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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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eferida tendência <strong>de</strong> aumento da procura <strong>de</strong> marisco e da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da população <strong>humana</strong><br />

<strong>no</strong> <strong>litoral</strong> português, à mencionada facilida<strong>de</strong> da captura <strong>de</strong> lapas, ainda abundantes ao<br />

longo da zona intertidal, e à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exaustão do stock <strong>de</strong> outras espécies <strong>de</strong><br />

marisco mais capturadas, como é o caso do percebe.<br />

Assim, estes resultados indicam que o potencial aumento da intensida<strong>de</strong> da<br />

apanha <strong>de</strong> lapas na região em estudo <strong>de</strong>veria ser condicionado por medidas <strong>de</strong> gestão, com<br />

vista à utilização sustentável <strong>de</strong>stes recursos vivos e dos seus habitats.<br />

De acordo com informações obtidas junto <strong>de</strong> pescadores locais, <strong>no</strong> final da década<br />

<strong>de</strong> 80 do século passado e <strong>no</strong> início da década seguinte, chegaram a ser colhidas lapas em<br />

diversos locais da costa alentejana (por exemplo, <strong>no</strong>s Nascedios, em Almograve e <strong>no</strong> Cabo<br />

Sardão), que se <strong>de</strong>stinavam a ser consumidas frescas <strong>no</strong>s Açores, após transporte aéreo.<br />

Com efeito, Menezes (1991) refere que a importação <strong>de</strong> lapas para os Açores, vindas do<br />

continente português e <strong>de</strong> Espanha, se iniciou em 1989. Efectivamente, foi naquele período<br />

que a apanha <strong>de</strong> lapas sofreu um rápido <strong>de</strong>clínio nalgumas ilhas açorianas, colapsou (1988)<br />

e foi totalmente proibida (1989), tendo sido reactivada nalgumas ilhas em 1990 e sujeita a<br />

um regulamento específico a partir <strong>de</strong> 1993 (Hawkins e outros, 2000; Ferraz e outros, 2001).<br />

Embora não tenha sido possível obter dados quantitativos sobre estas exportações<br />

<strong>de</strong> lapas para os Açores, as informações acima citadas sugerem que esta activida<strong>de</strong><br />

comercial tenha provocado, <strong>no</strong> período referido, um aumento significativo da intensida<strong>de</strong> da<br />

apanha <strong>de</strong> lapas <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> alenteja<strong>no</strong>, existindo, assim, potencialida<strong>de</strong> para que tal aconteça<br />

<strong>de</strong> <strong>no</strong>vo.<br />

Vulnerabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> P. ulyssiponensis à exploração <strong>humana</strong><br />

Para além dos Açores, em muitas outras regiões costeiras (por exemplo, da<br />

Califórnia, do Chile, da Costa Rica, do Havai, das Ilhas Canárias, da Melanésia, do México,<br />

da África do Sul), foram já registados <strong>de</strong>clínios drásticos na <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e/ou <strong>no</strong> tamanho <strong>de</strong><br />

lapas sujeitas a uma intensa exploração <strong>humana</strong>, indicando que estes moluscos são muito<br />

vulneráveis à sobreexploração (<strong>no</strong> caso dos Açores, ver Santos e outros, 1995, Hawkins e<br />

outros, 2000, e Ferraz e outros, 2001; <strong>no</strong>s restantes casos, ver Eekhout e outros, 1992,<br />

Branch e More<strong>no</strong>, 1994, Bustamante e outros, 1994, Hockey, 1994, Pombo e Escofet, 1996,<br />

Kyle e outros, 1997; Branch e O<strong>de</strong>ndaal, 2003, e Roy e outros, 2003). Com vista à utilização<br />

sustentável <strong>de</strong>stes recursos, nestas e <strong>no</strong>utras regiões foram impostas ou recomendadas<br />

medidas <strong>de</strong> gestão para controlar a exploração <strong>humana</strong> <strong>de</strong> lapas (ver as mesmas obras e<br />

Castilla e Defeo, 2001).<br />

Em nenhum <strong>de</strong>stes casos parece ter estado envolvida a exploração <strong>de</strong> P.<br />

ulyssiponensis, embora Ferraz e outros (2001) refiram que P. ulyssiponensis aspera é uma<br />

199

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