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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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na Zona Económica Exclusiva portuguesa (com excepção <strong>de</strong> algumas zonas do porto <strong>de</strong><br />

Sines, on<strong>de</strong> a pesca é totalmente proibida), enfermando o seu controlo dos problemas<br />

acima referidos.<br />

Por outro lado, aten<strong>de</strong>ndo a informações obtidas junto <strong>de</strong> pescadores <strong>de</strong>sta<br />

região (ver também Jesus, 2003), é comum a opinião <strong>de</strong> que é insustentável a<br />

manutenção dos actuais níveis <strong>de</strong> exploração e do aumento do esforço <strong>de</strong> pesca<br />

aplicados nesta costa, tendo em conta a diminuição quantitativa e qualitativa que se tem<br />

vindo a registar nas capturas. Com efeito, muitos pescadores <strong>de</strong>sta região concordam<br />

com a implementação <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> gestão mais eficazes, e com a protecção <strong>de</strong> áreas<br />

marinhas, como soluções possíveis para <strong>de</strong>ter esta evolução (Castro, 1996; Jesus,<br />

2003).<br />

A recuperação <strong>de</strong> populações exploradas em reservas marinhas e em áreas<br />

adjacentes é um dos vários benefícios que esta protecção po<strong>de</strong> originar, em conjunto<br />

com os relacionados com a conservação, a educação, a ciência, o turismo e a recreação<br />

(Dye e outros, 1994).<br />

Assim, parece ser urgente a aplicação <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> conservação que<br />

permitam a gestão sustentável <strong>de</strong>stes recursos e dos seus habitats, através da aplicação<br />

e revisão da legislação existente, e da criação <strong>de</strong> AMP, com base em estudos sobre as<br />

populações exploradas e os impactes <strong>de</strong>stas activida<strong>de</strong>s (ver Salm e Clark, 1989;<br />

Un<strong>de</strong>rwood, 1993; Dye e outros, 1994; Gubbay, 1995).<br />

Devido à importância económica e ao carácter tradicional <strong>de</strong>stas activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

exploração <strong>de</strong> recursos vivos da faixa marinha do PNSACV, qualquer tipo <strong>de</strong> restrições<br />

que com elas interfira, quer seja efectuada para fins <strong>de</strong> subsistência alimentar directa ou<br />

<strong>de</strong> exploração comercial, po<strong>de</strong>rá ser mal aceite pela comunida<strong>de</strong> local (Jesus, 2003).<br />

Porém, a implementação <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> conservação marinha, <strong>de</strong>signadamente <strong>de</strong><br />

criação <strong>de</strong> AMP, só será bem sucedida se as gentes locais forem directamente<br />

envolvidas <strong>no</strong>s respectivos processos <strong>de</strong> selecção, estabelecimento e gestão (Kelleher e<br />

Kenchington, 1992). A eficácia <strong>de</strong>ste envolvimento po<strong>de</strong>rá ser maior com uma boa<br />

organização ou associação dos utilizadores locais (O<strong>de</strong>ndaal e outros, 1994; Wells e<br />

White, 1995; Castilla, 2000), infelizmente bastante <strong>de</strong>ficiente na costa alentejana. Deste<br />

modo, só o aumento da consciência ambiental e da sensibilida<strong>de</strong> ecológica da população<br />

<strong>humana</strong> na costa alentejana, bem como <strong>no</strong> restante território nacional, po<strong>de</strong>rá melhorar<br />

este pa<strong>no</strong>rama.<br />

É também um entrave à implementação <strong>de</strong>stes programas <strong>de</strong> conservação a<br />

relativa escassez do conhecimento científico sobre a zona costeira do PNSACV,<br />

sobretudo <strong>no</strong> respeitante à biodiversida<strong>de</strong> e à exploração dos recursos vivos, tanto <strong>no</strong><br />

caso da evolução das populações <strong>de</strong> presas e das comunida<strong>de</strong>s biológicas<br />

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