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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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No entanto, a área explorada por estas activida<strong>de</strong>s é bastante diferente. Assim, se<br />

for assumido que a largura do habitat em estudo (<strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> e costa rochosa pouco<br />

profunda) tem, em média, 100m, o rendimento total anual das activida<strong>de</strong>s em estudo é<br />

estimado em cerca <strong>de</strong> 43,3 toneladas (peso fresco) por km 2 . Por outro lado, assumindo que<br />

a maioria do pescado marinho <strong>de</strong>scarregado nas lotas alentejanas entre 1994 e 1996 foi<br />

capturada numa área <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 1800 km 2 (100km <strong>de</strong> extensão <strong>de</strong> costa por 18km <strong>de</strong><br />

largura, até aos 200m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>), o rendimento total anual da pesca comercial<br />

exercida na costa alentejana e neste período equivale a cerca <strong>de</strong> 5,8 toneladas (peso<br />

fresco) por km 2 .<br />

Embora esta área <strong>de</strong> exploração tenha sido estimada duma forma relativamente<br />

grosseira, a comparação <strong>de</strong>stes valores <strong>de</strong> rendimento sugere, uma vez mais, que a<br />

intensida<strong>de</strong> da exploração <strong>humana</strong> a que o habitat em estudo está sujeito é bastante<br />

elevada, aten<strong>de</strong>ndo ao intenso esforço da pesca comercial. Com efeito, os poucos estudos<br />

existentes sobre o impacte ecológico da pesca comercial na costa alentejana (Canário e<br />

outros, 1994; Silva e outros, 1998) <strong>de</strong>tectaram:<br />

- populações plena ou intensamente exploradas, como <strong>no</strong> caso do búzio (Charonia<br />

lampas), da lagosta (Palinurus elephas), do besugo (Pagelus acarne), da choupa<br />

(Spondyliosoma cantharus), do salmonete (Mullus surmuletus) e do sargo (Diplodus sargus),<br />

em que o esforço <strong>de</strong> pesca não <strong>de</strong>ve ser aumentado;<br />

- populações em perigo <strong>de</strong> sobreexploração, como <strong>no</strong> caso do pargo (Pagrus<br />

pagrus), da bica (Pagellus erythrinus) e da safia (Diplodus vulgaris), em que o aumento do<br />

esforço <strong>de</strong> pesca po<strong>de</strong> conduzir à sobreexploração, sendo urgente a tomada <strong>de</strong> medidas<br />

com vista à sua diminuição;<br />

- sobreexploração da população <strong>de</strong> robalo (Dicentrarchus labrax), em que também<br />

é urgente a tomada <strong>de</strong> medidas com vista à diminuição do esforço <strong>de</strong> pesca.<br />

Ao nível do <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong>, os poucos estudos disponíveis (Cruz, 1995,<br />

2000; UE, 1994) também <strong>de</strong>tectaram uma população intensamente explorada <strong>no</strong> caso do<br />

percebe.<br />

Por outro lado, os mananciais da alga Gelidium sesquipedale da zona <strong>de</strong> Azenha<br />

do Mar (principal zona <strong>de</strong> exploração <strong>no</strong> PNSACV) foram consi<strong>de</strong>rados por Santos e outros<br />

(2003) com dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> recuperação face a um aumento <strong>de</strong> taxa <strong>de</strong> exploração e <strong>de</strong><br />

explorabilida<strong>de</strong>, e a uma diminuição da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sustento e das capturas entre 1999 e<br />

2000.<br />

No entanto, Bax e Laevastu (1990) apresentam os valores <strong>de</strong> 4,5 a 8 toneladas por<br />

km 2 como o rendimento anual sustentável <strong>de</strong> uma activida<strong>de</strong> pesqueira intensiva numa zona<br />

<strong>de</strong> plataforma continental com latitu<strong>de</strong> média e profundida<strong>de</strong> inferior a 500m, e sujeita a<br />

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