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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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3.4- Discussão<br />

Rendimento da predação <strong>humana</strong><br />

Variação em função da intensida<strong>de</strong> da exploração <strong>humana</strong><br />

Na análise <strong>de</strong>sta variação, foi consi<strong>de</strong>rado o rendimento (peso fresco das capturas)<br />

das activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> predação em estudo, exercidas durante períodos <strong>de</strong> baixa-mar <strong>de</strong> marés<br />

vivas (todas as activida<strong>de</strong>s) e <strong>de</strong> enchente (pesca à linha, com cana e em terra). Estas<br />

variáveis, em conjunto com o número <strong>de</strong> taxa (<strong>de</strong> invertebrados ou peixes) presente <strong>no</strong><br />

pescado capturado, foram quantificadas num período <strong>de</strong> Verão, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da<br />

utilida<strong>de</strong> dos dias, e em dois conjuntos <strong>de</strong> praias, potencialmente sujeitos a diferente<br />

intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exploração <strong>humana</strong> (as do primeiro grupo são mais próximas <strong>de</strong> praias<br />

are<strong>no</strong>sas turísticas e possuem um acesso por terra mais fácil): Amoreiras/Casca/Oliveirinha,<br />

Burrinho/Porto Covo e Queimado, e Almograve (maior intensida<strong>de</strong>); e Caniceira, Nascedios<br />

e Cabo Sardão (me<strong>no</strong>r intensida<strong>de</strong>).<br />

Relativamente às activida<strong>de</strong>s exercidas durante a baixa-mar, cujas variáveis foram<br />

analisadas por pescador e por dia <strong>de</strong> pesca, o factor intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exploração foi<br />

significativo apenas <strong>no</strong> caso da apanha <strong>de</strong> isco e pesca à linha, e do número <strong>de</strong> taxa, e<br />

somente <strong>no</strong> respeitante às capturas quantificadas por dia <strong>de</strong> pesca. No primeiro caso, tais<br />

diferenças significativas foram observadas tanto ao nível do peso médio total, como do seu<br />

produto pelo número <strong>de</strong> pessoas observadas, <strong>no</strong> mesmo dia, a exercer essa activida<strong>de</strong> em<br />

cada praia consi<strong>de</strong>rada, tendo sido registados valores médios mais baixos nas praias<br />

sujeitas a maior intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exploração. No caso do número <strong>de</strong> taxa, foi registado o<br />

mesmo padrão, tanto <strong>no</strong> respeitante aos invertebrados, como aos peixes.<br />

Embora nas activida<strong>de</strong>s exercidas em baixa-mar a pesca à linha tenha sido<br />

analisada em conjunto com a apanha <strong>de</strong> isco, por serem activida<strong>de</strong>s complementares e<br />

associadas, as capturas <strong>de</strong> isco foram geralmente pouco pesadas. Com efeito, as capturas<br />

<strong>de</strong> isco por pescador totalizaram, em média, cerca <strong>de</strong> 98,7g (peso fresco; 1EP=33,5g; N=41)<br />

e as capturas <strong>de</strong> peixes por pescador à linha foram, em média, bastante superiores (média=<br />

806,7g <strong>de</strong> peso fresco; 1EP=107,8g; N=30). Deste modo, as capturas obtidas em baixa-mar<br />

<strong>no</strong> âmbito da apanha <strong>de</strong> isco e da pesca à linha foram sobretudo efectuadas por esta última<br />

activida<strong>de</strong>.<br />

No que diz respeito à pesca à linha praticada em períodos <strong>de</strong> enchente, o factor<br />

intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exploração foi significativo <strong>no</strong>s dois casos analisados (peso total das<br />

capturas efectuadas por pescador, e respectivo número <strong>de</strong> taxa), tendo sido registado o<br />

mesmo padrão: valores médios mais baixos nas praias sujeitas a maior intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

exploração.<br />

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