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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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exploração <strong>humana</strong> <strong>de</strong> recursos vivos daquela zona <strong>litoral</strong>. Por outro lado, a geralmente<br />

fácil acessibilida<strong>de</strong> por terra daquele habitat favorece a sua utilização por parte do<br />

Homem.<br />

Conjugando esta apetência portuguesa pela exploração e pelo consumo <strong>de</strong><br />

recursos vivos <strong>de</strong>ste tipo, com a proprieda<strong>de</strong> pública da maioria <strong>de</strong>stes “espaços<br />

comuns”, o impacte <strong>de</strong>stas activida<strong>de</strong>s <strong>humana</strong>s po<strong>de</strong> conduzir à <strong>de</strong>sastrosa “tragédia<br />

dos comuns” apresentada por Hardin (1968). Tal foi já objecto <strong>de</strong> estudo em regiões<br />

costeiras <strong>de</strong> vários países, incluindo Portugal, on<strong>de</strong> o impacte da exploração <strong>humana</strong> foi<br />

severo e in<strong>de</strong>sejável (Martins e outros, 1987; Hockey e outros, 1987; O<strong>de</strong>ndaal e outros,<br />

1994).<br />

Para além da inexistência <strong>de</strong> estatísticas <strong>de</strong> pesca <strong>de</strong>vido à não transacção<br />

<strong>de</strong>stas capturas em lotas portuguesas (exceptuando as capturas <strong>de</strong> lapas <strong>no</strong>s Açores,<br />

ver acima), são quase inexistentes os estudos sobre a intensida<strong>de</strong> e o rendimento <strong>de</strong>stas<br />

activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> predação <strong>humana</strong> em Portugal. Com efeito, Castro e outros (2000)<br />

apresentam os únicos dados <strong>de</strong>ste tipo publicados até ao momento, correspon<strong>de</strong>ndo a<br />

observações preliminares efectuadas <strong>no</strong> âmbito do presente trabalho. Em trabalhos por<br />

publicar realizados na costa continental portuguesa, Jesus (2003) apresenta alguns<br />

dados sobre a intensida<strong>de</strong> e o rendimento da apanha <strong>de</strong> percebe <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> sudoeste, e<br />

Rius e Cabral (em publicação) estudaram a intensida<strong>de</strong> e efeitos ecológicos da apanha<br />

<strong>de</strong> mexilhão <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> centro.<br />

Situação actual na costa alentejana<br />

Com base em observações preliminares e em informações obtidas junto <strong>de</strong><br />

pescadores locais (secção 7.1), a apanha <strong>de</strong> percebe (Pollicipes pollicipes), a pesca à<br />

linha com cana do sargo (Diplodus sargus) e do robalo (Dicentrarchus labrax), e a pesca<br />

submarina são muitas vezes efectuadas com o intuito <strong>de</strong> venda directa do produto da<br />

pesca, e po<strong>de</strong>m ser bastante intensas em algumas zonas rochosas da costa alentejana e<br />

em certos períodos do a<strong>no</strong> (<strong>no</strong> caso do percebe, ver Cruz, 2000, Baptista, 2001, e Jesus,<br />

2003). Porém, não se conhece com rigor a sua importância, <strong>de</strong>vido a estas activida<strong>de</strong>s<br />

não serem objecto <strong>de</strong> qualquer controlo, tanto ao nível da exploração (com excepção do<br />

licenciamento <strong>de</strong> parte dos utilizadores), como da comercialização (ver acima).<br />

Embora com me<strong>no</strong>r importância comercial, a exploração <strong>de</strong> outros recursos<br />

vivos é também realizada com elevada frequência <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong>,<br />

<strong>de</strong>signadamente dos seguintes géneros ou espécies animais (por or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>crescente <strong>de</strong><br />

importância, segundo as observações e informações referidas): polvo (Octopus vulgaris),<br />

navalheira (Necora puber), safia (Diplodus vulgaris), burrinhos (Symphodus spp.), ouriço-<br />

do-mar (Paracentrotus lividus), salema (Sarpa salpa), mexilhão (Mytilus galloprovincialis),<br />

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