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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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Porém, os impactos huma<strong>no</strong>s não estão sujeitos a tais subtis controlos e balanços<br />

naturais: em primeiro lugar, a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da população <strong>humana</strong> é relativamente<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte dos recursos vivos intertidais, cuja sobreexploração não tem consequências<br />

negativas na <strong>de</strong>mografia <strong>humana</strong>; por outro lado, esta falta <strong>de</strong> regulação ecológica, e as<br />

pequenas escalas temporais a que a exploração <strong>humana</strong> ocorre, permitem poucas (em<br />

algumas espécies <strong>de</strong> peixes, a ida<strong>de</strong> da maturação sexual foi reduzida) ou nenhumas<br />

oportunida<strong>de</strong>s para as populações exploradas se adaptarem às severas forças selectivas<br />

impostas pela predação <strong>humana</strong>; em terceiro lugar, o Homem é um predador que usa<br />

ferramentas e possui uma elevada mobilida<strong>de</strong>, o que lhe permite ultrapassar eventuais<br />

refúgios espaciais, dimensionais ou comportamentais das presas e faz com que a escolha<br />

das presas não seja condicionada pela morfologia da presa ou do predador; do mesmo<br />

modo, as presas também possuem poucos refúgios temporais (por exemplo, <strong>de</strong>vido à<br />

oscilação das marés ou à agitação marítima), aten<strong>de</strong>ndo a que o Homem é um predador<br />

relativamente se<strong>de</strong>ntário e po<strong>de</strong> exercer uma contínua pressão sobre os recursos intertidais;<br />

por último, o Homem é um predador extremamente generalista, primariamente <strong>de</strong>vido à sua<br />

omnivoria, actuando, não só como predador, mas também como competidor, perturbador<br />

amensal e introdutor <strong>de</strong> espécies exóticas “comensais”, e a gama <strong>de</strong> recursos explorados é<br />

aumentada porque a exploração não é só efectuada para um ganho individual <strong>de</strong> energia<br />

mas também para adquirir dinheiro, <strong>no</strong> âmbito <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s comerciais (Dye e outros,<br />

1994; Hockey, 1994; Menge e Branch, 2001). Lidando a gestão da exploração <strong>humana</strong> <strong>de</strong><br />

recursos vivos com factores biológicos, sociais, legais e económicos, a sua implementação<br />

ainda é mais importante mas mais difícil <strong>de</strong>vido a estas diferenças qualitativas entre<br />

predadores huma<strong>no</strong>s e naturais (Un<strong>de</strong>rwood, 1993; Dye e outros, 1994).<br />

Gestão da exploração <strong>humana</strong> na costa alentejana e do Parque Natural do<br />

Sudoeste Alenteja<strong>no</strong> e Costa Vicentina<br />

Apesar da elevada intensida<strong>de</strong> da exploração <strong>humana</strong> <strong>de</strong> recursos vivos do <strong>litoral</strong><br />

<strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong>, somada ao intenso esforço da pesca comercial, a exploração dos<br />

recursos vivos da costa alentejana parece ser exercida <strong>de</strong> um modo sustentável,<br />

consi<strong>de</strong>rando estimativas globais apresentadas por Bax e Laevastu (1990; ver secção 3.4)<br />

para zonas <strong>de</strong> plataforma continental com latitu<strong>de</strong> média, profundida<strong>de</strong> inferior a 500m, e<br />

sujeitas a afloramento costeiro. Contudo, embora o presente trabalho tenha admitido que a<br />

actual intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> predação <strong>humana</strong> não constitui perigo para a conservação do ouriço-<br />

do-mar na costa alentejana, e que o respectivo stock <strong>de</strong> P. ulyssiponensis po<strong>de</strong> ser<br />

consi<strong>de</strong>rado mo<strong>de</strong>radamente pescado, foi sugerido que o stock <strong>de</strong> percebe é intensa a<br />

totalmente pescado nesta região costeira (secção 3.4). Do mesmo modo, outros autores<br />

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