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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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Os resultados obtidos <strong>no</strong>s diferentes trabalhos consultados foram directamente<br />

adaptados para esta comparação, com excepção dos referidos por CPAM (2002). Neste<br />

caso, apenas o número diário <strong>de</strong> utilizadores foi directamente consultado, tendo a extensão<br />

<strong>de</strong> costa explorada sido estimada a partir dos mapas incluídos na respectiva base <strong>de</strong> dados.<br />

De qualquer modo, é <strong>no</strong>tório que os valores <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> obtidos <strong>no</strong> presente<br />

trabalho são raramente inferiores aos registados <strong>no</strong>utros estudos similares, tendo mesmo<br />

sido os mais elevados nalguns casos. Os dois únicos casos em que a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> predação foi inferior na região em estudo verificaram-se na apanha <strong>de</strong><br />

percebe e na pesca submarina. Em ambos, os respectivos valores foram ultrapassados por<br />

registos efectuados <strong>no</strong> âmbito <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s quase exclusivamente comerciais (<strong>no</strong> caso da<br />

apanha <strong>de</strong> percebe referida por CPAM, 2002) ou em que a comercialização do produto da<br />

pesca era uma prática <strong>no</strong>rmal (<strong>no</strong> caso da pesca submarina referida por Durán e outros,<br />

1987). No outro caso em que o valor consultado foi obtido <strong>no</strong> âmbito <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s<br />

predominantemente comerciais (apanha <strong>de</strong> ouriço-do-mar referida por CPAM, 2002), a<br />

intensida<strong>de</strong> observada <strong>no</strong> presente trabalho foi superior. No caso da apanha <strong>de</strong> percebe, é<br />

<strong>de</strong> referir que Jesus (2003) observou uma média global <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 3 pessoas por<br />

quilómetro <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> costa, com base em observações efectuadas em seis praias da costa<br />

sudoeste <strong>de</strong> Portugal continental. Porém, estas observações foram apenas efectuadas em<br />

meses <strong>de</strong> Verão e períodos <strong>de</strong> marés vivas, o que po<strong>de</strong> ter sobreestimado aquele valor <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, <strong>no</strong>meadamente <strong>no</strong> caso dos apanhadores amadores daquela região, que<br />

parecem preferir tais condições (Jesus, 2003).<br />

Os trabalhos consultados foram realizados em locais on<strong>de</strong> a intensida<strong>de</strong> da<br />

exploração foi consi<strong>de</strong>rada elevada e o seu impacte ecológico, por ter sido significativo,<br />

motivou a tomada <strong>de</strong> diversas medidas <strong>de</strong> gestão (segundo os respectivos autores, excepto<br />

CPAM, 2002, e revisões <strong>de</strong> Un<strong>de</strong>rwood, 1993; Siegfried, 1994; Castilla, 2000; Castilla e<br />

Defeo, 2001 e More<strong>no</strong>, 2001). Assim, po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar que a intensida<strong>de</strong> da exploração<br />

<strong>humana</strong> do <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong> foi relativamente elevada, sobretudo nas activida<strong>de</strong>s<br />

exercidas em períodos <strong>de</strong> baixa-mar. Na maioria <strong>de</strong>stes casos, os valores obtidos <strong>no</strong><br />

presente estudo foram os mais elevados na comparação efectuada. Este resultado está <strong>de</strong><br />

acordo com o facto <strong>de</strong> ter sido nas activida<strong>de</strong>s praticadas durante a baixa-mar que os<br />

valores <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> foram mais elevados <strong>no</strong> presente estudo (ver atrás). Com base <strong>no</strong><br />

que suce<strong>de</strong>u <strong>no</strong>s locais on<strong>de</strong> os trabalhos consultados foram realizados, esta análise<br />

comparativa sugere que a exploração <strong>humana</strong> do <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong> produziu um<br />

impacte ecológico significativo e <strong>de</strong>veria ser condicionada por medidas <strong>de</strong> gestão, com vista<br />

à utilização sustentável dos recursos vivos explorados e dos seus habitats.<br />

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