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estética. Ao recortar (ou atravessar) a paisagem ela permite certa ordem em<br />

meio ao aparente caos da natureza que a rodeia, porém a dinâmica da trilha<br />

implica em alterações no seu “corpo”: a invasão do caos circundante gera certa<br />

desordem no caminho. A trilha senão for utilizada com certa freqüência, assume<br />

características diferenciadas, transforma-se, desordena-se; é preciso trilhar e,<br />

ao deslocar-se, imprimir pegadas que mantém a sua integridade enquanto espaço<br />

de manifestação do anthropos (a trilha como “lugar antropológico” – Augé,<br />

1994) em meio ao mundo natural. Ela pode ser considerada o lugar que atualiza<br />

os deslocamentos primevos da espécie humana, ou ainda, dos antigos caminhos<br />

das comunidades locais.<br />

Os praticantes do ecoturismo descobriram isso a sua maneira, se tal questão é<br />

uma forma de banalizar a trajetória humana -, por estar relacionado ao fenômeno<br />

da moda, pouco importa, pois o que interessa é o significado que a trilha<br />

assume num período em que as tecnologias de ponta, a urbanização excessiva e<br />

a destruição da biodiversidade fazem com que o homem na medida em que se<br />

distanciou da natureza, busca um reencantamento com o mundo natural.<br />

O ecoturista ao percorrer uma trilha segue imerso numa paisagem que se<br />

apresenta como repleta de detalhes, de belezas nunca vistas ou que podem estar<br />

relacionadas a lugares visitados virtualmente através das imagens cinematográficas<br />

ou de reportagens das revistas especializadas vistas outrora. A trilha, ao se<br />

transformar, deflagra a dinâmica das imagens do lugar, permitindo a cada nova<br />

visita descobrir detalhes não vistos noutro momento. Não há o conforto de<br />

automóveis ou micro-ônibus, muito menos o asfalto, mas sim a constância dos<br />

passos sobre o caminho irregular, a deriva que faz o viandante um descobridor<br />

de sutilezas do mundo natural e da experiência cultural nativa.<br />

Portanto, a questão aqui não é desmerecer o turista tradicional, mas mostrar<br />

que a experiência ecoturística é de outra ordem, implicando na busca de outras<br />

qualidades estéticas das paisagens, que não podem a princípio ser encontradas<br />

no ambiente urbano, pois para vivê-las requerem o afastamento dele, possibilitando,<br />

inclusive, outras formas de relacionamentos sociais e de interações grupais.<br />

ALGUMAS PERSPECTIVAS PARA O ECOTURISMO<br />

O ecoturismo permite relacionar o local (a eco-região) e o global (o nível<br />

planetário), o micro e o macrossociológico, evidenciando a importância de<br />

pensar o local e o “pequeno” dentro de uma perspectiva de desenvolvimento,<br />

que possibilite uma forma de relação subjetiva com o meio, ao mesmo tempo em<br />

que permita a gestão dos aspectos regionais e socioambientais, pautada no<br />

respeito e integração das comunidades no planejamento e decisões acerca dos<br />

projetos de ecoturismo para a região na qual as atividades se voltam. Os aspectos<br />

culturais e ecossistêmicos de uma dada localidade, são fatores essenciais a<br />

Meio ambiente, esporte, Lazer e turismo 149

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