Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...
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pela existência, <strong>no</strong> Verão, <strong>de</strong> um maior número <strong>de</strong> pessoas utilizando o <strong>litoral</strong>, como é o<br />
caso dos utilizadores <strong>de</strong> praias are<strong>no</strong>sas. Com efeito, a maior parte dos portugueses opta<br />
pelo ambiente <strong>de</strong> praia para gozo das suas férias fora da residência habitual (DGT, 2001,<br />
2002) e muitas praias are<strong>no</strong>sas do <strong>litoral</strong> alenteja<strong>no</strong> possuem uma utilização regular ou<br />
intensa naquela estação do a<strong>no</strong> (SEMARTE, 1992; Silva, 2000, 2002a; Navas e outros,<br />
2001). Num estudo realizado em litorais <strong>rochoso</strong>s do estado australia<strong>no</strong> <strong>de</strong> New South<br />
Wales, Kingsford e outros (1991) também observaram <strong>no</strong> Verão, relativamente ao Inver<strong>no</strong>,<br />
um maior número <strong>de</strong> pessoas em activida<strong>de</strong>s que “não afectavam directamente o <strong>litoral</strong>”.<br />
Com base em censos aéreos efectuados <strong>no</strong>s dias 6 e 15 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 1992, foram<br />
apresentadas por SEMARTE (1992) estimativas do número <strong>de</strong> utilizadores <strong>de</strong> praias<br />
are<strong>no</strong>sas costeiras do Parque Natural do Sudoeste Alenteja<strong>no</strong> e Costa Vicentina (PNSACV).<br />
Após a medição da extensão longitudinal das praias are<strong>no</strong>sas alentejanas nas respectivas<br />
cartas militares à escala <strong>de</strong> 1:25000, aquelas estimativas permitiram obter um valor médio<br />
global <strong>de</strong> 1032,5 pessoas por quilómetro <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> costa are<strong>no</strong>sa e por dia. Esta<br />
<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> média foi obtida por amostragem <strong>de</strong> quinze conjuntos <strong>de</strong> praias are<strong>no</strong>sas<br />
sobrevoados aproximadamente entre as 11h e as 12h dos dias referidos, e que incluem<br />
todas as praias <strong>de</strong>ste tipo existentes na parte alentejana do PNSACV (entre São Torpes e o<br />
Carvalhal, inclusive). O valor médio <strong>de</strong> pessoas estimado por dia em praias are<strong>no</strong>sas<br />
alentejanas foi <strong>de</strong> 17449 (1EP=2116; N=2), e a extensão <strong>de</strong>stas praias totalizou 16,9km,<br />
através <strong>de</strong> medição nas referidas cartas militares.<br />
Num estudo mais <strong>de</strong>talhado e representativo, mas apenas referente a praias<br />
are<strong>no</strong>sas do concelho <strong>de</strong> Sines, Silva (2002a) observou uma abundância média <strong>de</strong> pessoas<br />
superior à referida por SEMARTE (1992). Com base em imagens <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o obtidas em<br />
Agosto <strong>de</strong> 1998 (8 a 12, inclusive) e 1999 (7 a 9, inclusive), em cinco praias are<strong>no</strong>sas com<br />
uma extensão total <strong>de</strong> 2,12km, Silva (2002a) obteve um valor médio total <strong>de</strong> 3229<br />
utilizadores, equivalente a uma <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 1523,8 pessoas por quilómetro <strong>de</strong> linha<br />
<strong>de</strong> costa are<strong>no</strong>sa e por dia.<br />
Comparativamente, a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilizadores estivais do <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong><br />
alenteja<strong>no</strong> é muito inferior - com base <strong>no</strong>s dados obtidos <strong>no</strong> presente trabalho, equivale, em<br />
média, a 11,8 (1EP=0,9; N=516) pessoas por quilómetro <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> costa e por dia. Este<br />
valor correspon<strong>de</strong> ao número médio <strong>de</strong> pessoas observadas durante o Verão (para<br />
comparação com outras estações do a<strong>no</strong>, o período <strong>de</strong> Verão amostrado <strong>no</strong> presente<br />
trabalho situou-se entre 6 <strong>de</strong> Julho e 7 <strong>de</strong> Setembro, inclusive), <strong>no</strong> período total <strong>de</strong><br />
amostragem do presente trabalho (23/07/1994 a 07/07/1996, inclusive), e inclui observações<br />
realizadas durante a baixa-mar (N=297) e a preia-mar (N=219), em marés vivas e mortas,<br />
em dias úteis e não úteis, e em oito praias <strong>de</strong> amostragem (do Cabo <strong>de</strong> Sines ao Cabo<br />
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