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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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2- Intensida<strong>de</strong> da predação <strong>humana</strong> <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong><br />

2.1- Introdução<br />

Contexto histórico<br />

Com base em resultados <strong>de</strong> diversos trabalhos arqueológicos (Tavares da Silva<br />

e Soares, 1997; 1998b), os recursos vivos litorais do sul <strong>de</strong> Portugal continental:<br />

- começaram a ser explorados com fins alimentares <strong>no</strong> Paleolítico médio, sendo<br />

o marisqueio <strong>litoral</strong>, <strong>no</strong> Epipaleolítico, o principal fornecedor da componente animal da<br />

dieta <strong>humana</strong> durante curtos períodos;<br />

- foram a base <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>iras eco<strong>no</strong>mias pré-históricas costeiras <strong>no</strong> “tempo dos<br />

concheiros”, que abrange o Mesolítico (iniciado há cerca <strong>de</strong> 7500 a<strong>no</strong>s) e o Neolítico<br />

antigo;<br />

- <strong>de</strong>sempenharam um papel cada vez mais secundário na dieta <strong>humana</strong> a partir<br />

do Neolítico médio, <strong>no</strong> Calcolítico e na Ida<strong>de</strong> do Bronze, integrando-se a sua exploração<br />

em eco<strong>no</strong>mias agro-marítimas ou agro-metalúrgico-marítimas, e variando a sua<br />

importância relativa com a proximida<strong>de</strong> da costa;<br />

- e continuaram a ser explorados <strong>no</strong>s períodos roma<strong>no</strong>, visigótico e muçulma<strong>no</strong>,<br />

embora a pobreza dos artefactos encontrados <strong>no</strong>s respectivos <strong>de</strong>pósitos dificulte a sua<br />

datação.<br />

Estes <strong>de</strong>pósitos apresentaram uma gran<strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> e a sua<br />

representativida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ter sido diminuída pela preservação diferencial dos materiais<br />

envolvidos e pela transgressão flandriana (Tavares da Silva e Soares, 1997). Contudo,<br />

revelaram a utilização <strong>humana</strong> com fins alimentares <strong>de</strong> diversas espécies <strong>de</strong> litorais<br />

<strong>rochoso</strong>s e estuari<strong>no</strong>s, como moluscos gastrópo<strong>de</strong>s (por exemplo, Patella spp., Littorina<br />

littorea, Thais haemastoma, e Osilinus lineatus), moluscos bivalves (por exemplo, Mytilus<br />

spp., Venerupis <strong>de</strong>cussata, Scrobicularia plana, Cerasto<strong>de</strong>rma edule, Ostreidae, e<br />

Solenidae), crustáceos (por exemplo, Pollicipes pollicipes e Decapoda), equi<strong>no</strong><strong>de</strong>rmes<br />

(Paracentrotus lividus) e peixes (por exemplo, Muraena helena, Gadidae, Diplodus spp.,<br />

Sparus aurata, Boops boops, Sparidae, Mugilidae, Symphodus sp., Labrus sp., e<br />

Labridae) (Beja, 1993; Tavares da Silva e Soares, 1997; 1998a; 1998b).<br />

Situação actual <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong> – conhecimento prévio<br />

Tal como sugerem Un<strong>de</strong>rwood e Kennelly (1990) e Kingsford e outros (1991), a<br />

<strong>de</strong>finição dos factores mais importantes <strong>no</strong> condicionamento <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s <strong>humana</strong>s<br />

como as estudadas <strong>no</strong> presente trabalho <strong>de</strong>verá ser feita com base na realização <strong>de</strong><br />

estudos prévios. Aten<strong>de</strong>ndo à inexistência <strong>de</strong> trabalhos previamente publicados sobre<br />

activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> predação <strong>humana</strong> <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> português (por exemplo, os <strong>de</strong> Baptista, 1995,<br />

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