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Predação humana no litoral rochoso alentejano - Universidade de ...

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Estes resultados sugerem que a sazonalida<strong>de</strong> observada na apanha <strong>de</strong> lapas do<br />

<strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong>, cuja intensida<strong>de</strong> foi mais elevada <strong>no</strong>s meses <strong>de</strong> Verão (secção 2),<br />

período em que foi registada uma me<strong>no</strong>r percentagem <strong>de</strong> indivíduos em activida<strong>de</strong><br />

reprodutora, é favorável à sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> predação.<br />

De acordo com Ferraz e outros (2001), a legislação em vigor <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1993 impôs um<br />

período <strong>de</strong> veda, <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> Outubro a 31 <strong>de</strong> Maio, na apanha <strong>de</strong> lapas dos Açores. Embora P.<br />

can<strong>de</strong>i pareça reproduzir-se ao longo <strong>de</strong> todo o a<strong>no</strong>, sem um período <strong>de</strong> repouso sexual<br />

sincronizado, P. aspera parece reproduzir-se continuamente entre Agosto e Abril, e possuir<br />

um período <strong>de</strong> repouso entre Maio e Julho (Martins e outros, 1987).<br />

No caso <strong>de</strong> ser reconhecida a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicar uma medida semelhante à<br />

apanha <strong>de</strong> lapas <strong>no</strong> <strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong>, parece ser pertinente a imposição <strong>de</strong> um<br />

período <strong>de</strong> veda entre Outubro e Abril, inclusive. Tal medida evitaria que a exploração<br />

<strong>de</strong>stes recursos fosse exercida durante o principal período <strong>de</strong> reprodução das espécies<br />

envolvidas, minimizando o impacte <strong>de</strong>sta activida<strong>de</strong> <strong>humana</strong> na emissão <strong>de</strong> gâmetas. Por<br />

outro lado, é provável que esta medida fosse bem aceite pela maioria dos pescadores do<br />

<strong>litoral</strong> <strong>rochoso</strong> alenteja<strong>no</strong>, aten<strong>de</strong>ndo à acima referida sazonalida<strong>de</strong> da apanha <strong>de</strong> lapas<br />

praticada nesta região, bem como à sazonalida<strong>de</strong> das condições atmosféricas e <strong>de</strong> agitação<br />

marítima (secção 2), mais favoráveis ao exercício <strong>de</strong>sta activida<strong>de</strong> fora <strong>de</strong>sse período <strong>de</strong><br />

veda.<br />

... – distribuição<br />

Por último, é <strong>de</strong> referir que, <strong>de</strong> acordo com observações pessoais efectuadas ao<br />

longo <strong>de</strong>ste trabalho, bem como <strong>de</strong> informações obtidas junto <strong>de</strong> pescadores locais, P.<br />

ulyssiponensis po<strong>de</strong> ser abundante e atingir um tamanho consi<strong>de</strong>rável em níveis subtidais<br />

da costa alentejana. Neste habitat, os locais on<strong>de</strong> esta espécie foi encontrada em maior<br />

abundância eram sujeitos a um elevado hidrodinamismo e o substrato duro era coberto<br />

maioritariamente por algas calcárias encrustantes. Num estudo sobre a distribuição <strong>de</strong> lapas<br />

<strong>no</strong> sudoeste irlandês, Ebling e outros (1962) observaram esta espécie ao longo <strong>de</strong> toda a<br />

zona intertidal <strong>de</strong> locais expostos, mas apenas em níveis intertidais inferiores e subtidais<br />

pouco profundos <strong>de</strong> um local muito abrigado (Lough Ine). No entanto, o mesmo trabalho não<br />

analisou a distribuição <strong>de</strong>sta espécie em níveis subtidais <strong>de</strong> locais expostos.<br />

Numa observação pontual efectuada subtidalmente <strong>no</strong> exterior do Porto <strong>de</strong> Sines,<br />

o maior exemplar <strong>de</strong>sta espécie tinha 66mm <strong>de</strong> comprimento <strong>de</strong> concha, embora o maior<br />

exemplar colhido em níveis intertidais da região em estudo tivesse 71,8mm da mesma<br />

medida. No entanto, <strong>de</strong> acordo com as referidas observações e informações, a apanha <strong>de</strong><br />

lapas é raramente efectuada em níveis subtidais da região em estudo.<br />

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