05.06.2013 Views

Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

nacional (Hol<strong>de</strong>n, 1994; Kelleher e outros, 1995; Vasconcelos, 2000) como europeu<br />

(Hol<strong>de</strong>n, 1994; OSPAR Commission, 2000a; CCE, 2001).<br />

Com efeito, Cruz (2000) refere a ineficácia da fiscalização da apanha <strong>de</strong><br />

percebe na Reserva Natural das Berlengas, totalmente proibida nesta área protegida<br />

entre 1989 e 1999. Esta situação foi, entretanto, corrigida pelo Decreto Regulamentar n.º<br />

32/99, <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> Dezembro, que possibilitou a implementação, alguns meses <strong>de</strong>pois, <strong>de</strong><br />

um regulamento da apanha <strong>de</strong>sta espécie nesta área protegida (Portaria n.º 378/2000, <strong>de</strong><br />

27 <strong>de</strong> Junho). Embora se <strong>de</strong>sconheça a eficácia da aplicação <strong>de</strong>ste regulamento na<br />

gestão sustentada <strong>de</strong>ste recurso na Reserva Natural das Berlengas, esta legislação é um<br />

caso raro <strong>no</strong> pa<strong>no</strong>rama das áreas protegidas portuguesas que incluem litorais <strong>rochoso</strong>s<br />

extensos e on<strong>de</strong> são exercidas activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> exploração <strong>humana</strong> <strong>de</strong> recursos vivos.<br />

Efectivamente, <strong>de</strong>sconhece-se a existência <strong>de</strong> outros regulamentos <strong>de</strong>ste tipo<br />

que condicionem estas activida<strong>de</strong>s nas áreas protegidas referidas (<strong>no</strong> continente,<br />

possuem litorais <strong>rochoso</strong>s extensos os Parques Naturais <strong>de</strong> Sintra-Cascais, da Arrábida,<br />

e do Sudoeste Alenteja<strong>no</strong> e Costa Vicentina, e a Reserva Natural das Berlengas), com<br />

excepção das açorianas e ma<strong>de</strong>irenses (<strong>no</strong> caso das açorianas, ver Santos e outros,<br />

1995 e Ferraz, 1998). No restante <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> português, estas activida<strong>de</strong>s <strong>humana</strong>s<br />

são apenas condicionadas em áreas portuárias, cujo substrato é, geralmente, artificial.<br />

Num estudo efectuado com base em inquéritos lançados a associações<br />

ambientalistas europeias, An<strong>de</strong>rsson e outros (2003) referem a ausência <strong>de</strong> estratégia<br />

para a protecção do ambiente marinho em Portugal, cujas áreas marinhas protegidas<br />

(AMP) criadas em 1998 (Parque Natural da Arrábida e Reserva Natural das Berlengas)<br />

não possuem pla<strong>no</strong>s <strong>de</strong> gestão. No mesmo trabalho, Portugal foi agrupado com a<br />

Dinamarca, Espanha e França, cujos recentes esforços <strong>de</strong> protecção do ambiente<br />

marinho foram consi<strong>de</strong>rados reduzidos, em comparação com as restantes nações<br />

costeiras do Atlântico <strong>no</strong>r<strong>de</strong>ste.<br />

Po<strong>de</strong>, assim, dizer-se que, em Portugal, a zona intertidal rochosa é, na sua<br />

maioria, um espaço comum (<strong>no</strong> sentido dado por Hardin, 1968), em que todos po<strong>de</strong>mos<br />

capturar tudo, quando e em que quantida<strong>de</strong> quisermos, apenas condicionados pelo<br />

estado do mar, da maré, do tempo atmosférico e dos acessos, ou pela <strong>no</strong>ssa<br />

disponibilida<strong>de</strong>. Esta possibilida<strong>de</strong>, em conjunto com a intensa e tradicional exploração<br />

<strong>humana</strong> <strong>de</strong> recursos vivos marinhos em Portugal (ver acima), com a também intensa e<br />

tradicional utilização <strong>de</strong> organismos marinhos na alimentação dos Portugueses (na qual,<br />

a importância relativa do consumo <strong>de</strong> crustáceos e moluscos aumentou <strong>de</strong> 8 para 15%<br />

na capitação bruta <strong>de</strong> pescado, entre 1986 e 1996, <strong>de</strong> acordo com INE e DGPA, 1998;<br />

ver acima) e com a concentração <strong>de</strong> aglomerados huma<strong>no</strong>s na região costeira<br />

portuguesa (INE, 1992), conduz inevitavelmente à frequente, regular e crescente<br />

5

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!