Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...
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<strong>de</strong>tectada a mesma variação interanual <strong>no</strong> caso das activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> exploração <strong>de</strong><br />
organismos <strong>de</strong>ste habitat. Do mesmo modo, Lasiak (1997), num estudo sobre a utilização<br />
<strong>humana</strong> <strong>de</strong> litorais <strong>rochoso</strong>s sul-africa<strong>no</strong>s realizado em dois a<strong>no</strong>s consecutivos, apenas<br />
<strong>de</strong>tectou variabilida<strong>de</strong> interanual significativa na natação, a activida<strong>de</strong> não <strong>de</strong>predativa que<br />
envolveu maior número <strong>de</strong> pessoas. Esta autora refere que diversos factores socioculturais,<br />
para além <strong>de</strong> factores naturais como o clima, po<strong>de</strong>m variar consi<strong>de</strong>ravelmente a esta escala<br />
e influenciar os padrões <strong>de</strong> utilização <strong>humana</strong> do <strong>litoral</strong>.<br />
No caso das análises da variação interanual entre períodos antes, durante e <strong>de</strong>pois<br />
da Páscoa, <strong>de</strong> dois a<strong>no</strong>s consecutivos (1995 e 1996), foi também observada uma elevada<br />
variabilida<strong>de</strong>, e a significância das diferenças também foi, em termos gerais, o padrão mais<br />
frequente. Em comparação com a análise interanual acima referida, as condições<br />
climatéricas parecem ter tido mais importância neste caso pois, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> em que se verificou<br />
maior abundância <strong>de</strong> pessoas (1995), o mar esteve me<strong>no</strong>s agitado e turvo, e o vento foi<br />
mais intenso, consi<strong>de</strong>rando as observações efectuadas <strong>no</strong>s respectivos dias <strong>de</strong><br />
amostragem. Com efeito, num estudo realizado em 1996 <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong>,<br />
Guiomar (1997) refere a ocorrência <strong>de</strong> condições climatéricas <strong>de</strong>sfavoráveis para a apanha<br />
<strong>de</strong> ouriço-do-mar, a principal activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> predação <strong>de</strong>senvolvida durante a Páscoa (ver<br />
em baixo).<br />
Por outro lado, a variação interanual da abundância <strong>de</strong> pessoas <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong><br />
alenteja<strong>no</strong> foi me<strong>no</strong>s frequente <strong>no</strong> período antes da Páscoa, <strong>de</strong>vendo este padrão estar<br />
sobretudo relacionado com o facto <strong>de</strong> este período se <strong>de</strong>senrolar <strong>no</strong> Inver<strong>no</strong> e, os restantes,<br />
maioritariamente na Primavera e <strong>no</strong> Verão. Tal como <strong>no</strong> caso anterior, a me<strong>no</strong>r frequência<br />
<strong>de</strong> variação interanual registada durante o Inver<strong>no</strong> po<strong>de</strong> estar relacionada com o facto <strong>de</strong><br />
ser nesta estação do a<strong>no</strong> em que a abundância <strong>de</strong> pessoas <strong>no</strong>s litorais <strong>rochoso</strong>s<br />
alenteja<strong>no</strong>s foi mais reduzida (ver acima). Do mesmo modo, comparando os três períodos<br />
estudados, foi <strong>no</strong> primeiro que o mar esteve mais agitado, o vento foi mais intenso e o céu<br />
esteve mais nublado, consi<strong>de</strong>rando as observações efectuadas <strong>no</strong>s respectivos dias <strong>de</strong><br />
amostragem. As diferenças entre a<strong>no</strong>s também foram me<strong>no</strong>s frequentes em dias úteis, <strong>no</strong>s<br />
quais a abundância <strong>de</strong> pessoas <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong> também foi geralmente me<strong>no</strong>r<br />
(ver adiante).<br />
É interessante referir que, neste estudo <strong>de</strong> variação interanual, todas as<br />
activida<strong>de</strong>s analisadas apresentaram diferenças entre os a<strong>no</strong>s consi<strong>de</strong>rados, inclusivamente<br />
as <strong>de</strong> apanha <strong>de</strong> lapas e burriés, e <strong>de</strong> apanha <strong>de</strong> ouriço-do-mar, que <strong>no</strong> caso anterior não<br />
apresentaram alguma variação <strong>de</strong>ste tipo. Estas diferenças interanuais verificaram-se<br />
sobretudo nas situações em que as activida<strong>de</strong>s foram exercidas por um maior número <strong>de</strong><br />
pessoas. Assim, não é <strong>de</strong> estranhar que, relativamente àquelas activida<strong>de</strong>s, as diferenças<br />
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