05.06.2013 Views

Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

entre Maio e Junho num estudo efectuado em Gibraltar, <strong>no</strong> sul da Península Ibérica (Ocaña<br />

e Emson, 1999).<br />

De qualquer modo, a relação entre a abundância total <strong>de</strong> lapas gran<strong>de</strong>s e<br />

pequenas ou médias (nível inferior <strong>de</strong> maré) e <strong>de</strong> lapas gran<strong>de</strong>s e médias (nível médio <strong>de</strong><br />

maré) registada antes do Verão apresentou diferenças em função da intensida<strong>de</strong> da<br />

exploração <strong>humana</strong> a que as praias amostradas estavam sujeitas, po<strong>de</strong>ndo esta interacção<br />

espacio-temporal integrar efeitos <strong>de</strong>vidos a esta exploração e/ou ao referido assentamento.<br />

Com efeito, aquelas relações foram positivas e significativas nas praias sujeitas a maior<br />

intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exploração mas, quando esta intensida<strong>de</strong> foi consi<strong>de</strong>rada me<strong>no</strong>r, as mesmas<br />

relações foram não significativas (abundância total <strong>de</strong> lapas gran<strong>de</strong>s versus abundância<br />

total <strong>de</strong> lapas pequenas ou médias <strong>no</strong> nível inferior <strong>de</strong> maré) ou negativas e significativas<br />

(abundância total <strong>de</strong> lapas gran<strong>de</strong>s versus abundância total <strong>de</strong> lapas médias <strong>no</strong> nível médio<br />

<strong>de</strong> maré). Deste modo, a exploração <strong>humana</strong>, sobretudo dirigida a lapas <strong>de</strong> tamanho<br />

gran<strong>de</strong>, parece ter diminuído a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stas relações (nível inferior <strong>de</strong> maré) ou<br />

mesmo invertido o seu sentido (nível médio <strong>de</strong> maré), provocando um impacto negativo da<br />

abundância <strong>de</strong> lapas gran<strong>de</strong>s na <strong>de</strong> lapas com me<strong>no</strong>r dimensão. Um efeito semelhante foi<br />

observado por Branch e O<strong>de</strong>ndaal (2003) num estudo sobre os efeitos da protecção,<br />

conferida por reservas marinhas, na dinâmica populacional da lapa Cymbula oculus, tendo<br />

sido registada uma correlação negativa e significativa entre a abundância <strong>de</strong> adultos e <strong>de</strong><br />

juvenis (ida<strong>de</strong> inferior a um a<strong>no</strong>), que foram três vezes mais abundantes em áreas on<strong>de</strong> esta<br />

espécie era explorada pelo Homem. No entanto, os mesmos autores referem que, <strong>no</strong>utros<br />

estudos realizados com diferentes espécies <strong>de</strong> lapas, incluindo do género Patella, a<br />

abundância <strong>de</strong> adultos teve efeitos positivos, negativos ou nulos <strong>no</strong> recrutamento <strong>de</strong> lapas<br />

juvenis, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo estas relações <strong>de</strong> vários factores, como a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> stocks <strong>de</strong><br />

reprodutores, a extensão da dispersão larvar, e o impacto das lapas adultas <strong>no</strong> habitat (que<br />

po<strong>de</strong> ser positivo ou negativo para esse recrutamento) e nas próprias lapas juvenis<br />

(perturbação física ou competição por alimento).<br />

Tanto em termos espaciais como temporais, o impacte das activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

predação <strong>humana</strong> <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong> foi <strong>de</strong>tectado sobretudo ao nível da variância<br />

por local do tamanho <strong>de</strong> lapas exploradas, mas também da área vital <strong>de</strong> lapas e da<br />

abundância <strong>de</strong> lapas gran<strong>de</strong>s. Possuindo cada local alguns metros <strong>de</strong> extensão, esta<br />

variância é uma estimativa da variabilida<strong>de</strong> a pequena escala dos padrões estudados, tendo<br />

a sua importância na <strong>de</strong>tecção do impacte em estudo sido salientada por estes resultados.<br />

Por um lado, a variabilida<strong>de</strong> a pequena escala dos valores médios foi muito<br />

frequente em todas as análises, nas quais o factor local foi significativo na maior parte dos<br />

casos. É provável que esta variabilida<strong>de</strong> seja sobretudo <strong>de</strong>vida à elevada heterogeneida<strong>de</strong><br />

277

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!