Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...
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Verão e Inver<strong>no</strong> <strong>no</strong> respeitante à abundância <strong>de</strong> pescadores à linha, assim como <strong>de</strong><br />
pessoas em activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> exploração <strong>de</strong> organismos. No entanto, como acima foi referido,<br />
é possível que esta ausência <strong>de</strong> diferenças significativas esteja relacionada, em parte, com<br />
o facto <strong>de</strong> aqueles autores não terem amostrado dias chuvosos. Por outro lado, esse<br />
resultado po<strong>de</strong> também estar relacionado com o principal <strong>de</strong>sti<strong>no</strong> dos invertebrados<br />
capturados pelo Homem <strong>no</strong>s litorais <strong>rochoso</strong>s daquela região. Com efeito, os mesmos<br />
autores referem que estes invertebrados são maioritariamente utilizados como isco para a<br />
pesca à linha. Porém, quando a variação sazonal da apanha <strong>de</strong> isco e da pesca à linha<br />
praticadas em baixa-mar foi analisada em conjunto <strong>no</strong> presente trabalho, verificaram-se<br />
sempre valores mais elevados <strong>no</strong> Verão e me<strong>no</strong>res <strong>no</strong> Inver<strong>no</strong>. Contrariamente, van<br />
Herwer<strong>de</strong>n e outros (1989) não observaram variação sazonal (Verão versus Inver<strong>no</strong>) na<br />
apanha <strong>de</strong> isco, mas esta variação temporal foi significativa nas activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesca à<br />
linha.<br />
Do mesmo modo, Joubert (1981) observou na costa oriental sul-africana um maior<br />
número <strong>de</strong> pescadores à linha durante o Outo<strong>no</strong> e o Inver<strong>no</strong>, quando também o rendimento<br />
<strong>de</strong>sta activida<strong>de</strong> foi maior <strong>de</strong>vido à migração das duas espécies mais pescadas, uma das<br />
quais correspon<strong>de</strong> à salema (Sarpa salpa). As observações efectuadas ao longo <strong>de</strong>ste<br />
trabalho, bem como as informações obtidas junto <strong>de</strong> pescadores locais, sugerem que<br />
também na região em estudo a captura <strong>de</strong>sta espécie por pesca à linha a partir <strong>de</strong> terra é<br />
mais frequente <strong>no</strong>s meses <strong>de</strong> Inver<strong>no</strong>. Como é referido na secção 7.1, a bo<strong>de</strong>lha (Fucus<br />
spiralis), conhecida também como erva-salema, é exclusivamente usada como isco na<br />
pesca à linha com cana <strong>de</strong> salema (S. salpa), e a apanha <strong>de</strong>sta alga é efectuada com mais<br />
frequência <strong>no</strong> Inver<strong>no</strong>.<br />
De qualquer modo, a referida ausência <strong>de</strong> diferenças significativas observada por<br />
Kingsford e outros (1991) <strong>no</strong> caso da pesca à linha, e a me<strong>no</strong>r variação sazonal <strong>de</strong>sta<br />
activida<strong>de</strong> observada <strong>no</strong> presente trabalho, estão possivelmente relacionadas com o facto<br />
<strong>de</strong> que esta activida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser exercida em diferentes condições <strong>de</strong> agitação marítima.<br />
Com efeito, <strong>de</strong> acordo com as observações e informações obtidas ao longo do presente<br />
trabalho, a pesca à linha com cana, quando praticada a partir <strong>de</strong> terra, parece ser, das<br />
activida<strong>de</strong>s em estudo, a que me<strong>no</strong>s <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do estado <strong>de</strong> agitação marítima, pois, mesmo<br />
quando o mar está muito agitado, po<strong>de</strong> ser efectuada a partir <strong>de</strong> arribas ou falésias<br />
sobranceiras ao local <strong>de</strong> exploração.<br />
Contrariamente, segundo as mesmas observações e informações, a pesca<br />
submarina parece ser a activida<strong>de</strong> mais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do estado <strong>de</strong> agitação marítima e da<br />
turbi<strong>de</strong>z da água, sendo mais frequente com o mar mais calmo e me<strong>no</strong>s turvo, por questões<br />
<strong>de</strong> segurança e visibilida<strong>de</strong> do pescador, respectivamente. Com efeito, Smith e outros<br />
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