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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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Tendo sido <strong>de</strong>tectadas, <strong>no</strong> presente trabalho, zonas do <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong><br />

sujeitas a maior intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exploração <strong>humana</strong> (secção 2), sobretudo <strong>de</strong>vido à sua<br />

maior acessibilida<strong>de</strong> e/ou proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong> praias are<strong>no</strong>sas mais frequentadas <strong>no</strong> Verão, foi<br />

testada a hipótese <strong>de</strong> que, nessas zonas, o rendimento das principais activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

predação <strong>humana</strong> é me<strong>no</strong>r. Aten<strong>de</strong>ndo ao referido na secção 1 sobre as previsíveis<br />

consequências directas, ao nível da estrutura das populações exploradas, do presumível<br />

aumento da intensida<strong>de</strong> e extensão da exploração <strong>de</strong> recursos vivos em litorais <strong>rochoso</strong>s<br />

portugueses nas últimas décadas, é admissível que esta hipótese seja confirmada. É<br />

provável que esta confirmação se verifique sobretudo nas activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> marisqueio, que<br />

envolveram maior número <strong>de</strong> pessoas e cujas capturas parecem ser geralmente mais<br />

volumosas (secção 2). Embora as capturas da pesca à linha pareçam ser <strong>no</strong>rmalmente<br />

me<strong>no</strong>s volumosas que as do marisqueio, a maior frequência daquela activida<strong>de</strong> (secção 2)<br />

também po<strong>de</strong> contribuir para um impacte significativo ao nível do rendimento nas zonas<br />

mais exploradas.<br />

Po<strong>de</strong>ndo esta exploração alterar a abundância e a distribuição <strong>de</strong> populações<br />

exploradas e não exploradas (Un<strong>de</strong>rwood, 1993; Crowe e outros, 2000; Thompson e outros,<br />

2002; secção 1), é também <strong>de</strong> admitir que a riqueza taxonómica das capturas possa ser<br />

afectada, tanto directa como indirectamente. Aten<strong>de</strong>ndo à me<strong>no</strong>r selectivida<strong>de</strong> da activida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> pesca à linha, quando comparada com a <strong>de</strong> marisqueio, em que o pescador tem um<br />

papel mais activo na escolha das presas (secção 7.1), o respectivo impacte <strong>de</strong>stas<br />

activida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong> ser diferente.<br />

Para a análise das hipóteses acima referidas, consi<strong>de</strong>rámos as activida<strong>de</strong>s diurnas<br />

<strong>de</strong> predação <strong>humana</strong> em que foi registado um maior número <strong>de</strong> pessoas (secção 2): as<br />

exercidas em baixa-mar <strong>de</strong> marés vivas, <strong>de</strong> que se <strong>de</strong>staca a apanha <strong>de</strong> marisco, e a pesca<br />

à linha. Pela mesma razão, e aten<strong>de</strong>ndo às diferenças sazonais registadas (secção 2), foi<br />

escolhido um período <strong>de</strong> Verão para o estudo <strong>de</strong>stas activida<strong>de</strong>s. Deste modo, o rendimento<br />

da predação <strong>humana</strong> <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong> foi estudado com base na análise <strong>de</strong><br />

padrões <strong>de</strong> variação espacial das capturas (peso fresco, taxa), em função dos factores<br />

intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exploração e praia.<br />

A análise da sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta exploração foi sobretudo <strong>de</strong>senvolvida <strong>no</strong> caso<br />

da apanha <strong>de</strong> ouriço-do-mar, percebe e lapas, aten<strong>de</strong>ndo a que existem relativamente mais<br />

informações sobre a biologia e a exploração das principais espécies envolvidas nestas<br />

activida<strong>de</strong>s. Embora não estejam disponíveis séries temporais com dados <strong>de</strong> captura e<br />

esforço <strong>de</strong> pesca das activida<strong>de</strong>s em estudo, foi possível estimar o rendimento máximo<br />

sustentável (“maximum sustainable yield” – MSY) <strong>no</strong> caso da apanha <strong>de</strong> percebe e <strong>de</strong> lapas,<br />

com base em métodos propostos e <strong>de</strong>scritos por Garcia e outros (1989). Para a utilização<br />

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