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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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Tal como foi observado <strong>no</strong> presente trabalho, também Durán e outros (1987), num<br />

estudo sobre a intensida<strong>de</strong> da predação <strong>humana</strong> numa costa rochosa do Chile central com<br />

1,5km <strong>de</strong> extensão, registaram maior abundância <strong>de</strong> mariscadores intertidais (em média,<br />

cerca <strong>de</strong> 1,9 pessoas por quilómetro e por dia) durante a baixa-mar, embora a mesma<br />

relação não tenha sido verificada <strong>no</strong> caso da pesca submarina, também importante (em<br />

média, cerca <strong>de</strong> 0,6 pessoas por quilómetro e por dia) nessa região. Do mesmo modo,<br />

Lasiak e Field (1995) referem que a apanha <strong>de</strong> marisco em litorais <strong>rochoso</strong>s da costa<br />

oriental sul-africana é sobretudo efectuada durante a baixa-mar.<br />

Generalizando os resultados obtidos por Un<strong>de</strong>rwood e Kennelly (1990) e por<br />

Kingsford e outros (1991) em estudos sobre a exploração <strong>humana</strong> <strong>de</strong> litorais <strong>rochoso</strong>s do<br />

estado <strong>de</strong> New South Wales (Austrália), Un<strong>de</strong>rwood (1993) refere que, sempre que ocorre<br />

uma baixa-mar diurna, e se o mar não está <strong>de</strong>masiado agitado e o tempo <strong>de</strong>masiado<br />

inclemente, haverá pessoas a capturar organismos intertidais, para isco ou alimento, nesta<br />

região costeira. No entanto, em duas análises que incluíram o factor altura da maré,<br />

Kingsford e outros (1991) obtiveram diferenças significativas entre a abundância <strong>de</strong> pessoas<br />

em baixa e preia-mar apenas num dos casos e, neste, apenas nas activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> predação<br />

amostradas durante o Inver<strong>no</strong>. Apesar <strong>de</strong>stas diferenças, os mesmos autores não<br />

apresentaram o padrão obtido, referindo que os respectivos valores médios diferiram pouco<br />

em função da altura <strong>de</strong> maré.<br />

Variação entre períodos <strong>de</strong> marés vivas e mortas<br />

Esta variação foi sobretudo importante em baixa-mar, durante a qual o padrão mais<br />

frequente foi V(marés vivas)>M(marés mortas). Este padrão foi mais comum quando ocorreu<br />

um maior número <strong>de</strong> pessoas, como nas activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> marisqueio ou em dias não úteis. O<br />

padrão oposto foi pouco frequente mas ocorreu mais vezes em activida<strong>de</strong>s diferentes do<br />

marisqueio intertidal, como a apanha <strong>de</strong> isco e pesca à linha, o passeio ou repouso e a<br />

pesca submarina. A ausência <strong>de</strong> diferenças significativas foi mais frequente em dias úteis,<br />

durante a preia-mar ou em activida<strong>de</strong>s como a apanha <strong>de</strong> isco e pesca à linha, o passeio ou<br />

repouso, e a apanha <strong>de</strong> percebe, lapas e burriés.<br />

Como refere Lasiak (1997), esta análise temporal po<strong>de</strong> ser confundida pelo facto<br />

<strong>de</strong> os períodos <strong>de</strong> baixa-mar <strong>de</strong> marés vivas e <strong>de</strong> preia-mar <strong>de</strong> marés mortas terem sido<br />

amostrados sempre <strong>de</strong> manhã e, os restantes, sempre <strong>de</strong> tar<strong>de</strong>. Tal suce<strong>de</strong>u <strong>de</strong>vido ao<br />

facto <strong>de</strong> terem sido estudadas apenas activida<strong>de</strong>s diurnas, que foram analisadas em<br />

períodos diur<strong>no</strong>s suficientemente longos para serem explorados e amostrados. De qualquer<br />

modo, os padrões <strong>de</strong> variação observados em função da amplitu<strong>de</strong> da maré estão <strong>de</strong><br />

acordo com informações previamente obtidas <strong>no</strong> presente trabalho, segundo as quais a<br />

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