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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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quantitativamente, <strong>de</strong> que as lapas, o mexilhão e os burriés são parte do principal alimento<br />

das pessoas mais pobres, especialmente <strong>no</strong> <strong>no</strong>rte. Por outro lado, Martins (1996), numa<br />

<strong>de</strong>scrição das activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesca artesanal local exercidas na costa continental<br />

portuguesa, refere que “A pesca começou por ser uma activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> subsistência e ainda<br />

hoje o é para algumas comunida<strong>de</strong>s piscatórias...”, embora também não o <strong>de</strong>monstre<br />

quantitativamente.<br />

Apesar do produto da predação <strong>de</strong> litorais <strong>rochoso</strong>s po<strong>de</strong>r ser também um<br />

importante complemento alimentar ou económico na região em estudo, sobretudo para<br />

pessoas resi<strong>de</strong>ntes na costa ou em áreas vizinhas, é provável que a importância relativa da<br />

exploração lúdico-recreativa do <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong> venha a ser cada vez maior. Tal é<br />

a tendência actual <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s, sobretudo em países com eco<strong>no</strong>mias<br />

industrializadas ou <strong>de</strong>senvolvidas, <strong>no</strong>s quais a <strong>de</strong>pendência da subsistência alimentar do<br />

Homem em relação a recursos vivos litorais tem cada vez me<strong>no</strong>s significado (Siegfried,<br />

1994; Crowe e outros, 2000; Thompson e outros, 2002). Como refere Hockey (1994), a<br />

predação <strong>de</strong> litorais <strong>rochoso</strong>s efectuada pelo Homem mo<strong>de</strong>r<strong>no</strong> é, geralmente, mais<br />

facultativa que obrigatória. Esta tendência não é exclusiva da exploração <strong>humana</strong> <strong>de</strong> litorais<br />

<strong>rochoso</strong>s, tendo sido i<strong>de</strong>ntificada em diversas activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesca, marinhas ou não, e em<br />

diversos países (Pitcher e Hollingworth, 2002), inclusivamente em Portugal (Marta e outros,<br />

2001).<br />

Para além <strong>de</strong> Portugal ser um país <strong>de</strong>senvolvido, industrializado e <strong>de</strong> elevado<br />

rendimento anual bruto (UNDP e outros, 2000, 2003, com base em classificações da FAO,<br />

da UNICEF e do Banco Mundial, respectivamente), <strong>no</strong> Alentejo <strong>litoral</strong> (concelhos <strong>de</strong> Alcácer<br />

do Sal, Grândola, O<strong>de</strong>mira, Santiago do Cacém e Sines) o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra médio por<br />

habitante foi, em 1995, cerca <strong>de</strong> 68% do correspon<strong>de</strong>nte valor nacional, tendo este valor<br />

aumentado cerca <strong>de</strong> 1% <strong>de</strong> 1993 para 1995 (INE, 1998) e cerca <strong>de</strong> 8% <strong>de</strong> 1995 para 2000<br />

(INE, 2002). Por outro lado, <strong>no</strong> Alentejo <strong>litoral</strong>, o produto inter<strong>no</strong> bruto per capita a preços <strong>de</strong><br />

mercado atingiu, <strong>de</strong> 1995 a 1999, um valor médio <strong>de</strong> 10,5 milhares <strong>de</strong> euros, superior à<br />

média nacional estimada <strong>no</strong> mesmo período (9,3 milhares <strong>de</strong> euros; INE, 2003). Com base<br />

nestes e <strong>no</strong>utros indicadores apresentados <strong>no</strong>s mesmos trabalhos do Instituto Nacional <strong>de</strong><br />

Estatística, po<strong>de</strong>mos afirmar que as pessoas resi<strong>de</strong>ntes nesta região possuem um razoável<br />

nível <strong>de</strong> vida, havendo, assim, condições para uma utilização mais recreativa e me<strong>no</strong>s<br />

<strong>de</strong>predativa do <strong>litoral</strong>.<br />

Analisando a recente evolução do impacte <strong>de</strong>stas activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> predação <strong>humana</strong><br />

em litorais <strong>rochoso</strong>s, Thompson e outros (2002) consi<strong>de</strong>ram que, em termos globais, a sua<br />

severida<strong>de</strong> tem aumentado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a passada década <strong>de</strong> 60 e prevêm que continue a<br />

aumentar até à próxima década <strong>de</strong> 20. Segundo os mesmos autores: este aumento <strong>de</strong>verá<br />

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