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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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... - agitação marítima e influência na activida<strong>de</strong> alimentar <strong>de</strong> lapas e na<br />

abundância <strong>de</strong> algas<br />

Em primeiro lugar, não parece que estes aumentos <strong>de</strong> área <strong>de</strong> rocha nua e <strong>de</strong> área<br />

total tenham ocorrido <strong>de</strong>vido a um incremento da activida<strong>de</strong> alimentar das respectivas lapas,<br />

tendo em consi<strong>de</strong>ração que apenas a abundância <strong>de</strong> lapas pequenas sofreu um aumento<br />

nesses territórios, on<strong>de</strong> a abundância das lapas com maior biomassa diminuiu (ver atrás).<br />

Por outro lado, é possível que esta activida<strong>de</strong> alimentar das lapas com maior biomassa<br />

tenha sido negativamente afectada pela agitação marítima, que dificulta a a<strong>de</strong>são das lapas<br />

ao substrato <strong>rochoso</strong> aquando das suas excursões alimentares (Branch, 1981; Un<strong>de</strong>rwood e<br />

Jernakoff, 1984; Branch e Cherry, 1985), e apesar da abundante ocorrência <strong>de</strong> P.<br />

ulyssiponensis em locais expostos à ondulação (Ebling e outros, 1962; Thompson, 1979;<br />

Cruz, 2000). Com efeito, a agitação marítima foi potencialmente elevada <strong>no</strong>s meses <strong>de</strong><br />

Outo<strong>no</strong> e Inver<strong>no</strong> (Costa, 1994; Antunes e Pires, 1998), que <strong>de</strong>correram entre t0 e t1.<br />

Jenkins e outros (2001) apresentam resultados <strong>de</strong> um estudo sobre a intensida<strong>de</strong><br />

alimentar <strong>de</strong> lapas efectuado durante quinze meses <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong>, segundo<br />

os quais parece ter ocorrido variação sazonal. Porém, este estudo foi apenas realizado em<br />

níveis médios <strong>de</strong> maré e os valores mais elevados foram observados, nesta região, em<br />

meses <strong>de</strong> Verão e Outo<strong>no</strong> e, os mais baixos, <strong>no</strong> fim do Inver<strong>no</strong>. Aten<strong>de</strong>ndo a que a<br />

activida<strong>de</strong> alimentar <strong>de</strong> lapas po<strong>de</strong> ser mais reduzida durante a reprodução (Branch, 1981;<br />

Della Santina e Chelazzi, 1991; Jenkins e outros, 2001), também é possível que aquela<br />

tenha sido me<strong>no</strong>s intensa entre t0 e t1, consi<strong>de</strong>rando que o principal período <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong><br />

gâmetas <strong>de</strong> P. ulyssiponensis foi observado por Guerra e Gaudêncio (1986) em Dezembro e<br />

Janeiro na costa meridional algarvia e que, <strong>no</strong> presente trabalho, a abundância relativa <strong>de</strong><br />

indivíduos <strong>de</strong>sta espécie com gónada <strong>de</strong>senvolvida (estados IV + , V ou IV - , segundo a<br />

classificação proposta por Orton e outros, 1956 e <strong>de</strong>scrita na secção 7.3) foi mais elevada<br />

<strong>de</strong> Novembro a Março, inclusive, tendo o principal período <strong>de</strong> repouso sexual ocorrido <strong>no</strong>s<br />

meses <strong>de</strong> Abril a Agosto, inclusive.<br />

De qualquer modo, a elevada agitação marítima potencialmente ocorrida entre t0 e<br />

t1 po<strong>de</strong> ter contribuído directamente para o referido aumento <strong>de</strong> área <strong>de</strong> rocha nua ocorrido<br />

entre estes períodos, por ter provocado a quebra e o arranque <strong>de</strong> algas folhosas das<br />

margens dos territórios em causa (Airoldi, 1998), ou o <strong>de</strong>salojamento <strong>de</strong> cracas e algas<br />

encrustantes <strong>de</strong>stes territórios, embora estas algas possam ser relativamente mais<br />

resistentes ao impacte mecânico das ondas que as folhosas (Dethier, 1994; Airoldi, 2000).<br />

Po<strong>de</strong>ndo as algas encrustantes duras subsistir durante vários a<strong>no</strong>s por baixo <strong>de</strong> algas<br />

folhosas (Airoldi, 2000) e até constituir a base <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> algas folhosas calcárias<br />

(Steneck e Watling, 1982; Bene<strong>de</strong>tti-Cecchi e Cinelli, 1994; Dethier, 1994), como, por<br />

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