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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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1992). Por outro lado, segundo os mesmos autores, a relativa necessida<strong>de</strong> do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma tal relação po<strong>de</strong> surgir em condições <strong>de</strong> baixa produtivida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong><br />

elevada procura alimentar por parte dos herbívoros, ou por ambas.<br />

Em níveis inferiores <strong>de</strong> maré do <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong>, P. ulyssiponensis habita<br />

em territórios claramente <strong>de</strong>finidos entre agrupamentos turfosos <strong>de</strong> algas folhosas, nestes<br />

territórios habitam algas que, <strong>no</strong> mesmo nível <strong>de</strong> maré, não ocorrem fora <strong>de</strong>les (Ralfsia e<br />

Nemo<strong>de</strong>rma tingitana, presentes em todos os territórios alimentares individualmente<br />

amostrados em t0 e <strong>no</strong>s territórios do tratamento <strong>de</strong> controlo amostrados em t1; ver atrás), e<br />

possui provavelmente comportamento <strong>de</strong> retor<strong>no</strong> a casa (ver atrás). Apesar <strong>de</strong>sta<br />

distribuição e <strong>de</strong>ste comportamento, cada exemplar <strong>de</strong> P. ulyssiponensis co-habita, <strong>no</strong><br />

mesmo território alimentar, com outros indivíduos potencialmente competidores, da mesma<br />

espécie e/ou <strong>de</strong> outras espécies <strong>de</strong> moluscos herbívoros. Por outro lado, o resultado mais<br />

evi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>ste trabalho foi o efeito negativo da remoção <strong>de</strong> lapas na área <strong>de</strong> rocha nua,<br />

tendo sido acima sugerido que este efeito é directo, <strong>de</strong>vido ao consumo, por estes<br />

moluscos, <strong>de</strong>signadamente do género Patella, da película microbiana e <strong>de</strong>trítica que raspam<br />

na superfície <strong>de</strong> substratos duros para se alimentarem <strong>de</strong> microalgas bentónicas (por<br />

exemplo, diatomáceas e cia<strong>no</strong>bactérias), esporos e propágulos germinais <strong>de</strong> algas, e<br />

<strong>de</strong>tritos orgânicos, para além <strong>de</strong> macrófitos (ver atrás). Mesmo que esta película não seja o<br />

principal alimento <strong>de</strong> P. ulyssiponensis, é possível que esta lapa não <strong>de</strong>penda sobretudo do<br />

consumo <strong>de</strong> alguma espécie <strong>de</strong> macroalga, como Ralfsia, Nemo<strong>de</strong>rma tingitana ou outra<br />

alga encrustante. Com efeito, dos 21 taxa <strong>de</strong> algas que Della Santina e Chelazzi (1993)<br />

observaram <strong>no</strong> conteúdo digestivo <strong>de</strong> 50 exemplares <strong>de</strong> P. ulyssiponensis, 10 eram<br />

diatomáceas ou cia<strong>no</strong>bactérias e, os restantes, eram outras algas filamentosas, e algas<br />

encrustantes ou calcárias, tendo os taxa mais frequentes sido diatomáceas, cia<strong>no</strong>bactérias e<br />

outras algas filamentosas. Por outro lado, numa experiência <strong>de</strong> remoção <strong>de</strong> lapas (P.<br />

ulyssiponensis e P. rustica) em níveis médios <strong>de</strong> maré <strong>de</strong> molhes artificiais, Bulleri e outros<br />

(2000) observaram efeitos negativos importantes e relativamente consistentes <strong>de</strong>stes<br />

moluscos, <strong>no</strong>meadamente <strong>de</strong> P. ulyssiponensis, em algas filamentosas. Assim, embora P.<br />

ulyssiponensis possa alimentar-se directamente <strong>de</strong> algas encrustantes duras ou moles,<br />

como Ralfsia (ver acima), é possível que a utilização, por esta lapa, das algas encrustantes<br />

que co-habitam <strong>no</strong>s seus territórios alimentares, envolva também o consumo <strong>de</strong> algas<br />

epífitas que sobre elas assentam e crescem, como diatomáceas, cia<strong>no</strong>bactérias e outras<br />

algas filamentosas (ver atrás). Deste modo, não parece que P. ulyssiponensis “jardine” as<br />

algas do seu território, ou mesmo que possua qualquer reciprocida<strong>de</strong> adaptativa (Steneck,<br />

1992) com as diversas espécies <strong>de</strong> algas e animais que co-habitam <strong>no</strong>s seus territórios<br />

alimentares. No entanto, <strong>de</strong> acordo com a literatura consultada, conhece-se muito pouco<br />

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