05.06.2013 Views

Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

“Quando há 20 a<strong>no</strong>s <strong>no</strong>s surpreen<strong>de</strong>mos com a <strong>de</strong>slocação até à praia<br />

<strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s camponesas do Alentejo Litoral (Sines) que<br />

celebravam o equinócio da Primavera, recolectando ouriço do mar<br />

(Paracentrotus lividus), era já impossível reconhecer naquele acto<br />

colectivo um efectivo interesse económico, subsistindo antes <strong>no</strong> gesto<br />

<strong>de</strong> entrar <strong>no</strong> mar e <strong>de</strong>le retirar sustento o simbolismo <strong>de</strong> um ritual <strong>de</strong><br />

apropriação, <strong>de</strong> domesticação <strong>de</strong> uma das últimas fronteiras do<br />

selvagem.”<br />

Carlos Tavares da Silva e Joaquina Soares<br />

1997, “Eco<strong>no</strong>mias costeiras na Pré-História do sudoeste português. O concheiro<br />

<strong>de</strong> Montes <strong>de</strong> Baixo.” (Setúbal Arqueológica, 11-12: 69-108.).<br />

“(...) A fertilida<strong>de</strong> da terra po<strong>de</strong> levar a olhar aquilo que se tira das<br />

pedras do calhau apenas como saudável complemento. Mas lá resi<strong>de</strong><br />

riqueza capaz <strong>de</strong> sustentar a <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> alguns ou o proveitoso<br />

recreio <strong>de</strong> muitos. Ainda sai em conta, por necessida<strong>de</strong> ou por<br />

divertimento, <strong>de</strong>scer à rocha e, <strong>de</strong> cana em punho, pacientemente<br />

esperar que o peixe morda o anzol. (...) Num mundo organizado por<br />

tarefas e especialida<strong>de</strong>s, on<strong>de</strong> quase tudo o que se quer facilmente se<br />

vai buscar às prateleiras dos supermercados, este retor<strong>no</strong> a uma<br />

eficácia primitiva é também certeza reconfortante da riqueza do <strong>litoral</strong>.<br />

(...) Nas tascas em dias <strong>de</strong> festa e em alguns restaurantes típicos,<br />

rubros caranguejos cuidadosamente empilhados convidam ao estímulo<br />

apimentado para um refrescante copo, e cracas e lapas, disfarçadas<br />

sob a ver<strong>de</strong> capa <strong>de</strong> algas que lhes cobre as conchas, oferecem a<br />

<strong>de</strong>lícia esquisita <strong>de</strong> um aperitivo tipicamente açoria<strong>no</strong>.”<br />

António M. <strong>de</strong> Frias Martins<br />

1998, Ilhas <strong>de</strong> azul e ver<strong>de</strong>. Ribeiro & Caravana Editores, 203pp.<br />

“Já foi muito abundante na <strong>no</strong>ssa costa, sobretudo a sul da Nazaré,<br />

on<strong>de</strong> era pescado em gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s apanhando-se, <strong>de</strong> vez em<br />

quando, alguns com dimensões avantajadas que se baptizavam <strong>de</strong><br />

laparões.<br />

A poluição provocada por <strong>de</strong>scargas <strong>de</strong> <strong>de</strong>tritos sem tratamento quase<br />

fez <strong>de</strong>saparecer as lapas das <strong>no</strong>ssas praias e das <strong>no</strong>ssas mesas.<br />

Frágeis e raras aparecem hoje como um petisco saudoso, pouco<br />

abundante e pouco sápido.”<br />

Mário Varela Soares<br />

2000, Mariscos. Os frutos do mar. Colares Editora, 218pp.<br />

“Há <strong>de</strong>z a<strong>no</strong>s atrás rebentei com a percebeira <strong>de</strong> A-do-Baraço, a<br />

mergulho e a cavar acima <strong>de</strong>la. Ficou sem nada. Eram uns percebes<br />

«brutos». No a<strong>no</strong> seguinte estava na mesma cheia <strong>de</strong>les, bons. E agora<br />

a pedra, há três a<strong>no</strong>s para cá, não tem percebes <strong>no</strong>vos nem velhos. As<br />

pedras cansam-se.”<br />

Marisqueiro anónimo in Carlos Manuel Maximia<strong>no</strong> Baptista<br />

2001, Os marisqueiros <strong>de</strong> Vila do Bispo, 2.ª edição (revista e aumentada). Junta<br />

<strong>de</strong> Freguesia <strong>de</strong> Vila do Bispo, 159pp.<br />

“Queiramos, ou não, hoje já não pesca quem quer, o que quer, como<br />

quer e quanto quer.”<br />

Marcelo <strong>de</strong> Sousa Vasconcelos<br />

1996, “Em redor <strong>de</strong> uma História das pescas.” (in Instituto Nacional <strong>de</strong><br />

Estatística e Direcção-Geral das Pescas e Aquicultura, 1998. Pescas em<br />

Portugal (portuguese fisheries): 1986-1996. Instituto Nacional <strong>de</strong> Estatística,<br />

279pp.).<br />

“Are the oceans in crisis because of fishing? Perhaps they are <strong>no</strong>t.”<br />

Paul K. Dayton, Simon Thrush e Felicia C. Coleman<br />

2002, Ecological effects of fishing in marine ecosystems of the United States.<br />

Pew Oceans Commission.<br />

iii

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!