Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...
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primeiras, uma maior abundância <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas espécies <strong>de</strong> peixes que, <strong>de</strong>vido a<br />
diversas características (por exemplo, gran<strong>de</strong> voracida<strong>de</strong> ou territorialida<strong>de</strong>), são<br />
frequentemente capturadas por pescadores à linha. Do mesmo modo, Westera e outros<br />
(2003) observaram um impacte significativo e negativo provocado pela pesca à linha<br />
recreativa na estrutura <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> peixes e na abundância das principais presas,<br />
comparando vários locais <strong>de</strong> uma AMP on<strong>de</strong> só esta activida<strong>de</strong> era permitida com outros<br />
on<strong>de</strong> todas as activida<strong>de</strong>s pesqueiras eram proibidas.<br />
Os referidos trabalhos <strong>de</strong> Koslow e outros (1988), Alcala e Russ (1990), e <strong>de</strong><br />
Bennett e Attwood (1991) <strong>de</strong>tectaram efeitos significativos e negativos da intensida<strong>de</strong> da<br />
exploração <strong>humana</strong> <strong>no</strong> rendimento <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s pesqueiras. No caso do último trabalho,<br />
que analisou uma das activida<strong>de</strong>s <strong>humana</strong>s amostradas <strong>no</strong> presente estudo - a pesca à<br />
linha a partir <strong>de</strong> terra -, a protecção conferida por uma reserva marinha na costa sul-africana<br />
aumentou o rendimento da captura das principais espécies-presa. Noutro trabalho sobre<br />
este assunto (Bennett e Attwood, 1993), os mesmos autores compararam resultados <strong>de</strong><br />
vários estudos similares efectuados ao longo da costa sul-africana e observaram uma<br />
relação entre o rendimento da pesca à linha (na costa e a partir <strong>de</strong> terra) e o grau <strong>de</strong><br />
exploração, tendo sugerido que a abundância das espécies costeiras capturadas <strong>no</strong> âmbito<br />
<strong>de</strong>sta activida<strong>de</strong> é particularmente sensível à exploração exercida por pescadores à linha.<br />
Em consequência <strong>de</strong>sta intensa exploração <strong>de</strong> recursos pesqueiros e do seu impacte<br />
ecológico, vários trabalhos foram realizados sobre a intensida<strong>de</strong> e a gestão das activida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> pesca à linha na costa sul-africana, <strong>no</strong>s quais é geralmente <strong>no</strong>tória a preocupação com a<br />
possível sobreexploração <strong>de</strong>stes recursos (por exemplo, Coetzee e outros, 1989; Bennett e<br />
outros, 1994; Attwood e Bennett, 1995; Brouwer e outros, 1997; McGrath e outros, 1997;<br />
Attwood e Farquhar, 1999; Penney e outros, 1999).<br />
A referida relação evi<strong>de</strong>nciada pelos trabalhos <strong>de</strong> Bennett e Attwood (1991; 1993)<br />
reforça a sugestão <strong>de</strong>corrente dos resultados do presente estudo, <strong>no</strong> respeitante ao impacte<br />
negativo da intensida<strong>de</strong> da exploração <strong>humana</strong> <strong>no</strong> rendimento da pesca à linha <strong>no</strong> <strong>litoral</strong><br />
<strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong>. No entanto, estes autores utilizaram técnicas <strong>de</strong> amostragem directas e<br />
padronizadas na avaliação <strong>de</strong>ste impacte, tendo sido os próprios amostradores que<br />
<strong>de</strong>sempenharam o papel <strong>de</strong> pescador à linha. No presente trabalho, a amostragem baseou-<br />
se na estimativa do peso <strong>de</strong> peixes capturados por pescadores à linha, feita por observação<br />
directa durante um <strong>de</strong>terminado período <strong>de</strong> tempo, não tendo havido alguma padronização<br />
da experiência dos pescadores, bem como do equipamento ou do isco utilizados. Embora<br />
estes factores possam ser importantes para o rendimento da pesca, foi pressuposto que<br />
variariam <strong>de</strong> modo aleatório, <strong>de</strong>sconhecendo-se a sua influência <strong>no</strong>s resultados obtidos. Em<br />
estudos futuros a realizar na costa alentejana, este tipo <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong>verá ser efectuada<br />
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