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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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intensa em CSI, VMA e/ou ACO. Apesar das diferentes características <strong>de</strong>stas praias, VMA e<br />

ACO são, das praias amostradas, as que possuem um acesso por terra mais fácil (CSI tem<br />

um acesso por terra consi<strong>de</strong>rado mo<strong>de</strong>radamente difícil) e, em conjunto, aquelas três praias<br />

são as mais próximas da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sines, o maior aglomerado urba<strong>no</strong> da região costeira em<br />

estudo, cuja freguesia tinha cerca <strong>de</strong> 11250 pessoas resi<strong>de</strong>ntes em 1991 (INE, 1993; por<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>crescente, as restantes freguesias mais populosas são Santo André, Santiago do<br />

Cacém e O<strong>de</strong>mira, com cerca <strong>de</strong> 10750, 6040 e 5900 pessoas resi<strong>de</strong>ntes em 1991,<br />

respectivamente). Aten<strong>de</strong>ndo à abundância <strong>de</strong> presas em diferentes níveis <strong>de</strong> maré e <strong>de</strong><br />

exposição à ondulação (Salvador, 2002; Sousa, 2002; ver também secção 4), bem como à<br />

facilida<strong>de</strong> da sua captura, a apanha intertidal <strong>de</strong> lapas e burriés possui um grau <strong>de</strong><br />

dificulda<strong>de</strong> e risco relativamente reduzido. Assim, esta elevada facilida<strong>de</strong> e este baixo risco<br />

po<strong>de</strong>m traduzir-se nalgum comodismo, corroborando a importância da referida facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

acesso e da proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tal aglomerado urba<strong>no</strong> para o exercício <strong>de</strong>sta activida<strong>de</strong>.<br />

As activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apanha <strong>de</strong> isco e pesca à linha são as que apresentaram maior<br />

frequência <strong>de</strong> variação à escala da praia, tendo sido registados valores mais elevados <strong>no</strong><br />

Cabo <strong>de</strong> Sines na maioria dos casos em que foi possível <strong>de</strong>finir algum padrão geral. Esta<br />

preferência pelo Cabo <strong>de</strong> Sines po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>vida à conjugação da sua mo<strong>de</strong>rada<br />

acessibilida<strong>de</strong> por terra com a elevada proximida<strong>de</strong> da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sines, que constitui o<br />

maior aglomerado urba<strong>no</strong> da região em estudo (ver acima) e se situa <strong>no</strong> concelho com<br />

maior <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>humana</strong> da mesma região (segundo os censos <strong>de</strong> 1991, publicados em<br />

INE, 1998, o concelho <strong>de</strong> Sines possui cerca <strong>de</strong> 62 habitantes por km 2 e os concelhos <strong>de</strong><br />

Santiago do Cacém e O<strong>de</strong>mira possuem, respectivamente, cerca <strong>de</strong> 30 e 15 habitantes por<br />

km 2 ). Por outro lado, o Cabo <strong>de</strong> Sines é consi<strong>de</strong>rado, por muitos dos pescadores da região<br />

contactados ao longo <strong>de</strong>ste trabalho, uma zona boa e produtiva para a pesca à linha com<br />

cana, tendo sido invocadas razões relacionadas com a elevada profundida<strong>de</strong> das águas e a<br />

dominância <strong>de</strong> substrato duro junto à costa, e com o elevado hidrodinamismo. Com efeito,<br />

os dois últimos factores condicionam a exploração <strong>de</strong>sta zona por parte <strong>de</strong> embarcações <strong>de</strong><br />

pesca comercial, <strong>no</strong>meadamente as que utilizam re<strong>de</strong>s, po<strong>de</strong>ndo diminuir, localmente, o<br />

esforço que este tipo <strong>de</strong> exploração dirige às presas preferenciais da pesca à linha – os<br />

peixes. De qualquer modo, quando praticada a partir <strong>de</strong> terra, a pesca à linha com cana<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> pouco do estado <strong>de</strong> agitação marítima pois, mesmo quando o mar está muito<br />

agitado, po<strong>de</strong> ser efectuada a partir <strong>de</strong> arribas ou falésias sobranceiras ao local <strong>de</strong><br />

exploração, como as que são frequentes <strong>no</strong> Cabo <strong>de</strong> Sines.<br />

Num estudo sobre a predação <strong>humana</strong> <strong>de</strong> litorais <strong>rochoso</strong>s do estado <strong>de</strong> New<br />

South Wales, <strong>no</strong> su<strong>de</strong>ste australia<strong>no</strong>, Kingsford e outros (1991) também registaram, com<br />

elevada frequência, variação espacial numa escala semelhante (cerca <strong>de</strong> 2km <strong>de</strong> costa) e<br />

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