05.06.2013 Views

Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

consi<strong>de</strong>raram também que várias populações <strong>de</strong> algas, invertebrados e peixes da costa<br />

alentejana se encontravam plena ou intensamente exploradas, em perigo <strong>de</strong><br />

sobreexploração ou mesmo sobreexploradas (Canário e outros, 1994; Cruz, 1995, 2000;<br />

UE, 1994; Silva e outros, 1998; Santos e outros, 2003; secção 2.1).<br />

Apesar da importância da exploração <strong>humana</strong> <strong>de</strong> recursos vivos do <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong><br />

alenteja<strong>no</strong>, bem como da frequente comercialização dos seus produtos, não existe<br />

regulamentação específica que condicione estas activida<strong>de</strong>s a uma gestão sustentável<br />

(secção 1). Mesmo quando esta regulamentação existe, como <strong>no</strong> caso da pesca comercial,<br />

o esforço <strong>de</strong> controlo e fiscalização é geralmente insuficiente ou ineficaz (Hol<strong>de</strong>n, 1994;<br />

Kelleher e outros, 1995; Vasconcelos, 2000). Com esta ausência <strong>de</strong> controlo e gestão, os<br />

recursos têm vindo a ser explorados duma forma intensa e <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada, sendo aparente o<br />

<strong>de</strong>créscimo dos quantitativos capturados e o aumento do esforço <strong>de</strong> exploração (Jesus,<br />

2003), tal como foi observado <strong>no</strong>utras regiões sujeitas a activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste tipo (por exemplo,<br />

Kingsford e outros, 1991; Castilla e outros, 1994). Acresce-se a este pa<strong>no</strong>rama o <strong>de</strong>ficiente<br />

ou pontual conhecimento científico da biologia e ecologia das populações exploradas e dos<br />

sistemas envolvidos, bem como do impacte <strong>de</strong>stas activida<strong>de</strong>s (secção 1).<br />

Gran<strong>de</strong> parte do <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong> é já protegido por lei, como é o caso da<br />

zona pertencente à faixa marinha do Parque Natural do Sudoeste Alenteja<strong>no</strong> e Costa<br />

Vicentina (PNSACV). Com efeito, o limite marítimo <strong>de</strong>ste Parque Natural é “uma faixa <strong>de</strong> 2<br />

km <strong>de</strong>finida a partir da linha <strong>de</strong> costa em toda a sua extensão” (criação do PNSACV,<br />

Decreto Regulamentar n.º 26/95, <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> Setembro), em cuja área (“com excepção das<br />

áreas portuárias sob jurisdição do Ministério do Mar”) “é proibida a prática <strong>de</strong> actos ou o<br />

exercício <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s que prejudiquem a conservação da fauna e flora existentes e dos<br />

respectivos habitats e tenham como efeito a <strong>de</strong>struição ou <strong>de</strong>lapidação do património<br />

arqueológico subaquático” (Regulamento do Pla<strong>no</strong> <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento do PNSACV, segundo<br />

os Decretos Regulamentares n.º 33/95, <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> Dezembro, e n.º 9/99, <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> Junho).<br />

Posteriormente, o Pla<strong>no</strong> <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento da Orla Costeira entre Sines e Burgau<br />

(Resolução do Conselho <strong>de</strong> Ministros n.º 152/98, publicada em 30 <strong>de</strong> Dezembro)<br />

regulamenta <strong>de</strong> modo diferente a exploração <strong>de</strong> recursos vivos <strong>no</strong> “espaço natural<br />

marítimo”, “<strong>de</strong>limitado pela linha <strong>de</strong> máxima baixa-mar e a batimétrica dos 30 m, com<br />

exclusão dos pla<strong>no</strong>s <strong>de</strong> água associados às praias balneares”, e nas “praias marítimas”,<br />

“constituídas pelas zonas que integram a antepraia, o areal e o pla<strong>no</strong> <strong>de</strong> água associado”.<br />

No caso dos recursos do espaço natural marítimo, este pla<strong>no</strong> transfere a restrição ou a<br />

interdição da sua livre utilização para a entida<strong>de</strong> competente para o efeito mas, <strong>no</strong> caso das<br />

praias marítimas, interdita a “apanha <strong>de</strong> plantas e mariscagem, com fins lucrativos, fora dos<br />

locais e períodos sazonais estipulados”, e condiciona a pesca <strong>de</strong>sportiva, a caça submarina<br />

311

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!