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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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umbilicalis, são mais abundantes em níveis <strong>de</strong> maré como o médio e o superior analisados<br />

nessas praias. Com efeito, num estudo sobre a distribuição e abundância <strong>de</strong>stas espécies,<br />

incluindo também G. pennanti, Salvador (2002) observou, <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong>, uma<br />

maior abundância daquelas três espécies em níveis <strong>de</strong> maré correspon<strong>de</strong>ntes aos<br />

<strong>no</strong>meados <strong>de</strong> médio e superior <strong>no</strong> presente trabalho, e, <strong>de</strong>sta espécie <strong>de</strong> Gibbula, em níveis<br />

inferiores <strong>de</strong> maré. A análise conjunta <strong>de</strong>stas activida<strong>de</strong>s é justificada pelo facto <strong>de</strong> serem<br />

frequentemente exercidas em conjunto nessas praias, <strong>de</strong>vido à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> captura <strong>de</strong><br />

lapas e burriés <strong>no</strong> mesmo habitat.<br />

Por outro lado, sendo VMA e ACO relativamente próximas <strong>de</strong> praias are<strong>no</strong>sas, é<br />

provável que, <strong>no</strong> Verão, quando esta activida<strong>de</strong> foi mais intensa (ver acima), gran<strong>de</strong> parte<br />

dos apanhadores <strong>de</strong> lapas e burriés observados nestas praias fossem banhistas que para<br />

elas se <strong>de</strong>slocaram na baixa-mar, tal como foi registado com frequência ao longo <strong>de</strong>ste<br />

trabalho. Assim, aten<strong>de</strong>ndo aos dominantes motivos <strong>de</strong> lazer dos banhistas <strong>de</strong> praias<br />

are<strong>no</strong>sas (ver acima), é provável que os níveis <strong>de</strong> maré escolhidos por tais utilizadores não<br />

sejam os inferiores, <strong>de</strong>vido à sua exploração ser mais difícil e arriscada, e que, para os<br />

mesmos, as presas encontradas acima <strong>de</strong>stes níveis sejam suficientemente boas, tanto em<br />

termos qualitativos (espécie) como quantitativos (abundância e/ou tamanho).<br />

De qualquer modo, nem só os referidos banhistas, oriundos <strong>de</strong> praias are<strong>no</strong>sas<br />

vizinhas, po<strong>de</strong>rão ter tal comportamento pouco expedito. Este é extensível a outros tipos <strong>de</strong><br />

pessoas, como, por exemplo, turistas pouco experientes ou com pouca <strong>de</strong>streza na<br />

exploração <strong>de</strong> litorais <strong>rochoso</strong>s, também potencialmente abundantes durante o Verão, na<br />

região em estudo.<br />

Apesar <strong>de</strong> esta activida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r ser efectuada em diferentes níveis <strong>de</strong> maré, em<br />

CSI a apanha <strong>de</strong> lapas foi mais intensa em marés vivas e, em VMA, a apanha <strong>de</strong> lapas e<br />

burriés foi mais intensa em marés vivas <strong>de</strong> dias não úteis. No caso <strong>de</strong> CSI, este padrão está<br />

seguramente relacionado com o facto <strong>de</strong> aquela activida<strong>de</strong> ter sido mais intensa em níveis<br />

inferiores <strong>de</strong> maré, mais dificilmente exploráveis em marés mortas. Relativamente a VMA, é<br />

possível que tais diferenças se <strong>de</strong>vam à influência das activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> marisqueio em geral,<br />

cuja intensida<strong>de</strong> foi maior em marés vivas e em dias não úteis.<br />

No entanto, o factor amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> maré não foi significativo na apanha <strong>de</strong> lapas e<br />

burriés observada em ACO, o que po<strong>de</strong> estar relacionado com o padrão vertical registado<br />

(maior intensida<strong>de</strong> <strong>no</strong>s níveis médio e superior), bem como com a maior proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta<br />

praia em relação a praias are<strong>no</strong>sas turísticas. Nesta praia, a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta activida<strong>de</strong> foi<br />

maior <strong>no</strong> Verão, quando as praias are<strong>no</strong>sas alentejanas são utilizadas por um maior número<br />

<strong>de</strong> banhistas (SEMARTE, 1992; Silva, 2000, 2002a; Navas e outros, 2001), potenciais<br />

apanhadores <strong>de</strong> lapas e burriés em litorais <strong>rochoso</strong>s na sua proximida<strong>de</strong> (ver acima),<br />

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