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um chão de nuvens quase a seus pés) e se mande rapidinho daí<br />

porque, não se esqueça, você tem todo aquele caminho para<br />

percorrer de volta (e já está escurecendo!); mas não se preocupe,<br />

o caminho de volta vai passar rápido porque, eu tenho certeza,<br />

você vai estar com sua mente o tempo todo lá em cima nas<br />

nuvens (um pouco de mim ainda está lá, naquele local distante,<br />

mais próximo de Deus, onde nenhum homem jamais... CHEGA!!!!<br />

Que sentimentalismo barato, tá loco, eu hein!)”.(Maurício Grego,<br />

“Agulha do Diabo”, http//www.geocities.com/Yosemite/3103/<br />

Orgao.htm, p.3)<br />

Mistificar a aventura e fazê-la ter significado é uma questão de imprimir-lhe<br />

sentido. A vivência deste sentido é que transforma o episódio em acontecimento,<br />

em verdadeira aventura.<br />

Talvez por isso Simmel (1988) aponte para o conteúdo erótico que envolve a<br />

aventura. A vivência amorosa que foge da rotina limitada situa-se no âmbito da<br />

aventura. Dois elementos são comuns à aventura e à relação amorosa: a conquista/aceitação<br />

e a dependência da sorte, que permite acatar que uma força<br />

imprevisível e exterior a nós nos concede a graça de sua proteção. A aventura<br />

remete o homem ao gozo extremo, ao êxtase. A aventura, por sua natureza<br />

específica e suas formas de sedução, é uma forma de experimentar e, como tal,<br />

se enquadra com um estilo de vida jovem, com as ameaças e experimentações<br />

que lhe são inerentes. Não parece adequada a pessoas idosas que preferem a<br />

segurança, o equilíbrio. Os procedimentos do aventureiro, para o mesmo autor,<br />

se assemelham aos comportamentos do jogador que se representa por uma vida<br />

condicionada pela sorte, que ele considera estar a seu favor. Também o aventureiro<br />

faz com que a sorte seja incorporada de alguma maneira em sua atividade,<br />

uma vez que a sorte lhe acompanha em suas decisões acertadas; não a pura<br />

sorte, geradora da certeza de que tudo sempre sai bem, mas a sorte acompanhada<br />

das capacidades de decidir acertadamente e de agir com competência.<br />

Os procedimentos dos aventureiros parecem loucos ao homem sensato; porque,<br />

para ter sentido para este, tudo que lhe parece desconhecido deve pressupor<br />

o conhecido, isto é, o desconhecido deve estar dentro de certos limites que<br />

lhe permitam um adequado controle. A relação entre certeza e incerteza deve<br />

ser mantida sob a ordem da segurança, enquanto para o aventureiro é exatamente<br />

a incerteza, o desconhecido, que o provoca. Na compreensão de Le Breton<br />

(1996), ele abandona os alicerces seguros e flutua num universo cheio de incertezas,<br />

onde é possível se construir uma identidade sem entraves, endossado ao<br />

redor do papel de personagens múltiplas que se atropelam para existir ao menos<br />

um momento. Para ele, a aventura é a paixão do desvio, é a paixão que transforma<br />

os obstáculos encontrados em trampolim, em expansão de seus espaços, de<br />

seus projetos. Os projetos comuns sempre se apresentam como insuficientes<br />

para conter sua imaginação e ação. A aventura desperta sonhos, implica em luta<br />

228 Meio ambiente, esporte, Lazer e turismo

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