05.06.2013 Views

Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

mantidos por entre uma turfa <strong>de</strong> algas folhosas coralináceas, Dye (1993) observou<br />

diferenças significativas entre um local sujeito a exploração <strong>humana</strong> e outro situado numa<br />

área protegida, em que esta exploração era me<strong>no</strong>r: a abundância <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> algas foi<br />

maior <strong>no</strong> local explorado, on<strong>de</strong> a abundância <strong>de</strong> lapas e rocha nua foram me<strong>no</strong>res. Assim,<br />

<strong>no</strong>s dois estudos acima referidos, foi estimada a área ocupada por territórios alimentares <strong>de</strong><br />

lapas (área vital) e, <strong>no</strong> estudo manipulativo, foi também estimada a área ocupada, nesses<br />

territórios, por rocha nua, algas encrustantes (moles e duras) e cracas.<br />

No caso do primeiro estudo acima referido, os padrões <strong>de</strong> variação da abundância<br />

<strong>de</strong> lapas em função da intensida<strong>de</strong> da predação <strong>humana</strong> também foram analisados em<br />

níveis médios <strong>de</strong> maré. No substrato emergente <strong>de</strong>stes níveis, a espécie <strong>de</strong> lapa mais<br />

abundante <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong> é Patella <strong>de</strong>pressa (Sousa, 2000; Boaventura e<br />

outros, 2002c; Silva, 2002b). Apesar <strong>de</strong> esta espécie não ter sido dominante, em termos<br />

numéricos ou pon<strong>de</strong>rais, nas capturas <strong>de</strong> lapas observadas <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong><br />

(secção 3), a apanha <strong>de</strong> lapas e burriés foi mais intensa em níveis médios, ou mesmo<br />

superiores, <strong>de</strong> maré <strong>de</strong> duas praias da região em estudo (Amoreiras/Casca/Oliveirinha e<br />

Vale Marim; ver secção 2), quando comparada com a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta activida<strong>de</strong> exercida<br />

em níveis intertidais inferiores.<br />

No entanto, a análise conjunta das activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apanha <strong>de</strong> lapas e burriés po<strong>de</strong><br />

ter influenciado, <strong>de</strong> modo importante, o padrão vertical observado, tendo em conta que as<br />

espécies <strong>de</strong> burrié mais capturadas (Osilinus lineatus e O. colubrina), bem como Gibbula<br />

umbilicalis, são mais abundantes em níveis <strong>de</strong> maré médios e superiores (Salvador, 2002;<br />

secção 2). Com efeito, na única praia em que foi testada a variação entre níveis <strong>de</strong> maré da<br />

intensida<strong>de</strong> da apanha <strong>de</strong> lapas (Cabo <strong>de</strong> Sines), esta activida<strong>de</strong> foi significativamente mais<br />

intensa em níveis intertidais inferiores, embora não tenha sido verificado algum padrão<br />

vertical <strong>no</strong>s locais mais expostos à ondulação (secção 2).<br />

Por outro lado, sendo Amoreiras/Casca/Oliveirinha e Vale Marim relativamente<br />

próximas <strong>de</strong> praias are<strong>no</strong>sas, é provável que, <strong>no</strong> Verão, quando a apanha <strong>de</strong> lapas e burriés<br />

foi mais intensa na região <strong>litoral</strong> em estudo, gran<strong>de</strong> parte dos apanhadores observados<br />

nestas praias fossem banhistas, que para elas se <strong>de</strong>slocaram na baixa-mar e utilizaram<br />

sobretudo níveis médios e superiores <strong>de</strong> maré, cuja exploração é mais fácil e me<strong>no</strong>s<br />

arriscada que a <strong>de</strong> níveis inferiores (secção 2).<br />

Deste modo, é <strong>de</strong> esperar que o impacte da apanha <strong>de</strong> lapas seja me<strong>no</strong>r <strong>no</strong> nível<br />

médio, relativamente ao esperado <strong>no</strong> nível inferior, e que esta diferença seja maior nas<br />

praias sujeitas a me<strong>no</strong>r intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exploração <strong>humana</strong>. Ao nível da abundância, é <strong>de</strong><br />

esperar que o impacte <strong>de</strong>sta activida<strong>de</strong> seja mais <strong>no</strong>tório em lapas com tamanho explorado<br />

pelo Homem na região em estudo (comprimento máximo da concha igual ou superior a<br />

218

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!