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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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Geralmente, esta exploração comercial é sujeita a controlos vários, sendo<br />

possível conhecer a evolução temporal das capturas totais e dos valores financeiros<br />

transaccionados, o que raramente acontece <strong>no</strong> caso da exploração <strong>humana</strong> exercida<br />

com fins recreativos ou <strong>de</strong> subsistência alimentar (Siegfried e outros, 1994; Castilla e<br />

Defeo, 2001). Nestes casos, a exploração dos recursos não é geralmente sujeita a algum<br />

controlo, excepto <strong>no</strong>s casos em que são exigidas licenças, sendo aquele conhecimento<br />

apenas possível através do recenseamento das activida<strong>de</strong>s durante o seu exercício<br />

(Un<strong>de</strong>rwood e Kennelly, 1990), ou <strong>de</strong> forma indirecta, tendo em conta os hábitos<br />

alimentares huma<strong>no</strong>s (Dalzell e outros, 1996).<br />

Quando não existem restrições espaciais ou temporais, como na maioria dos<br />

casos, o exercício <strong>de</strong>stas activida<strong>de</strong>s recreativas ou <strong>de</strong> subsistência po<strong>de</strong> ser muito<br />

variável, o que, tendo em conta a extensão das regiões costeiras e dificulda<strong>de</strong>s várias <strong>de</strong><br />

observação <strong>no</strong> terre<strong>no</strong>, torna o seu recenseamento difícil e oneroso, ou mesmo<br />

impraticável, razão pela qual a sua realização é pouco frequente e geralmente pontual<br />

(Durán e outros, 1987; Hockey e outros, 1988; Un<strong>de</strong>rwood e Kennelly, 1990; Siegfried e<br />

outros, 1994; Castilla e Defeo, 2001). O mesmo acontece com as pescas consi<strong>de</strong>radas<br />

artesanais ou <strong>de</strong> pequena dimensão, em que parte variável das capturas é<br />

comercializada e transaccionada em lota (Castilla e Jerez, 1986; McLachlan e outros,<br />

1996; Blaber e outros, 2000).<br />

Actualida<strong>de</strong> portuguesa<br />

De acordo com Raffaelli e Hawkins (1996), poucas espécies <strong>de</strong> marisco são<br />

actualmente apanhadas <strong>no</strong>s litorais do <strong>no</strong>rte da Europa, embora o mesmo não se passe<br />

em França, Espanha e Portugal, incluindo respectivas ilhas atlânticas, on<strong>de</strong> muitas<br />

espécies são avidamente capturadas para alimento.<br />

Em Portugal, os recursos vivos marinhos são intensa e tradicionalmente<br />

explorados pelo Homem, sendo a sua principal utilização o consumo alimentar directo<br />

(INE e DGPA, 1998; Castro e outros, 2000). Como indicador da importância <strong>de</strong>stes<br />

recursos na alimentação dos Portugueses, po<strong>de</strong> ser referido o elevado valor do consumo<br />

per capita (61,6 kg por a<strong>no</strong> em peso fresco, <strong>no</strong> triénio 1992-1994) <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> origem<br />

marinha, bem como a elevada proporção (cerca <strong>de</strong> 14%) do pescado nas <strong>de</strong>spesas<br />

alimentares (INE e DGPA, 1998). Do mesmo modo, UNDP e outros (2003) apresentam,<br />

<strong>no</strong> caso <strong>de</strong> Portugal, o valor <strong>de</strong> 65,7kg (peso fresco total) <strong>de</strong> pescado consumido per<br />

capita e por a<strong>no</strong> <strong>no</strong> triénio 1997-1999, um dos maiores a nível mundial. Porém, estes<br />

valores <strong>de</strong>verão estar subestimados, pois apenas se referem a pescado obtido em<br />

activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesca comercial e aquacultura e, assim, não têm em conta parte dos<br />

recursos vivos marinhos explorados <strong>no</strong> âmbito <strong>de</strong> outras activida<strong>de</strong>s, como o marisqueio<br />

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