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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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evolução e, a maioria <strong>de</strong>stes, com a aplicação <strong>de</strong> medidas regulamentares <strong>de</strong> gestão à<br />

exploração dos recursos vivos (Castro, 1996; Jesus, 2003).<br />

Com efeito, a recuperação <strong>de</strong> populações exploradas em reservas marinhas e em<br />

áreas adjacentes é um dos vários benefícios que esta protecção po<strong>de</strong> originar, em conjunto<br />

com os relacionados com a conservação, a educação, a ciência, o turismo e a recreação<br />

(Roberts e Polunin, 1991; Dye e outros, 1994; Gubbay, 1995; Palumbi, 2001). No caso<br />

particular dos litorais <strong>rochoso</strong>s, Thompson e outros (2002) consi<strong>de</strong>ram que estes habitats<br />

são me<strong>no</strong>s vulneráveis que muitos outros habitats aquáticos, <strong>de</strong>vido à dureza do seu<br />

substrato, à relativa ausência <strong>de</strong> estruturas biogénicas (como as que existem, por exemplo,<br />

em recifes <strong>de</strong> coral, sapais e campos <strong>de</strong> fanerogâmicas marinhas) e ao facto <strong>de</strong> serem<br />

sistemas abertos. Apesar dos litorais <strong>rochoso</strong>s estarem sujeitos a severos impactes<br />

antropogénicos, como a exploração <strong>de</strong> recursos vivos, a recuperação das suas<br />

comunida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong> ser bastante rápida após a cessação <strong>de</strong> tais impactes, com base <strong>no</strong><br />

recrutamento natural <strong>de</strong> larvas ou propágulos algais, que po<strong>de</strong>m ser provenientes <strong>de</strong> locais<br />

me<strong>no</strong>s perturbados, mesmo que sejam relativamente distantes (Hawkins e outros, 1999).<br />

Assim, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que persistam algumas populações saudáveis, por exemplo em reservas<br />

marinhas, Crowe e outros (2000) consi<strong>de</strong>ram que a gestão <strong>de</strong> litorais <strong>rochoso</strong>s com vista à<br />

recuperação <strong>de</strong> locais perturbados tem uma razoável possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser eficaz.<br />

Para além dos factores acima referidos, a criação <strong>de</strong> reservas marinhas ou áreas<br />

marinhas protegidas (AMP) <strong>no</strong> PNSACV torna-se mais complexa pelo facto <strong>de</strong> o conceito <strong>de</strong><br />

AMP ser ainda recente (Kelleher e Kenchington, 1992) e pouco implementado em Portugal.<br />

Embora cerca <strong>de</strong> 6% do território Português seja protegido, e 20% ter sido proposto para<br />

integrar a re<strong>de</strong> Natura 2000, as AMP são relativamente poucas e geralmente pequenas<br />

(Kelleher e outros, 1995). Com efeito, em Portugal Continental as áreas marinhas sujeitas a<br />

protecção estão incluídas em áreas protegidas <strong>de</strong> costa oceânica (é o caso da Reserva<br />

Natural das Berlengas, do PNSACV, e do Parque Natural da Arrábida) ou estuarina (é o<br />

caso das Reservas do Sapal <strong>de</strong> Castro Marim, do Estuário do Tejo e do Estuário do Sado, e<br />

do Parque Natural da Ria Formosa). Em Portugal, existem AMP exclusivamente marinhas<br />

<strong>no</strong>s Açores (<strong>no</strong>ve AMP, <strong>de</strong> acordo com Santos e outros, 1995) e na Ma<strong>de</strong>ira (Reserva<br />

Natural Parcial do Garajau), tendo sido recentemente criadas áreas marinhas protegidas na<br />

Reserva Natural das Berlengas e <strong>no</strong> Parque Natural da Arrábida.<br />

No entanto, em todas estas áreas marinhas sujeitas a protecção imperam os<br />

mesmos problemas <strong>de</strong> escassez <strong>de</strong> regulamentos ou <strong>de</strong>srespeito pelos existentes, e <strong>de</strong><br />

ineficácia <strong>de</strong> controlo e fiscalização por insuficiência <strong>de</strong> meios logísticos e huma<strong>no</strong>s (<strong>no</strong><br />

caso dos Açores, ver Santos e outros, 1995; a nível nacional, ver Kelleher e outros, 1995).<br />

Esta situação po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>vida ao facto <strong>de</strong> o conceito <strong>de</strong> AMP ser relativamente recente,<br />

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