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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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observado foi <strong>de</strong> 247,3 apanhadores <strong>de</strong> ouriço-do-mar por quilómetro <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> costa e<br />

por dia, e correspon<strong>de</strong>u ao maior valor <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas registado <strong>no</strong> presente<br />

trabalho. Esta observação foi efectuada num dia feriado (14 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 1995, Sexta-Feira<br />

Santa), numa baixa-mar <strong>de</strong> marés vivas (altura prevista <strong>de</strong> 0,5m para o porto <strong>de</strong> Sines, <strong>de</strong><br />

acordo com a respectiva tabela <strong>de</strong> marés do Instituto Hidrográfico), com condições<br />

climatéricas propícias (mar calmo, céu pouco nublado e vento fraco), e num local com fácil<br />

acessibilida<strong>de</strong> por terra (local sul da praia Amoreiras/Casca/Oliveirinha, correspon<strong>de</strong>nte ao<br />

sul da praia da Oliveirinha, <strong>no</strong> concelho <strong>de</strong> Sines, com cerca <strong>de</strong> 550m <strong>de</strong> extensão <strong>de</strong> <strong>litoral</strong><br />

<strong>rochoso</strong>). Neste dia e local foram, assim, observadas 136 pessoas a apanhar ouriço-do-mar.<br />

O acima referido valor médio <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 11,2 apanhadores <strong>de</strong> ouriço-do-mar<br />

por quilómetro <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> costa e por dia <strong>de</strong> baixa-mar <strong>de</strong> marés vivas correspon<strong>de</strong> a cerca<br />

<strong>de</strong> 59,3% dos apanhadores <strong>de</strong> marisco, 50% dos pescadores, e 47,7% <strong>de</strong> todas as pessoas<br />

observadas <strong>no</strong> mesmo período e <strong>no</strong>s mesmos locais. Estas elevadas percentagens atestam<br />

a alta importância relativa daquela apanha nas activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas durante a Páscoa<br />

<strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong>. Este elevado peso relativo po<strong>de</strong> ser a principal razão para que,<br />

como acima foi referido, o padrão mais frequente nas activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> marisqueio e <strong>no</strong> total<br />

global <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s tenha sido o registo <strong>de</strong> valores mais elevados em Dur e mais baixos<br />

em Ant e/ou Dep, tal como foi verificado na apanha <strong>de</strong> ouriço-do-mar.<br />

Comparando os três períodos estudados <strong>no</strong> respeitante às observações<br />

efectuadas <strong>no</strong>s respectivos dias <strong>de</strong> amostragem, foi <strong>no</strong> primeiro que o mar esteve mais<br />

agitado, o vento foi mais intenso e o céu esteve mais nebulado. Comparando os períodos<br />

Dur e Dep do mesmo modo, apenas <strong>no</strong> caso da intensida<strong>de</strong> do vento se registaram<br />

diferenças significativas, tendo os valores mais elevados sido observados em Dep. Assim,<br />

para além dos hábitos tradicionais e relacionados com o <strong>de</strong>senvolvimento das gónadas da<br />

principal presa (ver acima), o clima também po<strong>de</strong> ter tido influência <strong>no</strong> padrão mais<br />

frequente acima referido: o registo <strong>de</strong> valores mais elevados em Dur e mais baixos em Ant<br />

e/ou Dep. No entanto, tais hábitos parecem ter sido também importantes, aten<strong>de</strong>ndo ao<br />

padrão Dur>Ant>Dep registado na apanha <strong>de</strong> ouriço-do-mar em marés vivas, <strong>no</strong> caso em<br />

que a análise <strong>de</strong>sta variação temporal incluiu os factores amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> maré e utilida<strong>de</strong> dos<br />

dias.<br />

Tal como referido na apresentação do conhecimento prévio acerca das activida<strong>de</strong>s<br />

em estudo, a apanha <strong>de</strong> ouriço-do-mar é sobretudo efectuada em períodos <strong>de</strong> baixa-mar <strong>de</strong><br />

marés vivas e, preferencialmente, quando a agitação marítima é me<strong>no</strong>r, <strong>de</strong>vido à maior<br />

abundância e tamanho <strong>de</strong>ste equi<strong>no</strong><strong>de</strong>rme em níveis <strong>de</strong> maré inferiores e subtidais (por<br />

exemplo, Angélico, 1990; Guiomar, 1997). Por outro lado, sendo importante a componente<br />

lúdica <strong>de</strong>stas activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas sobretudo em fins <strong>de</strong> semana como os pascais (ver<br />

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