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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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praticadas em preia-mar. Com base nestas informações, a apanha <strong>de</strong> marisco parece ser a<br />

activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> predação <strong>humana</strong> mais comum durante a baixa-mar <strong>no</strong> habitat em estudo,<br />

sobretudo em períodos <strong>de</strong> marés vivas e quando a agitação marítima é me<strong>no</strong>r, tendo em<br />

consi<strong>de</strong>ração que o marisqueio efectuado sem imersão completa explora sobretudo níveis<br />

<strong>de</strong> maré inferiores, bem como níveis subtidais pouco profundos. Por outro lado, durante a<br />

preia-mar ou quando o estado <strong>de</strong> agitação marítima não é favorável à apanha <strong>de</strong> marisco<br />

durante a baixa-mar, a pesca à linha com cana, praticada a partir <strong>de</strong> terra, parece ser a<br />

activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> predação <strong>humana</strong> mais comum <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong>.<br />

Deste modo, o factor altura <strong>de</strong> maré foi apenas analisado <strong>no</strong> caso das activida<strong>de</strong>s<br />

em estudo que são geralmente exercidas em períodos <strong>de</strong> baixa ou preia-mar, como é o<br />

caso da pesca à linha, da pesca submarina e do passeio ou repouso. Com efeito, nas duas<br />

primeiras activida<strong>de</strong>s, o valor médio global <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> obtido <strong>no</strong> presente trabalho é<br />

bastante semelhante entre períodos <strong>de</strong> baixa e preia-mar. De acordo com as informações<br />

obtidas ao longo do presente trabalho, a pesca à linha com cana explora geralmente<br />

habitats subtidais e parece ser, das activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> predação estudadas, a que é exercida<br />

com maior in<strong>de</strong>pendência em relação ao estado da maré, embora seja bastante comum a<br />

opinião, entre os respectivos utilizadores, <strong>de</strong> que os períodos <strong>de</strong> enchente são os mais<br />

proveitosos neste tipo <strong>de</strong> pesca, sobretudo quando a água do mar não está <strong>de</strong>masiado<br />

transparente.<br />

No entanto, os resultados <strong>de</strong>ssas análises foram muito variáveis. No caso em que<br />

o factor estação do a<strong>no</strong> foi incluído, comparando Verão e Inver<strong>no</strong> em marés vivas, não<br />

foram registadas diferenças significativas entre períodos <strong>de</strong> baixa e preia-mar. Porém, a<br />

análise das mesmas activida<strong>de</strong>s, consi<strong>de</strong>rando observações feitas apenas durante o Verão,<br />

e incluindo outros factores como a amplitu<strong>de</strong> da maré, revelou os seguintes padrões: os<br />

pescadores à linha foram mais abundantes na maré baixa em dias não úteis <strong>de</strong> marés vivas,<br />

mas o padrão B=P foi observado nas restantes condições <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> maré e <strong>de</strong><br />

utilida<strong>de</strong> dos dias; os pescadores submari<strong>no</strong>s foram mais abundantes em baixa-mar; nas<br />

activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> passeio ou repouso, o padrão B=P foi verificado em dias úteis <strong>de</strong> marés<br />

vivas, e em praias com me<strong>no</strong>r proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong> praias are<strong>no</strong>sas turísticas, tendo-se registado<br />

o padrão B>P nas restantes condições <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> maré e <strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> dos dias, e nas<br />

praias com maior proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong> praias are<strong>no</strong>sas turísticas.<br />

Apesar da elevada variabilida<strong>de</strong> dos padrões observados, estes resultados obtidos<br />

<strong>no</strong> Verão sugerem alguma influência por parte das activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> marisqueio. Sendo estas<br />

praticadas sobretudo em baixa-mar, dias não úteis (ver atrás) e marés vivas (ver adiante), é<br />

possível que o padrão B>P observado na pesca à linha em dias não úteis <strong>de</strong> marés vivas<br />

tenha sofrido tal influência. Com efeito, <strong>de</strong> acordo com as informações recolhidas ao longo<br />

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