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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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das principais espécies capturada <strong>no</strong>s Açores. Efectivamente, e apesar da revisão<br />

morfológica <strong>de</strong> Christiaens (1973), que propõe a <strong>de</strong>signação única <strong>de</strong> P. ulyssiponensis para<br />

estes dois tipos <strong>de</strong> lapas, Hawkins e outros (2000), com base em estudos genéticos não<br />

publicados, consi<strong>de</strong>ram provável que o <strong>no</strong>me P. aspera <strong>de</strong>va ser usado para a população<br />

insular, que representa uma espécie separada e endémica da Macaronésia, e que P.<br />

ulyssiponensis <strong>de</strong>va ser usado para a população continental. Contudo, em algumas regiões<br />

costeiras acima mencionadas, as espécies exploradas pertencem ao género Patella, como<br />

<strong>no</strong> caso dos Açores, das Ilhas Canárias e do Transkei (Branch, 1975a; Hockey, 1994; Ferraz<br />

e outros, 2001).<br />

Relativamente à costa continental portuguesa, Guerra e Gaudêncio (1986)<br />

referiram a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a longevida<strong>de</strong> e o tamanho máximo <strong>de</strong> três espécies <strong>de</strong> lapas<br />

do género Patella (P. ulyssiponensis, P. vulgata e P. <strong>de</strong>pressa) serem diminuídos pela<br />

contínua e intensa predação <strong>humana</strong> que, na região <strong>no</strong>rte, é dirigida às lapas com maior<br />

tamanho. Embora estas autoras não tenham avaliado a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta predação, a<br />

referida possibilida<strong>de</strong> foi avançada como explicação do facto <strong>de</strong> terem sido observados, nas<br />

citadas espécies, me<strong>no</strong>res valores <strong>de</strong> longevida<strong>de</strong> e tamanho máximo que os registados por<br />

outros autores na Irlanda e <strong>no</strong> Rei<strong>no</strong> Unido, on<strong>de</strong> as lapas não são sujeitas a exploração<br />

<strong>humana</strong>. Com efeito, <strong>de</strong> acordo com Raffaelli e Hawkins (1996), poucas são as espécies<br />

litorais actualmente predadas pelo Homem <strong>no</strong> <strong>no</strong>rte da Europa, <strong>de</strong>stacando-se os caramujos<br />

(Littorina) e os berbigões (Cerasto<strong>de</strong>rma). Em relação às lapas, estes autores referem que<br />

as suas conchas são dos principais constituintes dos concheiros arqueológicos <strong>de</strong>scobertos<br />

por toda a Europa, embora sejam actualmente pouco consumidas pelos europeus, excepto<br />

nalgumas ilhas atlânticas, on<strong>de</strong> são altamente apreciadas e valorizadas.<br />

De qualquer modo, Branch e More<strong>no</strong> (1994) consi<strong>de</strong>ram que parte da dificulda<strong>de</strong><br />

em prever os efeitos da exploração <strong>humana</strong> em herbívoros <strong>de</strong> litorais <strong>rochoso</strong>s, como as<br />

lapas, está relacionada com o facto <strong>de</strong> que cada espécie possui características particulares<br />

que influenciam a sua vulnerabilida<strong>de</strong>. Mesmo assim, estes autores referem, generalizando<br />

as características <strong>de</strong>stes herbívoros, que cada espécie não tem muitas maneiras <strong>de</strong> evoluir,<br />

<strong>de</strong> forma a reduzir a sua vulnerabilida<strong>de</strong> à predação <strong>humana</strong>, excepto, talvez, diminuindo o<br />

tamanho, e adquirindo ou produzindo toxicida<strong>de</strong> (como <strong>no</strong> caso da maioria das espécies <strong>de</strong><br />

Siphonaria, que produzem compostos tóxicos) e, por outro lado, baseando-se em<br />

Un<strong>de</strong>rwood e Fairweather (1988), consi<strong>de</strong>ram ser pouco provável que as espécies que<br />

possuem larvas com uma extensa dispersão <strong>de</strong>senvolvam mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa em<br />

relação a predadores que possuam efeitos localizados.<br />

No entanto, com base em dados não publicados, Branch e More<strong>no</strong> (1994) sugerem<br />

que a dispersão das larvas <strong>de</strong> Patella é limitada e que o recrutamento po<strong>de</strong> estar<br />

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