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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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muito mais produtiva (não foram obtidos valores <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização na literatura<br />

consultada), e a apanha <strong>de</strong> polvos, caranguejos, burriés ou ouriços-do-mar (não existem<br />

percebes com interesse alimentar nas costas sul-africanas, como po<strong>de</strong> ser confirmado, por<br />

exemplo, em Branch e outros, 1994) parece ser relativamente me<strong>no</strong>s importante, apesar da<br />

sua apanha ser regulamentada (Branch e outros, 1994, 2002b; Kyle e outros, 1997;<br />

Cockcroft e outros, 2002). Assim, po<strong>de</strong>ndo o rendimento da apanha <strong>de</strong> mexilhões e lapas<br />

atingir valores muito mais elevados (114 e 63 vezes mais, respectivamente; ver tabela 3.10)<br />

na África do Sul que <strong>no</strong> Alentejo, <strong>no</strong>meadamente na costa oriental, on<strong>de</strong> o marisqueio é<br />

sobretudo efectuado em níveis inferiores <strong>de</strong> maré (Lasiak e Field, 1995; Lasiak, 1993a,<br />

1997), é <strong>de</strong> esperar que o seu impacte ecológico seja maior nesta região costeira, o que<br />

corrobora as diferenças <strong>de</strong> estrutura <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s acima sugeridas.<br />

Embora, como acima foi sugerido, o impacte da exploração <strong>humana</strong> na estrutura<br />

das comunida<strong>de</strong>s do <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong> pareça ser me<strong>no</strong>s evi<strong>de</strong>nte que o <strong>de</strong>scrito<br />

por Lasiak e Field (1995) e Lasiak (1998, 1999), é possível que também seja importante mas<br />

actue <strong>de</strong> outra forma, aten<strong>de</strong>ndo às referidas diferenças. Como é referido nas secções 2 e<br />

3, a exploração <strong>humana</strong> do <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong> é bastante elevada, tanto ao nível da<br />

intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização, como do rendimento obtido, e o seu impacte na ecologia da costa<br />

alentejana po<strong>de</strong> ser maior se for consi<strong>de</strong>rada em conjunto com a pesca comercial, que<br />

actua sobretudo em níveis subtidais. Assim, tendo em conta os resultados <strong>de</strong>ste estudo<br />

sobre o impacte ecológico das activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> predação <strong>humana</strong> <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong><br />

alenteja<strong>no</strong>, segundo os quais este impacte foi <strong>de</strong>tectado <strong>no</strong> tamanho <strong>de</strong> lapas exploradas e<br />

na área vital <strong>de</strong> lapas em níveis inferiores <strong>de</strong> maré, e foi <strong>de</strong>monstrado que uma das<br />

activida<strong>de</strong>s em causa po<strong>de</strong> alterar significativamente a estrutura das comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>stes<br />

níveis, seria interessante que, em futuros estudos a <strong>de</strong>senvolver nesta região, este impacte<br />

fosse analisado em comunida<strong>de</strong>s intertidais e subtidais, tanto <strong>de</strong> um modo <strong>de</strong>scritivo como<br />

manipulativo.<br />

Importância do tamanho e da forma do território alimentar<br />

Tendo em atenção a referida recolonização, por parte <strong>de</strong> lapas <strong>de</strong> diferente<br />

dimensão (incluindo lapas <strong>de</strong> tamanho gran<strong>de</strong>), das áreas experimentais que foram sujeitas<br />

a remoção <strong>de</strong> lapas, é possível que as referidas alterações verificadas na estrutura da<br />

comunida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> estes moluscos vivem não persistam por muito tempo e que as<br />

características iniciais <strong>de</strong>stas áreas sejam restauradas em alguns meses. Aten<strong>de</strong>ndo ao<br />

facto <strong>de</strong> que a recolonização, por parte <strong>de</strong> lapas <strong>de</strong> tamanho gran<strong>de</strong>, dos territórios<br />

alimentares individualmente amostrados foi muito reduzida (tratamento G) ou mesmo nula<br />

(tratamento T), e à importância <strong>de</strong> lapas com esta dimensão na manutenção <strong>de</strong>stes<br />

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