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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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caso da pesca submarina (Decreto n.º 45116, <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1963). Com efeito, a pesca à<br />

linha com cana, também frequentemente praticada a partir em praias are<strong>no</strong>sas alentejanas,<br />

é raramente exercida neste tipo <strong>de</strong> praia quando há mais banhistas, <strong>de</strong>vido aos riscos <strong>de</strong><br />

contacto <strong>de</strong> linhas ou anzóis com pessoas que passeiam à beira-mar ou tomam banho.<br />

No estudo acima apresentado, van Herwer<strong>de</strong>n e outros (1989) referem que 94,2%<br />

das pessoas observadas durante um a<strong>no</strong> <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> da península do Cabo exerceram<br />

activida<strong>de</strong>s recreativas não exploradoras <strong>de</strong> recursos vivos, concentradas em praias<br />

are<strong>no</strong>sas. Aplicando esta percentagem ao valor diário acima referido <strong>de</strong> 8875 pessoas,<br />

po<strong>de</strong>mos estimar que, <strong>no</strong> mínimo (a abundância <strong>de</strong> pessoas foi mais elevada <strong>no</strong> Verão),<br />

cerca <strong>de</strong> 3240,4 pessoas foram registadas por quilómetro <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> costa are<strong>no</strong>sa daquela<br />

península e por dia <strong>de</strong> Verão. Este valor <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> é mais do triplo do estimado para as<br />

praias are<strong>no</strong>sas alentejanas com base <strong>no</strong>s dados apresentados por SEMARTE (1992):<br />

1032,5 pessoas por quilómetro <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> costa e por dia <strong>de</strong> Verão.<br />

Para além da influência dos diversos factores que motivam as pessoas para a<br />

utilização <strong>de</strong> zonas litorais (ver, por exemplo, Fedler e Ditton, 1986; Lasiak, 1993a; Silva,<br />

2000, 2002a; MacLeod e outros, 2002), a maior abundância <strong>de</strong> utilizadores do <strong>litoral</strong>, tanto<br />

are<strong>no</strong>so como <strong>rochoso</strong>, da península do Cabo está provavelmente relacionada com o facto<br />

<strong>de</strong> se inserir numa área metropolitana, muito mais populosa que a região estudada <strong>no</strong><br />

presente trabalho. Com efeito, resi<strong>de</strong>m mais <strong>de</strong> dois milhões e meio <strong>de</strong> pessoas na área<br />

metropolitana do Cabo (censos <strong>de</strong> 1996, segundo CMC, 2001), o que é muito superior aos<br />

me<strong>no</strong>s <strong>de</strong> cem mil resi<strong>de</strong>ntes <strong>no</strong>s concelhos do <strong>litoral</strong> alenteja<strong>no</strong> (estimativas <strong>de</strong> 1995,<br />

segundo INE, 1998), e apesar do aumento verificado <strong>no</strong>s meses <strong>de</strong> Verão (com base em<br />

DGT, 2002, dos 3,9 milhões <strong>de</strong> portugueses que gozaram férias em 2001 fora da sua<br />

residência habitual, 60,6% escolheram o mês <strong>de</strong> Agosto, 72% optaram pelo ambiente <strong>de</strong><br />

praia e cerca <strong>de</strong> 8% escolheram o Alentejo, o que perfaz um aumento, durante este mês, <strong>de</strong><br />

cerca <strong>de</strong> 136000 portugueses <strong>no</strong> Alentejo <strong>litoral</strong>; por outro lado, <strong>de</strong> acordo com Silva, 2000,<br />

eram resi<strong>de</strong>ntes <strong>no</strong> Alentejo apenas 35% das 310 pessoas entrevistadas em Agosto <strong>de</strong><br />

1997 e 1998, em seis praias do concelho <strong>de</strong> Sines). A análise global <strong>de</strong>stas questões será<br />

feita mais à frente, na discussão das implicações dos resultados obtidos para a gestão dos<br />

recursos vivos do <strong>litoral</strong> alenteja<strong>no</strong>.<br />

A elevada abundância <strong>de</strong> utilizadores <strong>de</strong> praias are<strong>no</strong>sas alentejanas durante o<br />

Verão aumenta a referida possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> influência <strong>de</strong>stes sobre a abundância <strong>de</strong><br />

utilizadores <strong>de</strong> litorais <strong>rochoso</strong>s, <strong>no</strong>meadamente na proximida<strong>de</strong> das praias are<strong>no</strong>sas mais<br />

intensamente utilizadas nesta estação do a<strong>no</strong>, e nas activida<strong>de</strong>s estivais que não envolvem<br />

a captura <strong>de</strong> organismos para alimento ou isco. Por outro lado, sendo a procura turística da<br />

região em estudo especialmente concentrada em Agosto (Navas e outros, 2001), a<br />

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