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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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aten<strong>de</strong>ndo à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> competição intra e interespecífica em lapas<br />

(Branch, 1975b; 1975c; 1981; Hodgson, 1999; Boaventura e outros, 2002b; 2003).<br />

Por outro lado, num estudo comparativo da activida<strong>de</strong> alimentar <strong>de</strong> lapas em<br />

diversas regiões europeias, Jenkins e outros (2001) referem que P. <strong>de</strong>pressa foi muito mais<br />

abundante <strong>no</strong> sudoeste português que <strong>no</strong> sudoeste inglês (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong><br />

214,4 e 42 indivíduos por m 2 , respectivamente), apesar <strong>de</strong> ter sido observado o contrário <strong>no</strong><br />

caso <strong>de</strong> P. vulgata (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 1,4 e 98,8 indivíduos por m 2 ,<br />

respectivamente). Incluindo as restantes espécies <strong>de</strong> Patella observadas neste estudo (P.<br />

ulyssiponensis e P. rustica, observadas somente <strong>no</strong> sudoeste português), a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

global <strong>de</strong> Patella spp. atingiu, naquelas regiões, cerca <strong>de</strong> 218,2 e 90,8 indivíduos por m 2 ,<br />

respectivamente. Adicionalmente, foi também observada, <strong>no</strong> sudoeste português, a lapa<br />

Siphonaria pectinata, numa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 34,2 indivíduos por m 2 .<br />

Embora estes resultados apresentados por Jenkins e outros (2001) tenham sido<br />

obtidos exclusivamente em níveis médios <strong>de</strong> maré, sugerem que ocorram diferenças <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lapas entre os locais amostrados <strong>no</strong> presente trabalho e <strong>no</strong> âmbito dos acima<br />

citados trabalhos <strong>de</strong> Orton e Southward (1961), Fretter e Graham (1976) e Das e Sesshappa<br />

(1948, trabalho citado por Côrte-Real, 1992). Do mesmo modo, tais diferenças <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>m estar na origem das mencionadas diferenças <strong>de</strong> tamanho mínimo <strong>de</strong> lapas<br />

sexualmente maduras, verificadas <strong>no</strong> caso <strong>de</strong> P. <strong>de</strong>pressa e P. vulgata entre os valores<br />

obtidos <strong>no</strong> presente trabalho e na literatura consultada.<br />

Tendo observado que a maturida<strong>de</strong> sexual das espécies <strong>de</strong> lapa exploradas <strong>no</strong>s<br />

Açores foi atingida em indivíduos com 41-45mm (P. aspera) e 16-20mm (P. can<strong>de</strong>i), Martins<br />

e outros (1987) recomendaram o estabelecimento <strong>de</strong> um tamanho (comprimento da concha)<br />

mínimo na exploração açoriana <strong>de</strong>stas espécies, correspon<strong>de</strong>nte a 40 e 20mm,<br />

respectivamente. Segundo Menezes (1991), a maturida<strong>de</strong> sexual <strong>de</strong>stas espécies foi<br />

atingida, na mesma região, em indivíduos com 20-25 e 10mm, respectivamente, embora a<br />

leitura <strong>de</strong>ste trabalho sugira que este autor consi<strong>de</strong>rou que a maturida<strong>de</strong> sexual era atingida<br />

em gónadas que iniciavam o seu <strong>de</strong>senvolvimento. De acordo com Ferraz e outros (2001), a<br />

legislação em vigor <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1993 impôs os seguintes tamanhos (comprimento da concha)<br />

mínimos nas lapas <strong>de</strong>scarregadas <strong>no</strong>s Açores: 55mm (P. aspera) e 30mm (P. can<strong>de</strong>i).<br />

No caso da apanha <strong>de</strong> P. ulyssiponensis <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong>, uma medida<br />

com semelhante objectivo correspon<strong>de</strong>ria à imposição <strong>de</strong> um tamanho mínimo <strong>de</strong> 30mm <strong>de</strong><br />

comprimento <strong>de</strong> concha. Tal medida seria facilmente aceitável pela maioria dos<br />

apanhadores <strong>de</strong> lapas, aten<strong>de</strong>ndo à elevada percentagem (cerca <strong>de</strong> 98%) <strong>de</strong> lapas<br />

capturadas que possuía 30mm ou mais <strong>de</strong> comprimento máximo da concha (ver atrás),<br />

tanto <strong>no</strong> caso <strong>de</strong>sta espécie, como <strong>no</strong> das restantes espécies <strong>de</strong> lapa mais exploradas. No<br />

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