do Chile e da África do Sul é dirigida a <strong>de</strong>terminadas espécies<br />

mais proveitosas (com interesse comercial, abundantes e fáceis <strong>de</strong> capturar em gran<strong>de</strong>s<br />

quantida<strong>de</strong>s e em áreas extensas), sendo a diversida<strong>de</strong> das espécies comercializadas<br />

bastante me<strong>no</strong>r que a das exploradas para subsistência. Como acima foi referido, tal<br />

diferença não se verificou <strong>no</strong> presente trabalho, tendo sido apenas evi<strong>de</strong>nte entre a<br />

diversida<strong>de</strong> das espécies exploradas para subsistência ou comercialização e as que o são<br />

para fins predominantemente lúdico-recreativos. De qualquer modo, a espécie <strong>de</strong> marisco<br />

com maior importância comercial neste tipo <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s em exercício <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong><br />

alenteja<strong>no</strong>, o percebe (Cruz, 2000), possui características semelhantes às referidas pelos<br />

autores acima citados. Com efeito, a sua apanha po<strong>de</strong> envolver quantida<strong>de</strong>s gran<strong>de</strong>s, até<br />

algumas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> quilos por pescador e por baixa-mar, sendo a activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> predação<br />

que parece ser mais frequentemente praticada com intuitos comerciais e sem fins<br />

recreativos ou <strong>de</strong> subsistência <strong>no</strong> habitat em estudo.<br />

Assim, a exploração <strong>humana</strong> exercida <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong> parece situar-<br />

se numa posição intermédia e mista, entre a que é <strong>de</strong>senvolvida <strong>no</strong>s litorais <strong>rochoso</strong>s do<br />

Chile e <strong>de</strong> certas regiões da África do Sul, <strong>de</strong>dicada sobretudo ao marisqueio para<br />

alimentação directa dos pescadores ou comercialização, e a que é praticada com fins<br />

predominantemente lúdico-recreativos, como na Austrália e <strong>no</strong>utras regiões sul-africanas.<br />

Em Portugal, o marisqueio intertidal exercido com fins <strong>de</strong> subsistência também po<strong>de</strong> ser<br />

importante, tal como referem Guerra e Gaudêncio (1986), numa opinião não <strong>de</strong>monstrada<br />

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