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formal, material, eficiente e final. No primeiro caso cogitava-se da idéia antes da<br />

obra ser realizada, sucedendo-se a matéria sobre a qual se trabalhava, os instrumentos<br />

utilizados e, finalmente, o propósito da obra. Assim sendo, a rebelião de<br />

Duns Scotus apoiou-se na constatação de que seres moviam-se por iniciativa<br />

própria, enquanto que em Dufour pretendeu-se enfatizar as posições contraditórias<br />

entre a objectividade científica e a subjectividade humana, ou melhor, entre<br />

as relações causais e a intuição criativa das pessoas.<br />

Na actualidade, uma simples observação sobre a educação física, os desportos<br />

e a recreação – esta última quando formalizada em excesso – revela que a<br />

ordem aristotélica continua a regular as relações entre professores que desenvolvem<br />

seus alunos através da movimentação, entre técnicos que aperfeiçoam o<br />

desempenho de seus atletas, ou entre recreadores que monitoram seus clientes<br />

quanto ao uso do tempo livre. Mas, o facto novo, confirmando na prática a<br />

antiga contestação de Duns Scotus, apresenta-se pela crescente autonomia do<br />

praticante de actividades físicas, tanto no âmbito educacional, como no desporto<br />

ou no recreativo.<br />

Para este praticante revelado por tendências, simplesmente não faz sentido as<br />

fronteiras de interesses profissionais e institucionais, estabelecidas pela educação<br />

física, desporto e recreação. Para neste cidadão mais consciente quanto aos direitos<br />

de seu corpo face à natureza, ao convívio social e à estima pessoal, pretendese<br />

que não seja cabível uma prática física regulamentada por interesses estranhos<br />

à sua vontade, exceptuando-se os casos de livre opção ou formação educacional<br />

básica. Para este Homo Ludens que se movimenta, a especialização exagerada na<br />

actividade física aparece como um contra-senso para sua cultura diversificada,<br />

cada vez mais característica de seu tempo ampliado para o lazer.<br />

Embora os líderes e profissionais tradicionais das actividades físicas organizadas<br />

tenham naturais dificuldades em admitir, recentes investigações têm esboçado<br />

progressivamente este perfil do praticante futuro. Assim, na mesma <strong>In</strong>glaterra<br />

da contestação inicial, ao ab alia movetur, P Mc <strong>In</strong>tcsh e V, Charlton (2)<br />

descobriram, em extensa pesquisa patrocinada pelo governo britânico, que a<br />

educação física entre 1966 e 1981, referia-se mais a uma expansão do currículo<br />

do que às necessidades reais dos alunos, nítidos optantes de actividades externas<br />

de livre escolha e carácter recreativo. Conclusões semelhantes foram<br />

alcançadas por J. Dumazedier (3) com estudantes franceses entre 1973 e 1981, e<br />

por levantamento de âmbito maior, realizado em 1982 pelo Conselho da Europa,<br />

reunindo adolescentes de sete países do continente (4).<br />

Em concordância com estas constatações de G. G. Watkins, na abertura do<br />

Congresso da Federação <strong>In</strong>ternacional de Administração de Parques e Recreação,<br />

realizado em 1986, na Nova Zelândia, algumas indicações de maior significado (5).<br />

Estabelecendo-se o estado actual da arte na recreação, dados estatísticos revelavam<br />

a opção dos jovens pela participação casual, sobretudo no desporto, essen-<br />

108 Meio ambiente, esporte, Lazer e turismo

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